PCMG em ação: prisões de suspeitos elucidam 2 assassinatos

Com as prisões, os dois homicídios ocorridos em junho deste ano, na cidade de Barroso, foram elucidados


A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, na manhã desta quarta-feira (16/8), dois indivíduos suspeitos de envolvimento no homicídio ocorrido no último dia 16 de junho, no bairro Dr. José Guimarães, na cidade de Barroso (MG). Um adolescente foi apreendido suspeito de também ter participado da ação.
Na ocasião, a vítima teria sido atingida por um tiro na cabeça pelos autores que o teriam chamado em sua residência, alegando que queriam comprar drogas e fugido após o disparo. Junto ao corpo da vítima foram encontradas drogas e dinheiro.
Através das investigações, a PCMG identificou os suspeitos do homicídio, que foram presos nas cidades de Barroso, Tiradentes e São João del Rei, onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

Escrivã morta: Peritos conseguem desbloqueio total de celular

Um grande passo foi dado pelos peritos do Instituto de Criminalística, que conseguiram desbloquear o telefone da escrivã Rafaela Drummond, que se suicidou, na casa dos pais, em Antônio Carlos, distrito de Barbacena, no dia 9 de junho.

ntes, a Polícia Civil tinha tido acesso aos autos que mostravam uma rotina de trabalho conturbada, com denúncias de assédio moral e até sexual, na delegacia de Polícia Civil de Carandaí, no Campo das Vertentes, onde a então escrivã trabalhava.

Com o desbloqueio total das mensagens, a Polícia Civil tem, a partir de agora, acesso a todos os áudios e também a números de ligações feitas e recebidas por Rafaela, no período antes de sua morte. 

O que já se sabe

Nos áudios ouvidos até então, sabe-se que Rafaela teve uma discussão com o delegado Itamar Cláudio Netto. A briga teria começado por causa de um pedido de mudança na escala de folgas, uma das principais reclamações da escrivã enquanto trabalhava.

 “Ele falou que eu tinha cismado com isso, falando que ele tava de implicância. Ele disse que eu não gosto de receber ordens. Mas não é isso, ele estava implicando por causa do carnaval”, disse ela ao telefone, com uma amiga.

Em outra mensagem, Rafaela conta como foram os dias seguintes à briga. “O delegado é aquele tipo de pessoa que gosta de colocar o terror psicológico, gosta de atazanar. E eu não abaixo quando estou certa, por isso toda essa confusão. Tenho vontade de nem voltar lá. Ele colocou tanto terrorismo em cima de mim que eu não aguentei. Quando estou certa, eu rebato. Agora, já percebi. Vou chegar lá só e fazer minha parte.”

Em outro áudio, Rafaela desabafa sobre a instituição. Ela reclama da falta de apoio após denunciar as situações que enfrentava dentro da delegacia e se diz cansada da rotina. “É uma vergonha. Só os bonitões para aparecer no jornal. Sobra tudo pro escrivão, é tudo uma palhaçada. Ele fala que está fazendo e acontecendo, mas é só mídia. A gente é tratado como lixo. Não somos valorizados pelo governo, sociedade e nem dentro da polícia. Quando a gente fala algo, vira um inferno na nossa vida. Não estou aguentando mais, porrada de todos os lados da minha vida. O ser humano é um lixo e daqui duas semanas ninguém nem vai estar lembrando. Quem tem culpa, sabe”, desabafou.

Semanas antes do ocorrido, Rafaela denunciou casos de assédio moral e sexual na delegacia em que era lotada. Imagens e áudios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os assédios que sofria. Ela também reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas. “Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso, de fazer uma carne. Ele começou a falar na minha cabeça, e eu ficava com cara de deboche, não respondia esse grosso. De repente ele falava que polícia não é lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos áudios.

Escrivã morta: Peritos conseguem desbloqueio total de celular

Um grande passo foi dado pelos peritos do Instituto de Criminalística, que conseguiram desbloquear o telefone da escrivã Rafaela Drummond, que se suicidou, na casa dos pais, em Antônio Carlos, distrito de Barbacena, no dia 9 de junho.

ntes, a Polícia Civil tinha tido acesso aos autos que mostravam uma rotina de trabalho conturbada, com denúncias de assédio moral e até sexual, na delegacia de Polícia Civil de Carandaí, no Campo das Vertentes, onde a então escrivã trabalhava.

