Travessia da Lapinha ao Tabuleiro: jornada de aventura ecológica em Minas

Que tal curtir uma trilha bem perto de BH, da Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, que oferece aos caminhantes imersão e relaxamento junto à natureza?

No caminho, flores exóticas: candeias, canelas de ema, sempre-vivas, toda uma paisagem estonteante, integração com a natureza, comunidade local. Tudo isso com ponto de partida a 142 quilômetros da capital mineira –  a travessia Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, ou Lapinha X Tabuleiro. Considerada uma das mais famosas do país, o percurso é uma opção acessível para toda a família, mas, é fundamental ter um guia especializado para fazer a caminhada. Essa trilha é perfeita para quem quer aproveitar o final das férias e, de quebra, conhecer o cerrado mineiro na Cordilheira do Espinhaço, na Região Central do estado.

A reportagem do Jornal Estado de Minas percorreu, durante dois dias, os 33 quilômetros que separam dois lugares icônicos na Serra do Cipó. A travessia começa na estonteante Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, já em Conceição do Mato Dentro. No percurso, uma jornada através dos cânions, até chegar no ponto da queda, com os seus 273 metros de altura – a terceira maior do Brasil e a maior do estado –, finalizando o passeio na portaria do Parque do Tabuleiro, a 175 quilômetros de BH.

Flores de sempre-vivas guiam o caminho

 A trilha é considerada de grau médio de dificuldade, já que, além de andar por caminhos leves, o visitante vai encarar escaladas acidentadas, passando por picos, campos rupestres, cachoeiras e matas de galerias, com vista panorâmica para toda a Serra do Cipó. Mesmo assim, ela é segura quando feita com a orientação de um guia de referência. A travessia é ainda ótima opção para final das férias escolares, podendo ser feita em três ou mais dias para contemplar por mais tempo. No caso da nossa experiência, que foi de apenas dois dias, vimos uma criança de 8 anos completar o trajeto, a pequena Maria Flor Rennó.

1º dia de travessia 

Sob os cuidados do guia Bruno David Prudencio, da Bambú Aventuras, baseado na Lapinha da Serra com 15 anos de experiência, saímos em um grupo de 18 pessoas do ponto marcado na agência, após café da manhã reforçado no restaurante Bistrô, que serviu de apoio e promotor da caminhada. “O inverno, agora no período de seca, é a melhor época para se fazer percurso passando pelo alto Tabuleiro sem risco de tromba d ‘água”, orienta Bruno, que confere e ajusta a distribuição de peso em cada mochila. “Detalhe importante para facilitar o trajeto de 17 quilômetros no primeiro dia”, completa. Subimos o morro da Lapinha e seguimos a mesma trilha feita por antigos tropeiros que levavam, entre outros produtos, cebola roxa para ser comercializada em Diamantina, centro urbano referência no século 19. 

Qualquer pessoa, independente da idade, pode se aventurar na trilha

Contornando a montanha do pico do Breu, passamos por campos de altitude até a baixada onde está o Rio Parauninha, de águas cristalinas, que já vale a primeira arrancada, que é íngreme e exige concentração. Subindo o vale até os limites do Parque da Serra o Intendente, chegamos ao anoitecer no ponto de apoio da família do “Seu” Chico Niquinho. Na ‘pousada improvisada’, o local oferece aos caminhantes uma estrutura de quarto compartilhado, área  de camping e um jantar digno de se orgulhar de ser de Minas Gerais – frango com quiabo, carne de porco ensopada, salada de horta própria, arroz e feijão. Tudo preparado no fogão a lenha. “O povo chega cansado e nós, que já estamos sabendo, deixamos tudo pronto para receber viajantes”, conta Chico.

Travessia é aquele momento de repensar a vida, desacelerar e apreciar belas paisagens

Ele comenta que continuou a construção do pouso dos viajantes de seu avô naquele pedaço de planície. “Já até morei na cidade, mas hoje não saio daqui mais não”, dispara o dono de quatro cães pastores e que mora ali com o filho e a esposa.

2º dia de travessia

Café da manhã reforçado e alongamento inauguraram o segundo dia de caminhada. Foram 6 quilômetros até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, onde se encontram as várias piscinas naturais formadas entre cânyons, que são mais seguras para visitar nesta época, que é de seca. “No período chuvoso, ao menor sinal de chuva, o caminho se torna arriscado por conta da tromba d’água, pois não tem para onde correr“, alerta Bruno David, que também é brigadista voluntário e faz este caminho desde 2009. 

A Serra do Cipó, na Cordilheira do Espinhaço, oferece aos visitantes uma experiência única:

Do alto da Cachoeira do Tabuleiro, a adrenalina acelera só de se chegar perto do ponto da queda. “Este é um momento que todos devem observar as medidas de segurança, dado o perigo de queda”, alerta Bruno, ao lado dos outros guias da expedição Cauã e Cristiano Reis, líder da brigada Guardiões da Serra. Com eles, deu para “botar reparo” em muitas coisas nas quais não se veria estando lá sozinho, sem conhecer a região. Vale ressaltar que eu não era um tropeiro de primeira viagem por essas trilhas. Em 2018, junto com o colega Mateus Parreiras, fiz a mesma travessia. Só que no caminho inverso: da Cachoeira do Tabuleiro até Lapinha da Serra.

Após um banho revigorante nas piscinas naturais, voltamos à   caminhada, agora de 9 quilômetros, até à portaria do Parque do Tabuleiro, que durou até o anoitecer. Lá, uma van esperava o grupo, que foi levado para o Restaurante da Família, com self-service à vontade de comida mineira. O guia Bruno agradeceu a presença de todos e fez o discurso de despedida do grupo: “O mais importante no trajeto é fazê-lo com segurança. Importante a presença de uma guia,  já que sabemos de muitos detalhes referentes à natureza, ao relevo e às condições de tempo no dia em que for atravessar. Portanto, saiba quem estará te guiando antes de se aventurar, pois o que deve ser divertido também pode se tornar um passeio perigoso para desavisados”, finaliza Bruno.

Serviço

  • Travessia Lapinha X Tabuleiro
  • Distância percorrida: 33 kms 
  • Guia: Bruno David Prudêncio
  • Agência Bambu Aventuras
  • Contato: (31)- 987977851 
  • instagram: @bambuaventura
  • www.bambuaventura.com.br 
  • Restaurante da Família: (31) 995806562 
  • Restaurante Bistrô: (31) 98237481

FONTE ESTADO DE MINAS

Travessia da Lapinha ao Tabuleiro: jornada de aventura ecológica em Minas

Que tal curtir uma trilha bem perto de BH, da Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, que oferece aos caminhantes imersão e relaxamento junto à natureza?

No caminho, flores exóticas: candeias, canelas de ema, sempre-vivas, toda uma paisagem estonteante, integração com a natureza, comunidade local. Tudo isso com ponto de partida a 142 quilômetros da capital mineira –  a travessia Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro, ou Lapinha X Tabuleiro. Considerada uma das mais famosas do país, o percurso é uma opção acessível para toda a família, mas, é fundamental ter um guia especializado para fazer a caminhada. Essa trilha é perfeita para quem quer aproveitar o final das férias e, de quebra, conhecer o cerrado mineiro na Cordilheira do Espinhaço, na Região Central do estado.

A reportagem do Jornal Estado de Minas percorreu, durante dois dias, os 33 quilômetros que separam dois lugares icônicos na Serra do Cipó. A travessia começa na estonteante Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, já em Conceição do Mato Dentro. No percurso, uma jornada através dos cânions, até chegar no ponto da queda, com os seus 273 metros de altura – a terceira maior do Brasil e a maior do estado –, finalizando o passeio na portaria do Parque do Tabuleiro, a 175 quilômetros de BH.

Flores de sempre-vivas guiam o caminho

 A trilha é considerada de grau médio de dificuldade, já que, além de andar por caminhos leves, o visitante vai encarar escaladas acidentadas, passando por picos, campos rupestres, cachoeiras e matas de galerias, com vista panorâmica para toda a Serra do Cipó. Mesmo assim, ela é segura quando feita com a orientação de um guia de referência. A travessia é ainda ótima opção para final das férias escolares, podendo ser feita em três ou mais dias para contemplar por mais tempo. No caso da nossa experiência, que foi de apenas dois dias, vimos uma criança de 8 anos completar o trajeto, a pequena Maria Flor Rennó.

1º dia de travessia 

Sob os cuidados do guia Bruno David Prudencio, da Bambú Aventuras, baseado na Lapinha da Serra com 15 anos de experiência, saímos em um grupo de 18 pessoas do ponto marcado na agência, após café da manhã reforçado no restaurante Bistrô, que serviu de apoio e promotor da caminhada. “O inverno, agora no período de seca, é a melhor época para se fazer percurso passando pelo alto Tabuleiro sem risco de tromba d ‘água”, orienta Bruno, que confere e ajusta a distribuição de peso em cada mochila. “Detalhe importante para facilitar o trajeto de 17 quilômetros no primeiro dia”, completa. Subimos o morro da Lapinha e seguimos a mesma trilha feita por antigos tropeiros que levavam, entre outros produtos, cebola roxa para ser comercializada em Diamantina, centro urbano referência no século 19. 

Qualquer pessoa, independente da idade, pode se aventurar na trilha

Contornando a montanha do pico do Breu, passamos por campos de altitude até a baixada onde está o Rio Parauninha, de águas cristalinas, que já vale a primeira arrancada, que é íngreme e exige concentração. Subindo o vale até os limites do Parque da Serra o Intendente, chegamos ao anoitecer no ponto de apoio da família do “Seu” Chico Niquinho. Na ‘pousada improvisada’, o local oferece aos caminhantes uma estrutura de quarto compartilhado, área  de camping e um jantar digno de se orgulhar de ser de Minas Gerais – frango com quiabo, carne de porco ensopada, salada de horta própria, arroz e feijão. Tudo preparado no fogão a lenha. “O povo chega cansado e nós, que já estamos sabendo, deixamos tudo pronto para receber viajantes”, conta Chico.

Travessia é aquele momento de repensar a vida, desacelerar e apreciar belas paisagens

Ele comenta que continuou a construção do pouso dos viajantes de seu avô naquele pedaço de planície. “Já até morei na cidade, mas hoje não saio daqui mais não”, dispara o dono de quatro cães pastores e que mora ali com o filho e a esposa.

2º dia de travessia

Café da manhã reforçado e alongamento inauguraram o segundo dia de caminhada. Foram 6 quilômetros até a parte alta da Cachoeira do Tabuleiro, onde se encontram as várias piscinas naturais formadas entre cânyons, que são mais seguras para visitar nesta época, que é de seca. “No período chuvoso, ao menor sinal de chuva, o caminho se torna arriscado por conta da tromba d’água, pois não tem para onde correr“, alerta Bruno David, que também é brigadista voluntário e faz este caminho desde 2009. 

A Serra do Cipó, na Cordilheira do Espinhaço, oferece aos visitantes uma experiência única:

Do alto da Cachoeira do Tabuleiro, a adrenalina acelera só de se chegar perto do ponto da queda. “Este é um momento que todos devem observar as medidas de segurança, dado o perigo de queda”, alerta Bruno, ao lado dos outros guias da expedição Cauã e Cristiano Reis, líder da brigada Guardiões da Serra. Com eles, deu para “botar reparo” em muitas coisas nas quais não se veria estando lá sozinho, sem conhecer a região. Vale ressaltar que eu não era um tropeiro de primeira viagem por essas trilhas. Em 2018, junto com o colega Mateus Parreiras, fiz a mesma travessia. Só que no caminho inverso: da Cachoeira do Tabuleiro até Lapinha da Serra.

Após um banho revigorante nas piscinas naturais, voltamos à   caminhada, agora de 9 quilômetros, até à portaria do Parque do Tabuleiro, que durou até o anoitecer. Lá, uma van esperava o grupo, que foi levado para o Restaurante da Família, com self-service à vontade de comida mineira. O guia Bruno agradeceu a presença de todos e fez o discurso de despedida do grupo: “O mais importante no trajeto é fazê-lo com segurança. Importante a presença de uma guia,  já que sabemos de muitos detalhes referentes à natureza, ao relevo e às condições de tempo no dia em que for atravessar. Portanto, saiba quem estará te guiando antes de se aventurar, pois o que deve ser divertido também pode se tornar um passeio perigoso para desavisados”, finaliza Bruno.