Com o desbloqueio total das mensagens, a Polícia Civil tem, a partir de agora, acesso a todos os áudios e também a números de ligações feitas e recebidas por Rafaela, no período antes de sua morte. 

O que já se sabe

Nos áudios ouvidos até então, sabe-se que Rafaela teve uma discussão com o delegado Itamar Cláudio Netto. A briga teria começado por causa de um pedido de mudança na escala de folgas, uma das principais reclamações da escrivã enquanto trabalhava.

 “Ele falou que eu tinha cismado com isso, falando que ele tava de implicância. Ele disse que eu não gosto de receber ordens. Mas não é isso, ele estava implicando por causa do carnaval”, disse ela ao telefone, com uma amiga.

Em outra mensagem, Rafaela conta como foram os dias seguintes à briga. “O delegado é aquele tipo de pessoa que gosta de colocar o terror psicológico, gosta de atazanar. E eu não abaixo quando estou certa, por isso toda essa confusão. Tenho vontade de nem voltar lá. Ele colocou tanto terrorismo em cima de mim que eu não aguentei. Quando estou certa, eu rebato. Agora, já percebi. Vou chegar lá só e fazer minha parte.”

Em outro áudio, Rafaela desabafa sobre a instituição. Ela reclama da falta de apoio após denunciar as situações que enfrentava dentro da delegacia e se diz cansada da rotina. “É uma vergonha. Só os bonitões para aparecer no jornal. Sobra tudo pro escrivão, é tudo uma palhaçada. Ele fala que está fazendo e acontecendo, mas é só mídia. A gente é tratado como lixo. Não somos valorizados pelo governo, sociedade e nem dentro da polícia. Quando a gente fala algo, vira um inferno na nossa vida. Não estou aguentando mais, porrada de todos os lados da minha vida. O ser humano é um lixo e daqui duas semanas ninguém nem vai estar lembrando. Quem tem culpa, sabe”, desabafou.

Semanas antes do ocorrido, Rafaela denunciou casos de assédio moral e sexual na delegacia em que era lotada. Imagens e áudios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os assédios que sofria. Ela também reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas. “Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso, de fazer uma carne. Ele começou a falar na minha cabeça, e eu ficava com cara de deboche, não respondia esse grosso. De repente ele falava que polícia não é lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos áudios.

Polícia Civil não concluiu perícia em celular de escrivã morta há quase 50 dias

Prestes a completar 50 dias da morte da escrivã Rafaela Drumond, que suicidou no dia 9 de junho, o celular da servidora ainda não foi periciado. A análise do equipamento, que pode conter provas para as denúncias de assédio moral e sexual, das quais ela teria sido vítima, deveria ser concluída no final deste mês de julho. No entanto, os investigadores pediram a ampliação do prazo para a realização da perícia, sendo atendidos pela Promotoria de Justiça de Carandaí, na região Central de Minas Gerais. Com a extensão do período, eles terão até o final de setembro para análise do celular da escrivã. A Polícia Civil diz que a investigação está sob sigilo, e não informou se ao menos iniciou a perícia do aparelho. 

“A gente sabe que a investigação está caminhando, mas não do jeito que a gente queria. Até hoje não tivemos o retorno da perícia do telefone. Esse prazo de 50 dias já foi mais do que suficiente para isso”, argumenta a advogada Raquel Fernandes, que atua na defesa da família da escrivã e que afirma se encontrar com as equipes de investigação semanalmente. Ela questiona a demora na análise técnica do aparelho celular, que deveria ser concluída até o final do mês de julho. “Houve um pedido para o prazo ser ampliado e o promotor aceitou. Não há nenhuma ilegalidade nisso, mas me causa muita estranheza toda essa demora”, acrescenta. 

O aparelho celular da escrivã foi um dos materiais apreendidos pela equipe de investigação. O equipamento teria armazenado vídeos e áudios que podem servir como provas para os supostos casos de assédio em que ela teria sido vítima. Um delegado e um investigador da Polícia Civil, que atuavam na mesma delegacia onde trabalhava Rafaela, são suspeitos de terem cometido os assédios. Durante as investigações, eles chegaram a ser transferidos duas vezes, no intervalo de 20 dias. O investigador está afastado por licença médica durante 60 dias. 