Serviço

  • Travessia Lapinha X Tabuleiro
  • Distância percorrida: 33 kms 
  • Guia: Bruno David Prudêncio
  • Agência Bambu Aventuras
  • Contato: (31)- 987977851 
  • instagram: @bambuaventura
  • www.bambuaventura.com.br 
  • Restaurante da Família: (31) 995806562 
  • Restaurante Bistrô: (31) 98237481

FONTE ESTADO DE MINAS

Lapinha da Serra: um paraíso e suas belezas de tirar o fôlego

Espalhado no sopé de dois picos da Serra do Espinhaço — o Pico da Lapinha (1.686 metros de altitude) e o Pico do Breu, 1.687 metros de altura —, o vilarejo da Lapinha da Serra, Distrito de Santana do Riacho — município localizado na região da Serra do Cipó —, é um recanto que guarda indescritíveis belezas naturais. A pequena localidade, que abriga em torno de 500 moradores, transforma-se em um importante destino, principalmente para os turistas que apreciam a paz e o descanso e também as excelentes opções para atividades ligadas ao ecoturismo e ao turismo de aventura.

É difícil descrever, em uma matéria como esta, a indescritível viagem (literalmente, em todos os sentidos) que é passar um tempo explorando os vários encantos da Lapinha da Serra, um rincão meticulosamente esculpido pela natureza em um privilegiado ponto do relevo ondulado da Serra do Espinhaço.

Vista do Pico da Lapinha (1.686 metros de altitude).

Distrito do Município de Santana do Riacho, na região da Serra do Cipó, localizado a 123 km do Belo Horizonte, o vilarejo está encravado nos contrafortes de dois picos, o Pico da Lapinha (com 1.686 metros de altitude) e o Pico do Breu, com um metro a mais: 1.687 metros de altura. Para adornar ainda mais a beleza da geografia do lugar, um lago artificial contorna os limites da vila — que também é parte integrante da Área de Preservação Ambiental do Morro da Pedreira. A represa foi construída na década de 1950, por uma empresa chamada Companhia Industrial de Belo Horizonte. O objetivo era a geração de energia por parte da Usina Coronel Américo Teixeira.

A paisagem de causar deslumbramento e de fazer vibrar os apaixonados pelas belezas naturais, além de inspirar profundamente as mais incríveis composições para aqueles que amam fazer fotografias e trabalham nesse ofício, reserva muitas possibilidades pelos lindos caminhos — seja qual for a luz ou a época do ano; seja no frio, seja no calor, seja mesmo debaixo de chuva.

Legado histórico

Também é preciso informar que a Lapinha da Serra, embora tão pequeno lugarejo, guarda um importante legado histórico ligado à mineração de diamantes e preciosas tradições culturais. A origem da região remonta aos bandeirantes, desbravadores do caminho dos diamantes, que ergueram uma capela em Santana do Riacho, no ano de 1759. Já no século XIX, passou a ser trilha dos tropeiros, responsáveis por fazer a ligação entre os núcleos populacionais por meio do comércio de gêneros alimentícios e de primeira necessidade. Conta-se que a localidade, então chamada de Lapinha de Belém, foi fundada, no início do século XX, por três famílias. Por essa razão, os nativos são, até os dias de hoje, parentes próximos, pois aconteceram muitos casamentos entre primos.
Há muitas décadas sobrevivendo da agricultura familiar e da pecuária de pequena escala, o vilarejo — que atualmente abriga não mais que 500 moradores — vislumbra na atividade turística uma nova realidade.

A região foi trilha dos tropeiros.

E, por falar nos nativos moradores, as tradições culturais deles são refletidas principalmente em festas religiosas, como a do padroeiro, São Sebastião — realizada entre os dias 19 e 23 de janeiro —, e no incrível Batuque — dança originária de dois países africanos, Angola e Congo.

Na Lapinha, o Batuque acontece quando os negros, posicionados em círculo, executam passos “sapateados” em ritmo marcado com palmas e instrumentos de percussão (atabaques). O Batuque, portanto, consiste numa roda formada pelos dançadores, indo para o meio um preto ou uma preta que, depois de executar vários passos, vai dar uma “embigada”, a que chamam “semba”, na pessoa que escolhe. Esta, então, a escolhida, vai para o meio do círculo, substituindo a outra. Porém, lá há também o Batuque dos brancos, quando são incluídos na dança o pandeiro e a viola. Geralmente, o Batuque acontece todas as semanas.

Cenários paradisíacos

Mas, voltando ao acervo esculpido ao longo de milhões de anos pela natureza, a Lapinha da Serra ainda tem como atrativos lindas cachoeiras, poços, rios, grutas e sítios arqueológicos. São lugares que são alcançados por meio de trilhas que cruzam cenários paradisíacos, onde reinam os valiosos campos rupestres. Trata-se de uma “forma úni¬ca de vegetação, tanto pela diversidade de espécies como pela maneira como essas se distribuem, com as plantas crescendo sobre pedra, em solo pedregoso ou arenoso”, como informa o Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo (USP).

Atrativos como lindas cachoeiras, poços e rios.

Para se ter uma ideia da importância dessa vegetação, os campos rupestres não chegam a 1% do território brasileiro, “mas abrigam cerca de um terço da biodiversidade vegetal do país”, como atesta um artigo publicado pelo Departamento de Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas). Eles situam-se, em geral, em altitudes superiores a 900 metros. Localizam-se, em sua maior extensão, na cadeia do Espinhaço em Minas Gerais”. Muitas das espécies são endêmicas, ou seja, só existem naquele local.
Campos rupestres

Portanto, desbravar as trilhas que levam às cachoeiras, às nascentes e aos poços — além de se encantar com a grandiosidade do desenho da natureza que esculpiu o maciço do Espinhaço — é também ir ao encontro de uma vegetação que por si só é um admirável atrativo. Pra começar, durante todo o ano, os campos estão floridos e podem-se admirar orquídeas de todos os tipos e tamanhos, muitas margaridas, diferentes bromélias e cactos, os incríveis liquens coloridos que envolvem grandes pedras e árvores de bom porte, como ipês e quaresmeiras. Há ainda as fantásticas canelas-de-ema-gigantes, cuja base do tronco pode chegar a 1 metro de circunferência, e a planta pode atingir até 6 metros de altura. As sempre-vivas também são numerosas e fascinam pelas flores secas que nunca perdem a cor nem murcham.

No meio de tanta beleza verde, indiscutíveis tesouros botânicos, sobrevoam pássaros de diferentes espécies, como pica-paus, beija-flores, sabiás, tucanos e os raros pintassilgos e azulões. É possível ainda se deparar com aves como as codornas e perdizes, sem contar os majestosos gaviões. É preciso destacar que duas espécies de pássaro são endêmicas: o passarinho conhecido como cipó canesteros e o beija-flor-de-gravata-verde. Ambos despertam curiosidade e são pesquisados por ornitólogos brasileiros e estrangeiros, além dos praticantes do birdwatching — os observadores de pássaros, que os registram por meio de fotografia e filmagem.

Da fauna, com sorte, é possível se deparar com mamíferos como macacos, capivaras, tamanduás-mirim, lontras e até bichos raros como veado, jaguatirica e lobo-guará, ou apenas visualizá-los de longe.

Desbravar as trilhas

Após contextualizar as informações básicas do que é esse encantador lugar chamado Lapinha da Serra e também descrever fundamentais características da geografia local, os próximos capítulos desta reportagem se voltam especificamente para descrever os atrativos que podem ser alcançados pelas diferentes trilhas que lá existem. Afinal, o objetivo aqui é desvelar um recanto de uma preciosidade tão grande que é capaz de agregar as melhores possibilidades no que se refere a modalidades como o ecoturismo e o turismo de aventura. E mais: a Lapinha da Serra precisa ser preservada em toda a plenitude natural, inclusive até servindo de modelo para uma experiência bem-sucedida de um lugar que pratica o turismo sustentável.

Referência para o ecoturismo e o turismo de aventura.

Não é por acaso que lá existem algumas regras essenciais para orientar o turista: é proibido acampar, exceto em áreas autorizadas para camping; fazer churrascos nas cachoeiras, rios e lagos; utilizar-se de barco a motor; som alto nos automóveis; estacionar próximo à lagoa e à cachoeira; a velocidade máxima permitida é de 20 km/h; e pede-se não andar pela vila usando trajes de banho. É permitido nadar, barco a remo, caiaques e praticar pesca esportiva com vara, para fisgar peixes como traíra, tilápia ou bagre.

Lagos

Para explorar todas as belezas da Lapinha, vale muito a pena aventurar-se por todas as trilhas disponíveis. A começar pela grande represa, que é formada por dois lagos.
Resultado de uma obra de engenharia, a estrutura colabora com um colorido estonteante para a paisagem. Os lagos são separados pelos paredões das serras que desenham os picos da Lapinha e do Breu. Um canal de água que passa entre eles separa os dois lagos. O primeiro lago fica muito próximo ao vilarejo, a poucos passos da Praça Central. Na margem dele, além das casas dos moradores, existem pousadas, chalés e casas que são alugadas para temporada. Existem alguns pontos onde é possível entrar na água e se refrescar com tranquilidade.

Já o outro lago fica um pouco mais distante, mas, como é mais isolado, com poucas construções no entorno, revela um cenário quase que intocado de grande beleza. Para chegar lá, é preciso caminhar em direção a um lugar chamado Capão Fundo, que fica na direção oposta à saída da Lapinha. São dois caminhos: pode-se seguir a estrada ou pegar uma trilha. Uma vez próximo, algumas trilhas levam à margem da grande lagoa, onde se formam algumas aprazíveis praias. Outras duas ótimas opções para explorar a lagoas: alugar barcos a remo ou caiaques.

Há ainda uma excelente possibilidade para apreciar de uma incrível maneira esse estonteante lugar: subir o Pico da Lapinha — com a companhia de guias especializados, aconselha-se —, de onde se tem uma simplesmente indescritível vista panorâmica da região.

A espetacular vista do alto do Pico da Lapinha.

Longas caminhadas

A caminhada é longa e até certo ponto árdua. Mas, para quem é apaixonado pelas diferentes possibilidades de belezas naturais que só uma região quase que intocada pode oferecer, vale muito a pena trilhar os 11 quilômetros até chegar à espetacular Cachoeira do Bicame. O trajeto desvela praticamente todas as paisagens e a riqueza da biodiversidade da Serra do Espinhaço. É emocionante o impacto de visualizar a queda d’água e o grande poço formado pelo Bicame. A foto que ilustra esta reportagem é plenamente capaz de traduzir a grandiosidade da linda cachoeira.
Ela é formada pelo Rio de Pedras e integra a Reserva Natural do Patrimônio Natural (RPPN) Brumas do Espinhaço. O nome Bicame é devido à construção de um desvio feito para modificar o trajeto natural do leito do rio, uma forma de explorar diamantes no local, o que ocorria até meados do século passado. O desvio fica ao lado da cachoeira e pode ser visitado.

Todas as paisagens da Serra do Espinhaço.

Outra boa caminhada é em direção à Cachoeira do Lajeado, essa, mais fácil, mas também exige certo esforço para percorrer 6 quilômetros nas trilhas que serpenteiam entre as serras, os braços do lago e o Rio Mata Capim. As quase duas horas são surpreendentes pela beleza proporcionada pela vista das serras e pelos riachos com águas cristalinas que aparecem pelo caminho. No final do trajeto, surge o Paredão do Lajeado e, logo abaixo, um grande poço de águas claras, delicioso para banhos.

A incrível Cachoeira do Bicame.

Devido às chuvas, em algumas épocas do ano, o Paredão do Lajeado se transforma numa impressionante cachoeira.