“Até hoje não tivemos retorno se o celular dela foi periciado. Nada do que fazem é transparente. A impressão é que eles querem abafar o caso com panos quentes”, desabafa o aposentado Aldair Dumont, de 62 anos, pai da escrivã Rafaela Drumond. Desde o começo da investigação, o pai da servidora pede acesso ao telefone, o que, segundo ele, tem sido negado pela polícia, por conta da necessidade da realização da perícia. Aldair chegou a pedir ajuda de um especialista para desbloquear o aparelho. “Eu não tenho informação de nada, a minha vontade é ir aos investigadores para saber o que já fizeram. É o caso da minha filha”, relata. 

A investigação sobre a morte da escrivã Rafaela Drumond é conduzida pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais. O inquérito policial e o procedimento disciplinar apuram supostos casos de assédio moral e sexual, que podem ter induzido a servidora a morte. “Informações poderão ser divulgadas ao final das investigações”, justifica a instituição. O Ministério Público de Minas Gerais diz que aguarda a conclusão do inquérito policial para, então, poder analisá-lo e definir as medidas cabíveis. 

Polícia Civil não concluiu perícia em celular de escrivã morta há quase 50 dias

Prestes a completar 50 dias da morte da escrivã Rafaela Drumond, que suicidou no dia 9 de junho, o celular da servidora ainda não foi periciado. A análise do equipamento, que pode conter provas para as denúncias de assédio moral e sexual, das quais ela teria sido vítima, deveria ser concluída no final deste mês de julho. No entanto, os investigadores pediram a ampliação do prazo para a realização da perícia, sendo atendidos pela Promotoria de Justiça de Carandaí, na região Central de Minas Gerais. Com a extensão do período, eles terão até o final de setembro para análise do celular da escrivã. A Polícia Civil diz que a investigação está sob sigilo, e não informou se ao menos iniciou a perícia do aparelho. 

“A gente sabe que a investigação está caminhando, mas não do jeito que a gente queria. Até hoje não tivemos o retorno da perícia do telefone. Esse prazo de 50 dias já foi mais do que suficiente para isso”, argumenta a advogada Raquel Fernandes, que atua na defesa da família da escrivã e que afirma se encontrar com as equipes de investigação semanalmente. Ela questiona a demora na análise técnica do aparelho celular, que deveria ser concluída até o final do mês de julho. “Houve um pedido para o prazo ser ampliado e o promotor aceitou. Não há nenhuma ilegalidade nisso, mas me causa muita estranheza toda essa demora”, acrescenta. 

O aparelho celular da escrivã foi um dos materiais apreendidos pela equipe de investigação. O equipamento teria armazenado vídeos e áudios que podem servir como provas para os supostos casos de assédio em que ela teria sido vítima. Um delegado e um investigador da Polícia Civil, que atuavam na mesma delegacia onde trabalhava Rafaela, são suspeitos de terem cometido os assédios. Durante as investigações, eles chegaram a ser transferidos duas vezes, no intervalo de 20 dias. O investigador está afastado por licença médica durante 60 dias. 

“Até hoje não tivemos retorno se o celular dela foi periciado. Nada do que fazem é transparente. A impressão é que eles querem abafar o caso com panos quentes”, desabafa o aposentado Aldair Dumont, de 62 anos, pai da escrivã Rafaela Drumond. Desde o começo da investigação, o pai da servidora pede acesso ao telefone, o que, segundo ele, tem sido negado pela polícia, por conta da necessidade da realização da perícia. Aldair chegou a pedir ajuda de um especialista para desbloquear o aparelho. “Eu não tenho informação de nada, a minha vontade é ir aos investigadores para saber o que já fizeram. É o caso da minha filha”, relata. 

A investigação sobre a morte da escrivã Rafaela Drumond é conduzida pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais. O inquérito policial e o procedimento disciplinar apuram supostos casos de assédio moral e sexual, que podem ter induzido a servidora a morte. “Informações poderão ser divulgadas ao final das investigações”, justifica a instituição. O Ministério Público de Minas Gerais diz que aguarda a conclusão do inquérito policial para, então, poder analisá-lo e definir as medidas cabíveis. 