Parte do paredão do Lajeado e o grande poço.

Trilhas próximas

Das trilhas mais próximas, um relaxante passeio é ir em direção ao Poço do Boqueirão. De águas escuras, porém límpidas, o poço de imediato convida para um belo mergulho. Muito próximo a ele, no meio da trilha, ainda há outro local onde a combinação águas e rocha forma uma incrível ducha natural. E, um pouco mais adiante, tem o Poço Verde, de águas incrivelmente claras. Como o acesso é fácil e a trilha muito tranquila de ser percorrida, é um passeio propício a pessoas de todas as idades.

Águas límpidas: assim são todas as cachoeiras.

Outra atração nas proximidades da vila é a Cachoeira do Rapel, esculpida no Paredão da Serra do Breu. Como o nome indica, os 30 metros de queda d’água atraem os esportistas de aventura para a prática do rapel. Já a Cachoeira do Paraíso, também no Paredão da Serra, convida à contemplação e a instantes de sossego. Como é lugar de captação das águas para o consumo dos moradores do vilarejo, não são permitidos os banhos. Todavia, é uma ótima opção apreciar as três quedas em sequência, cercada por matas ciliares. E o mais incrível: além dos jardins naturais que florescem embelezando o caminho, é emocionante a vista panorâmica de todo o complexo dos lagos. Outro detalhe da cachoeira, que também é conhecida como “Paradise”, é o enorme volume de água que ganha na época das chuvas. É uma visão impressionante e encantadora.

E, por falar em mata, outra dádiva da natureza é a Cachoeira da Conversa, formada pelo riacho de mesmo nome, que é emoldurado por uma densa mata ciliar. A cachoeira se espalha em 40 metros de queda. Uma curiosidade a respeito do nome do local: conta-se que, quando há conversas na margem, elas são perfeitamente ouvidas ao longe, riacho abaixo.

Poço do Soberbo

Um atrativo que mistura uma extraordinária beleza natural com estórias, “causos” e lendas é o Poço do Soberbo. Pra começar, a caminhada até lá é de alto grau de dificuldade, o que, evidentemente, exige muita disposição e preparo físico. Porém, é extremamente compensador chegar ao maior poço de toda a região da Serra do Cipó, o qual mede cerca de 30 metros de diâmetro e tem 18 metros de profundidade. O Soberbo formou-se em um profundo vale, circundado por grandes escarpas, onde se encontram as águas do Ribeirão Soberbo, do Rio das Pedras e do Córrego Fundo. Para encantar ainda mais a visão, o poço parece ser alimentado por uma forte queda d’água. E um pouco mais a frente, o Rio das Pedras serpenteia em meio a um cânion.

Das estórias e lendas, conta-se que, no início da década de 1960, ingleses ou norte-americanos (não se sabe ao certo), começaram a explorar diamantes no Poço do Soberbo. O trabalho exigia o desvio dos cursos d’água para que fosse possível secar o poço, pois as pedras de diamante, muito mais pesadas que as demais, estariam nos lugares mais fundos. Ocorre que, no ano de 1963, uma grande cheia destruiu o que havia sido construído, levando o dique de desvio, e, assim, a exploração ficou inviabilizada.

Porém, moradores mais antigos dizem que a aparição todas as noites de misteriosas e fortes luzes espantou os estrangeiros. O fato é que ficaram ruínas, equipamentos e maquinários utilizados na atividade garimpeira.

Outro “causo” famoso na região garante que, certa feita, um garimpeiro encontrou uma grande pedra de diamante em uma das margens do Soberbo. Ele teria gritado que, com essa “pedra na mão, nem Deus pode comigo”. Foi então que a pedra escapuliu das mãos dele e caiu na água. Ele imediatamente mergulhou atrás, mas nunca voltou das profundezas do Poço do Soberbo.

Sítio Arqueológico

Localizado na margem oposta dos lagos do vilarejo, o Sítio Arqueológico da Lapinha da Serra fica encravado no sopé do Pico do Breu. Para chegar lá, é preciso atravessar um dos lagos por meio de barcos conduzidos pelos moradores. O sítio é composto, no solo, por sete camadas estratigráficas, sendo que cada uma delas possui uma idade cronológica diferente. Tais camadas revelam vestígios de diferentes civilizações que lá viveram há mais de 10.000 anos. Existem, por exemplo, carvão produzido por fogueiras, esqueletos humanos e de diferentes animais, instrumentos utilizados para a sobrevivência, além das pinturas rupestres.
Uma constatação científica muito importante revela que as pinturas rupestres não foram realizadas por meio de extratos vegetais. Elas foram desenhadas a partir de óxidos e hidróxidos de manganês e ferro — elementos presentes na região da Serra do Cipó. Os tons de cores das pinturas rupestres — como creme, amarelo, mostarda, laranja, rosa, vermelho, vinho, marrom e preto — foram obtidos por meio do uso de outros pigmentos, como os presentes nos fragmentos de ninho de cupim e nos fragmentos de grafita.
O Sítio Arqueológico trata-se, portanto, de mais um encantador, além de muito impressionante, atrativo desse memorável lugar chamado Lapinha da Serra.

Da Lapinha da Serra à Cachoeira do Tabuleiro

A travessia Lapinha-Tabuleiro é consagrada pelos montanhistas e pelos praticantes de ‘trekking’ como uma das mais incríveis do país.

Pausa para contemplar: travessia Lapinha/Tabuleiro.

A travessia Lapinha-Tabuleiro é consagrada pelos montanhistas e pelos praticantes de trekking como uma das mais incríveis do país. Tanto é verdade que ela é também classificada como uma travessia clássica, cuja fama já se espalhou pelo Brasil e alcançou o exterior. Por esse trajeto, ao longo de mais de um século, passaram os tropeiros que transportavam mercadorias como alho e cebola, os principais produtos da região da Lapinha da Serra que eram entregues no Mercado Municipal de Conceição do Mato Dentro.

A trilha inicia-se na Lapinha e, é claro, termina na fantástica Cachoeira do Tabuleiro, que possui 273 metros de queda — a mais alta de Minas Gerais e a terceira mais alta do Brasil. As distâncias podem variar de 28 a 40 quilômetros, dependendo da rota escolhida. É até redundante descrever a simplesmente indescritível paisagem do caminho, que reúne todas as belezas enumeradas nesta reportagem. Embora seja classificado como “difícil”, muitos consideram o trekking como de grau médio de dificuldade.

O impressionante visual cachoeira do Tabuleiro.

Dentre as opções de rota, existe uma chamada de “tradicional”, que segue para contornar os picos da Lapinha e do Breu. Nessa, são poucos os trechos de subidas muito íngremes. A outra opção seria a rota “alternativa”: nessa, é preciso subir até o Pico da Lapinha — também conhecido como Cruzeiro, em razão de uma cruz existente no topo. O ganho dessa trilha é a estupenda vista, como mostra a foto que ilustra esta reportagem. A diferença entre as rotas está apenas no começo do trajeto, partindo da vila. No restante do percurso, o caminho é o mesmo.

Para a primeira parada, o local chamado de Prainha do Rio Parauninha é uma ótima opção para acampar. O lugar é uma área plana, que lembra um gramado, e a água está bem próxima, na pequena praia logo adiante. A outra possibilidade já conhecida é passar a noite no camping da casa da dona Ana Benta, 1 quilômetro após a primeira opção.

Para a seguinte pernoite, a dica costumeira é a casa da dona Maria e do seu Zé. É permitido acampar na área do entorno, que oferece água limpa de uma torneira externa e do riacho que corre nas proximidades. Há ainda as ofertas de banho com chuveiro frio, no quintal, ou quente, dentro da residência. O casal ainda pode servir almoço e jantar, porém sob encomenda.

A gloriosa parte final da travessia é a Cachoeira do Tabuleiro. É possível chegar para conhecer as partes alta e baixa da cachoeira, localizada no Parque Estadual da Serra do Intendente. Na parte superior, além dos poços maravilhosos e das pequenas quedas d’água para banhos, é um espetáculo visualizar a cachoeira por cima ao nos debruçarmos sobre um precipício de cerca de 300 metros de altura.

Na parte baixa, além do visual inesquecível do mirante, localizado a poucos metros da portaria do parque, agora é possível descer uma longa escadaria inaugurada recentemente. Em um percurso de aproximadamente 2,5 quilômetros — no meio do caminho, há bancos e mirantes, para um providencial descanso —, os degraus levam às proximidades do gigantesco poço de cerca de 50 metros de diâmetro, cuja profundidade chega a 20 metros. Para chegar às águas, é preciso atravessar algumas grandes pedras. No mais, é ter cuidado e aproveitar a estonteante beleza de um recanto natural de uma inebriante beleza.

FONTE REVISTA SAGARANA

Lapinha da Serra – Serra do Cipó: uma joia em Minas Gerais

Para os viajantes que buscam passar dias tranquilos em contato com uma natureza exuberante, Lapinha da Serra é o lugar perfeito! O pequeno vilarejo é uma joia escondida na entre as serras de Minas Gerais.

Eu e Gu gostamos de aproveitar as viradas de ano para explorar as belezas de MG e já estávamos namorando as lagoas, cachoeiras e o incrível paredão de pedra de Lapinha da Serra a algum tempo. Por ser um destino sossegado e no meio do mato, foi o lugar perfeito para renovar as energias perdidas em 2020, com segurança.

Sobre Lapinha da Serra

A 143 km de distância de Belo Horizonte, localizado no distrito de Santana do Riacho, na região da Serra do Cipó, Lapinha da Serra é uma joia escondida na Serra do Espinhaço.

Para chegar até o pacato vilarejo, levamos cerca de 2h30 a partir de BH, sendo que os últimos 12 km foram de estrada de terra (que estava em boas condições). Chegando lá e passeando pelas ruas de terra batida, tivemos a certeza de que escolhemos o lugar certo para nos desconectar por alguns dias!

Com pouco mais de 300 habitantes que sobrevivem da agricultura familiar e do ecoturismo, Lapinha da Serra conta com algumas regras que os visitantes devem seguir: não é permitido som alto, andar com roupas de banho pela cidade ou jogar lixo no chão.⠀

Também é importante saber:

  • Não há sinal de celular em Lapinha da Serra. Nos conectamos na internet apenas pelo wifi da pousada⠀
  • Não há postos de gasolina
  • Não há hospitais, apenas uma farmácia no vilarejo, mas sugiro que você leve os principais medicamentos que está habituado a tomar
  • Diferente do que é falado em muitos blogs, atualmente já há várias lojas e restaurantes que aceitam cartões de crédito ou transferências pix. Mas, de qualquer forma, recomendo que você leve dinheiro em espécie
  • Não é permitido fazer churrasco ou estacionar carros próximo às cachoeiras, lagos ou represas⠀
  • Só é permitido acampar em áreas reservadas para camping
  • Para fazer as trilhas, não se esqueça das roupas com proteção UV, chapéus, bonés, protetor solar e óculos escuros. Se você tiver calçados apropriados para trekking, saiba que eles também serão bem-vindos

Lapinha da Serra e o COVID-19

Visitamos Lapinha da Serra no réveillon de 2021, por isso o local estava mais cheio devido ao feriado. Mas mesmo assim nos sentimos seguros em relação ao COVID-19. Tomamos os cuidados necessários e percebemos que os estabelecimentos estavam seguindo as regras propostas.

Pousada em Lapinha da Serra

Lapinha da Serra conta com belíssimas opções de hospedagem e tivemos muita dúvida na hora de escolher. Estávamos buscando uma hospedagem com vista para o belíssimo paredão de pedra e com acesso direto a lagoa principal do vilarejo. Com isso, a Pousada Dubreu se encaixou perfeitamente com o que procurávamos!

Além de um espaço físico muito agradável e bem decorado, fomos recepcionados pelo Marcelo e pela Gláucia, donos da pousada e de uma simpatia imensa! Adorei conhecê-los, saber um pouco mais sobre sua história e receber as preciosas dicas de passeio do Marcelo, que é visivelmente apaixonado por Lapinha e conhece muito bem cada cantinho do vilarejo.