Caso Rafaela: delegado e investigador transferidos pela 2ª vez em um mês

O delegado Itamar Claudio Netto e o investigador Celso Trindade de Andrade foram transferidos novamente. Eles trabalhavam na mesma delegacia que a escrivã Rafaela Drummond, de 32 anos, que tirou a própria vida, no dia 9 de junho. Esta é a segunda transferência dos servidores em menos de um mês.

Os delegado e o investigador eram lotados na Delegacia de Polícia Civil de Carandaí, a mesma da escrivã, e no dia 22 de junho foram deslocados para Conselheiro Lafaiete. Nesta  quarta-feira (12/7), o delegado e o investigador foram transferidos novamente.

Segundo publicação do órgão oficial do governo do estado, o jornal Minas Gerais, a partir de hoje o delegado Itamar estará lotado na Delegacia de Belo Vale, e o investigador Celso foi enviado para a Delegacia de Congonhas. A Polícia Civil informou que todas as decisões tomadas seguem o trâmite legal e que o caso segue em investigação pela Corregedoria de Polícia Civil.

Polícia Civil descarta possibilidade de violência sexual contra bebê morto em Ouro Preto

Nesta terça-feira (4/7), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou, por meio de laudo pericial, que o bebê de seis meses morto no último sábado (1º/7) não tinha indícios de abusos sexuais, conforme informado pela própria PCMG anteriormente. A Civil confirmou, por meio de uma rede social, que as investigações continuam à cargo da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Ouro Preto.

Confira o pronunciamento da delegada Celeida de Freitas Martins, na íntegra:

“A Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de atendimento à mulher de Ouro Preto, encontra-se realizando a investigação para apurar as circunstâncias em que se deu o óbito de um bebê de 6 meses de idade no último dia primeiro. Em um primeiro momento, houve o levantamento da hipótese de um possível abuso sexual, uma vez que a criança apresentava um estufamento na região anal. No entanto, após a realização da perícia médico legal afastou-se de forma categórica qualquer abuso sexual que a criança teria sofrido. Esse estufamento, segundo a medicina legal, é um fenômeno pós-morte típico, comum de acontecer. As investigações prosseguem para que sejam apuradas as circunstâncias em que realmente aconteceu o óbito da criança e reafirmo o abuso sexual, no primeiro momento levantado, está afastado”, disse a delegada de polícia Celeida de Freitas Martins. (Radar Geral)

Áudios mostram rotina de brigas e assédio sexual em de delegacia onde escrivã trabalhava

Áudios aos quais a reportagem do Estado de Minas teve acesso mostram uma rotina de trabalho conturbada, com denúncias de assédio moral e até sexual, na delegacia de Polícia Civil de Carandaí, na região do Campo das Vertentes, onde a então escrivã Rafaela Drummond trabalhava. 

Rafaela se matou no dia 9 deste mês, após meses de reclamações sobre os colegas de trabalho.

Em uma das mensagens enviadas para uma amiga, Rafaela detalha como foi uma discussão com o delegado da unidade policial. A briga teria começado por causa de um pedido de mudança na escala de folgas, uma das principais reclamações da escrivã enquanto trabalhava. “Ele falou que eu tinha cismado com isso, falando que ele tava de implicância. Ele disse que eu não gosto de receber ordens. Mas não é isso, ele estava implicando por causa do carnaval”, disse.

A infelicidade com o delegado continua em outra mensagem. A escrivã conta como foram os dias seguintes a briga. “O delegado é aquele tipo de pessoa que gosta de colocar o terror psicológico, gosta de atazanar. E eu não abaixo quando estou certa, por isso toda essa confusão. Tenho vontade de nem voltar lá. Ele colocou tanto terrorismo em cima de mim que eu não aguentei. Quando estou certa, eu rebato. Agora, já percebi. Vou chegar lá só e fazer minha parte.”, relatou.Já em outro áudio, Rafaela desabafa sobre a instituição. Ela reclama da falta de apoio após denunciar as situações que enfrentava dentro da delegacia e se diz cansada da rotina. “É uma vergonha. Só os bonitões para aparecer no jornal. Sobra tudo pro escrivão, é tudo uma palhaçada. Ele fala que está fazendo e acontecendo, mas é só mídia. A gente é tratado como lixo. Não somos valorizados pelo governo, sociedade e nem dentro da polícia. Quando a gente fala algo, vira um inferno na nossa vida. Não estou aguentando mais, porrada de todos os lados da minha vida. O ser humano é um lixo e daqui duas semanas ninguém nem vai estar lembrando. Quem tem culpa, sabe”, desabafou.