Escolhemos o bangalô 1 para passar as 3 noites por lá. A acomodação conta com cozinha completa (com todos os itens necessários para cozinhar), espaço de convivência com mesa e sofá, varandinha com rede e com uma belíssima banheira com vista para a lagoa e para o paredão. Além disso, a limpeza e o cuidado com os detalhes de decoração me chamaram bastante atenção!

O café da manhã da Pousada Dubreu é delicioso! É muito farto e conta com delícias típicas da cozinha mineira. Mas o item que mais se destacou foi o DELICIOSO pão de mandioca feito pelo Maurício (colaborador da pousada)! Só de lembrar eu fico com água na boca!

Além de relaxar na jacuzzi, de passar o tempo na rede ou na gangorra, a pousada disponibiliza caiaques e pranchas de stand up paddle para os hóspedes.

Adoramos a experiência e já queremos voltar! Recomendo que você siga a Pousada Dubreu no Instagram para não se esquecer dessa ótima opção de hospedagem em Lapinha da serra.

O que fazer em Lapinha da Serra

Lapinha da Serra esbanja belezas naturais! Há diferentes passeios que alegram tanto quem está em busca de tranquilidade ou aqueles que curtem aventura. Confira uma lista com opções do que fazer por lá:

  • Se refrescar nas cachoeiras, poços e lagoas da região
  • Fazer trilhas a pé, de bike ou a cavalo por lugares belíssimos
  • Praticar rapel na Cachoeira do Rapel
  • Subir até o pico da Lapinha ou até o Pico do Breu para ter uma vista panorâmica do vilarejo
  • Visitar sítios arqueológicos e ver pinturas rupestres
  • Andar de caiaque
  • Praticar stand up paddle
  • Se aventurar na famosa travessia Lapinha X Tabuleiro, trilha de 2 a 3 dias para conhecer a cachoeira mais alta de Minas Gerais!

Durante nossa estadia por lá, além de passear pelo vilarejo e conhecer vários cantinhos lindos de Lapinha da Serra, nós fizemos apenas um passeio mais longo para a Cachoeira do Lajeado.

Cachoeira do Lajeado

Decidimos fazer trekking até a belíssima Cachoeira do Lajeado. São 6 km de distância que podem ser percorridos a pé, a cavalo ou de caiaque (em apenas uma parte do caminho). A trilha até a cachoeira é considerada de dificuldade média, devido à distância e também ao terreno íngreme e com cascalho bem no finalzinho do caminho. Mas nada com o que se preocupar!

Levamos cerca de 2h30 na ida, percorrendo paisagens belíssimas e sentindo bastante calor devido ao sol forte que estava no dia. Por isso, chegar até o Lajeado e poder mergulhar naquela água geladíssima foi um alívio! O lugar é muito agradável e a vista do paredão de pedra de 43 metros de altura é realmente impressionante!

Depois de algumas horas desfrutando daquela paisagem, o tempo começou a fechar. Nos apressamos para voltar, mas a chuva nos pegou no caminho. Mas tudo bem, afinal, um banho de chuva pode ser renovador!

Além disso, devido à chuva eu pude ver uma imagem que me marcou profundamente e entrou para a lista das “coisas mais lindas que já vi nesse mundo“: surgiram inúmeras cachoeiras no icônico paredão de pedra de Lapinha da Serra, que estava completamente dourado ao refletir a luz do sol. Não tem foto que consiga passar toda a beleza daquilo!

Apesar da dificuldade em atravessar alguns trechos que estavam com bastante água após a chuva, faria tudo de novo! Amei essa experiência e super recomendo o passeio até a Cachoeira do Lajeado.

Cachoeira do Rapel + Poço de Pedras

A cachoeira do Rapel é um atrativo belíssimo, próximo ao centro comercial do vilarejo e de fácil acesso. Seja para se aventurar fazendo rapel ou simplesmente para se refrescar, recomendo fortemente essa cachoeira.

Do centro comercial até a portaria que dá acesso à cachoeira, é necessário percorrer 1km de distância. Chegando na portaria, você precisará realizar um cadastro e pagar R$15 por pessoa (valor de janeiro de 2022).

A partir desse ponto é necessário percorrer quase 2 km para chegar na Cachoeira do Rapel. O caminho é bem demarcado (basta seguir as estacas de madeira pintadas de azul) e com dificuldade média, devido às subidas, descidas e ao cascalho.

No caminho, você também poderá desfrutar de outra linda cachoeira, o Poço de Pedras:

Mas recomendo que não pare a caminhada por aí! Atravesse essa cachoeira e deixe o banho no Poço de Pedras no momento em que estiver voltando do Rapel.

A partir do Poço, o percurso fica um pouco mais difícil, mas vale a pena passar por isso e alcançar o belíssimo destino final.

Para essa trilha, recomendo que leve lanche, protetor solar, boné, óculos escuros, repelente e bastante água.

Onde comer

Para que a experiência em Lapinha da Serra seja completa em todos os sentidos, não deixe de experimentar as delícias que são servidas no Casulo Risoteria & Gelateria.

Tive o prazer de provar alguns pratos e gelatos do restaurante, onde o cardápio tem influência Italiana, e só tenho uma palavra para descrever o que eu sinto: SAUDADES hahaha ❤

Além de valorizar os produtores locais e se preocupar com a sustentabilidade, a vista e a vibe do lugar são ótimas! A aura leve e simpática da Marina, proprietária do Casulo, exala pelo restaurante!

FONTE PARTILHAR.COM

Cachoeiras de Lapinha da Serra: um paraíso natural perto da capital mineira

Para quem gosta de cachoeiras, Lapinha da Serra é o lugar certo. O pequeno vilarejo com menos de 500 habitantes fica a 140 quilômetros de Belo Horizonte. Todavia, sua exuberância não está somente nas águas, pois a natureza dá um show de beleza em seus picos, montanhas, grutas e sítios arqueológicos que precisam ser visitados.

Essa região rústica está situada entre a Serra do Cipó e a Serra do Espinhaço, o que tem atraído turistas para lá. O distrito não tem infraestrutura e há poucas opções de pousadas e restaurantes, mas você pode alugar casa ou acampar. Conheça um pouco mais sobre o lugar, no artigo, e faça seu roteiro.





Como chegar nas cachoeiras de Lapinha da Serra?

Independentemente da região de onde partir no Brasil de avião, você deverá descer em Belo Horizonte, no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, ou no de Confins, Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Depois, poderá seguir de carro ou ônibus até Lapinha da Serra.

de carro: pegará a estrada MG-10 em direção à Serra do Cipó. Fique observando, que terá uma placa dizendo “Sejam bem-vindos à Serra do Cipó”. Na próxima rotatória, vire à esquerda. Você entrará na cidade Santana do Riacho. Assim, continue até encontrar uma estrada de chão. Siga até ver duas bifurcações, pegue a da direita, que dará no paraíso ecológico; de ônibus: em Belo Horizonte, há saídas diárias para Santana do Riacho. Lá, poderá pegar um táxi até o distrito.





Onde se hospedar em Lapinha da Serra?

Você pode se hospedar em áreas de camping e até em chalés luxuosos. Por isso, veja qual combina mais com seu perfil para fazer as reservas:

Camping Bromélias — espaço de acampamento com banheiro e café da manhã. Também tem a opção de contratar um guia local e um translado para orientar nos passeios;

Pousada Opicodocipo — oferece quartos separados com varanda e privacidade. Outra vantagem dela é que está a 10 minutos de caminhada de um poço natural;

Casa e Bangalô do Sóter — totalmente equipado e com piscina para seus dias de descanso;      

Casa do Teuler — tem casas e chalés luxuosos para alugar, com acomodações de até oito pessoas e piscina de borda infinita.





O que fazer em Lapinha da Serra? 

Uma coisa vamos garantir: você não ficará parado em Lapinha da Serra, pois é tanta exuberância da natureza que, se não fizer um bom roteiro, sairá de lá sem conhecer tudo. Desse modo, veja algumas sugestões de locais para apreciar, descansar a mente e se divertir.

Cachoeira do Lajeado

Muito famosa, a Cachoeira do Lajeado tem uma queda de 40 metros que percorre um paredão rochoso e deságua em um poço grande e profundo, com águas cristalinas. Ótimo lugar para mergulho e banho.

Cachoeira Paraíso

Na Cachoeira Paraíso, os visitantes podem apenas observar, porque suas águas abastecem o vilarejo e são consumidas pelos moradores. A queda e o volume de água são um espetáculo à parte, além do verde que emoldura o lugar.

Cachoeira do Bicame

Localizada na RPPN Brumas do Espinhaço e formada pelo Rio das Pedras, essa cachoeira de Lapinha da Serra recebe esse nome devido a um desvio do seu leito natural, que foi construído para explorar diamantes, no século passado. Ela tem uma queda de 30 metros e poço.

Para chegar lá, é preciso contratar um guia e estar preparado para uma caminhada de nove quilômetros. Porém, só podem entrar no ambiente 30 pessoas por dia.

Poço do Boqueirão

Muito visitado, o Poço do Boqueirão oferece mergulho e banhos refrescantes, com 20 metros de profundidade. Mesmo com suas águas escuras, é muito procurado nos dias quentes pelos banhistas.

Poço do Soberbo

É considerado o maior poço natural da Serra do Cipó, com 18 metros de profundidade e 30 metros de diâmetro, que são alimentados por um ribeirão, um rio e um córrego. Ao seu redor, há formação de escarpas rochosas, abrangendo um cânion, por onde atravessa o Rio das Pedras.

Ali, existem muitos mistérios e lendas, o que tem atraído os visitantes. Entretanto, para chegar a esse local, percorrerá uma trilha difícil, de 18 quilômetros, e é necessário ter um guia para não se perder. O esforço é grande, mas vale a pena!

Travessia Lapinha — Tabuleiro

Quem é adepto de esporte de aventura precisa conhecer a travessia com saída de Lapinha da Serra até a Cachoeira do Tabuleiro. Ela é considerada a mais alta de Minas Gerais e a 3ª maior do Brasil, com 270 metros de altura.

Se quiser participar da aventura, saiba que são três dias de viagem, percorrendo 30 a 40 quilômetros de paisagens extraordinárias que ajudam o cansaço a desaparecer.

Cachoeiras de Lapinha da Serra

Stand up paddle

Mais um esporte radical que pode ser praticado é o stand up paddle, ao percorrer os rios para descobrir lugares paradisíacos. No entanto, alugue os equipamentos corretos e tenha aulas antes de se aventurar. Se for iniciante, contrate um guia local para orientar o passeio e leve dinheiro, porque alguns trechos podem ser cobrados.

Pico da Lapinha

Com 1.493 metros de altura, terá a mais bela vista de Lapinha da Serra. Se fizer a trilha, notará que é bem demarcada, logo, não necessitará de guia. São 5 quilômetros de subida até o topo, mas há um ponto de descanso com banheiro e água. Geralmente, o percurso é realizado em cinco horas, com acesso de nível médio a difícil, porque há locais bem íngremes.

Pico do Breu

Com uma pequena diferença do Pico da Lapinha, o Pico do Breu conta com 1.687 metros de altitude, sendo o mais alto da região. Em seu topo, encontrará pinturas rupestres, esqueletos humanos e de animais, vestígios de civilização de 10 mil anos.

Sítio Arqueológico da Lapinha

Nesse Sítio Arqueológico, descobrirá pinturas rupestres de sete mil anos. Para isso, deverá percorrer trilha ou ir de barco, se a lagoa estiver cheia. Lá, verá história, paisagens e ambientes bem diferentes do que normalmente estamos acostumados.

Ao conhecer as cachoeiras de Lapinha da Serra, leve um agasalho porque o clima lá tem suas variações. Também, carregue dinheiro, porque pode ser que no momento do pagamento, ao utilizar cartão de débito ou crédito, o Wi-Fi não funcione, visto que a internet não é muito estável.

FONTE VEM VOAR VOE AZUL

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