Rafaela Drumond, de 32 anos, foi vítima de suicídio. Na sexta-feira (9), ela estava na casa dos pais, na cidade de Antônio Carlos, na região do Campo das Vertentes, quando tirou a própria vida.

A escrivã trabalhava em uma delegacia em Carandaí. Nos últimos meses, Rafaela teve mudanças em sua personalidade, passando a ficar mais retraída e calada. O fato chegou a incomodar os pais que, após uma conversa com ela, foram informados de que ela estava estudando para um concurso de delegada da instituição. 

Semanas antes do ocorrido, Rafaela denunciou casos de assédio moral e sexual dentro da delegacia em que era lotada. Imagens e áudios que circulam nas redes sociais mostram relatos da policial que, em alguns deles, detalha os assédios que sofria. Ela também reclamava das escalas de trabalho e da falta de folgas. “Ele ficava dando em cima de mim. Teve um povo que foi beber depois da delegacia, pessoal tinha mania disso, de fazer uma carne. Ele começou a falar na minha cabeça, e eu ficava com cara de deboche, não respondia esse grosso. De repente ele falava que polícia não é lugar de mulher. No fim das contas, ele me chamou de piranha”, disse ela em um dos áudios.

Corregedoria assume investigação sobre morte de escrivã da Polícia Civil. Família cobra punição

A Polícia Civil confirmou, nesta quinta-feira (22), que a Corregedoria do órgão assumiu a investigação sobre a morte da escrivã Rafaela Drumond, que tirou a própria vida no início de junho em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes.

Até o momento, o caso era investigado pelo Departamento de Barbacena. Segundo a PCMG, “a complexidade da investigação que apura as circunstâncias da morte da escrivã” justifica a transferência do caso para a sede da Polícia Civil, em Belo Horizonte. Segundo eles, a corregedoria possui “a estrutura necessária para dinamizar e concluir os procedimentos instaurados”, além de garantir mais isenção, imparcialidade e isonomia na apuração do caso.

Na nota, a PCMG afirma que as investigações seguem com isenção e imparcialidade e que não tem conhecimento de supostas ameaças praticadas por policiais civis contra familiares da escrivã. Qualquer pessoa que se sentir ameaçada pode denunciar pelo 181 ou 162.

Relembre o caso

A escrivã Rafaela Drumond, de 31 anos, foi encontrada morta pelos pais no dia 9 de junho, na casa da família em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio.

O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga. O sindicato realizou um protesto de 6 horas de silêncio no dia 15 de junho.

Em entrevista, o pai de Rafaela Drummond classificou a morte da filha como “o maior sofrimento que um homem pode sentir” e disse que percebeu que a filha estava mais “quieta e calada” nos meses anteriores, mas não entendeu isso como um “sinal” de que algo estava errado.

Apesar do caso ter sido registrado como suicídio, conversas e publicações da vítima nas redes sociais levam à suspeita de que ela estaria sofrendo assédio moral e sexual dentro da instituição, o que poderia ter levado ao suicídio. Essa suspeita também é investigada pela Polícia Civil.

Família de escrivã da Polícia Civil faz desabafo e denúncias; “haverá apuração rigorosa”, diz delegado

A dor de perder uma filha, principalmente por ter sido em função de um suicídio. Pois é o que Zuraide Drummond, de 57 anos, mãe de Rafaela Drummond, que tinha 32 anos, faz usando as redes sociais. E em suas falas, denúncias do sofrimento da filha, que tinha o sonho de se tornar delegada. Além disso, denúncias de todo o tipo de assédio, moral e sexual. Mas que infelizmente, segundo a mãe, foram ignoradas.E em suas falas, denúncias do sofrimento da filha, que tinha o sonho de se tornar delegada. Além disso, denúncias de todo o tipo de assédio, moral e sexual. Mas que infelizmente, segundo a mãe, foram ignoradas.

“O delegado falava diretamente que não sabia como ela havia passado na Polícia Civil, pois era desequilibrada e louca”, diz Zuraide. O mesmo delegado, segundo ela, teria se omitido diante da denúncia de assédio sexual, como relatou a irmã da vítima, Karoline Drummond.

“Teve uma vez que ela sofreu assédio sexual por um colega. O homem se inconformou por Rafaela não querer ter tido algo com ele durante uma confraternização e virou bebidas, além de uma mesa sobre ela. Na época, ela comunicou o fato para o delegado que respondeu: “quer que eu faça o quê?”, escreveu. A família revela que Rafaela deixou vários áudios com amigos, em que denunciava os assédios sofridos.

Sonho desfeito

“O sonho da minha filha era ser delegada. Acabaram com a vida dela”, desabafa, triste, Zuraide Drummond, que hoje vive chorando. Ela é auxiliar veterinária. Para a família, a morte da servidora da Polícia Civil, lotada em Carandaí, na região da Zona da Mata, acende um alerta pelos profissionais, que vivem pressão psicológica e assédio moral.

Rafaela, segundo a mãe, sempre se dedicou aos estudos. Queria ser delegada. “O sonho começou a tomar forma com ela ocupando o cargo de escrivã, mas uma mudança no comando da delegacia de Carandaí fez com que tudo mudasse”, afirmam os famliares.

“O delegado falava diretamente que não sabia como ela havia passado na Polícia Civil, pois era desequilibrada e louca”, escreveu Zuraide. Karoline, irmã de Rafaela, conta que a familiar tentou a transferência de cidade, pois não estava mais suportando a perseguição sofrida, que aconteceu até mesmo por um colega de trabalho.

“Teve uma vez que ela sofreu assédio sexual por um colega. O homem se inconformou por Rafaela não querer ter tido algo com ele durante uma confraternização e virou bebidas, além de uma mesa sobre ela. Na época, ela comunicou o fato para o delegado que respondeu: ‘quer que eu faça o quê?’”, escreve Karoline. Hoje, os policiais que trabalhavam com Rafaela estão sendo ouvidos, no inquérito que apura o que levou a escrivã a cometer o suicídio.

Versão da PCMG

Na manhã desta quinta-feira (15/6), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou as providências que estão sendo empregadas para apurar as circunstâncias da morte da escrivã Rafaela Drumond, bem como as medidas adotadas para levar conforto à família e aos colegas da policial.

De acordo com o chefe do 13º Departamento de Polícia Civil, delegado-geral Alexsander Soares Diniz, a PCMG instaurou inquérito para apurar os fatos e as investigações seguem em andamento, em Barbacena. A Corregedoria da PCMG também averigua eventuais transgressões disciplinares de servidores da instituição no caso. “Buscamos uma investigação isenta, imparcial e profissional; rápida, mas rigorosa, pela exatidão que o fato requer”, pontuou. “Estive pessoalmente no local com as equipes e acompanhei as primeiras ações. Desde o início, a PCMG está seriamente comprometida a esclarecer todas as circunstâncias que envolvam o caso”, enfatizou o delegado.

Segundo o chefe do Departamento, Rafaela era uma policial querida pelos policiais e gostava do exercício da profissão. “Tive contato com ela ainda em 2021, quando ela foi lotada em Barbacena e me pediu apoio para trabalhar mais próximo aos pais, em Carandaí. Dentro das possibilidades à época, prontamente atendi ao pedido”, contou.

Acolhimento

Paralelamente, a PCMG realiza ações de assistência e acolhimento aos familiares e colegas da Rafaela. Na última segunda-feira (12/6), o Departamento de Polícia Civil em Barbacena recebeu a visita da inspetora-geral de Escrivães, Luciene Murta, acompanhada da equipe da Diretoria Ocupacional do Hospital da Polícia Civil (HPC), com a presença de assistente social e psicólogo.

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