PF indicia 40 agentes da PRF e policiais militares por 26 mortes em cidade mineira

Em outubro de 2021, 26 pessoas foram mortas em dois sítios; policiais foram indiciados por homicídio qualificado, tortura e fraude processual.

A Polícia Federal (PF) indiciou 40 policiais por participação numa operação que deixou 26 mortos em uma chacina em Varginha (MG) em 31 de outubro de 2021.

Do total de indiciados, 24 são do grupo de elite da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e 16 atuam no Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Minas Gerais.

Os 40 policiais foram indiciados por homicídio qualificado, tortura e fraude processual.

A CNN teve acesso ao relatório da PF. Nele, o delegado do caso narra o dia do crime: “por volta das 5h:00, ao alvorecer, aguardando o primeiro sinal de luz solar, o dispositivo policial já colocado – atiradores de precisão posicionados em locais privilegiados, militares alinhados no lado direito do imóvel, PRF próximo ao muro defronte a rua – e já decidido pelo assalto ao imóvel iniciam-se as manobras de entrada. Primeiramente, uma caminhonete da PRF derruba o portão principal do Sítio”.

O investigador continua: “logo após equipe tática inicia entrada no perímetro alvejando as janelas frontais da edificação. Fração da tropa caminha até a entrada principal e arromba a porta da sala. Um grupo adentra ao imóvel e inicia a visualização dos que ali estavam e que, a essas alturas, corriam recém-despertos, desorientados e em desespero sem entender o que ocorria. Todos eram alvejados”.

“Quem passa pela mira dos policiais é alvejado. Final da ação: 26 mortos. Nenhum policial ferido. Aproximadamente 500 disparos efetivados pelos agentes do Estado. Aproximadamente 300 cartuchos deflagrados encontrados pela perícia. Somente 20 disparos atribuídos às armas dos roubadores. Neste computo, há de se ressalvar aquelas para as quais as evidências apontam para tiro simulado perpetrado pelos próprios policiais”, detalhou a PF, no documento enviado à Justiça Federal.

A Polícia Federal também destaca possível fraude processual e diz que em 14 de maio de 2023, dois anos após a ocorrência dos fatos investigados, a defesa técnica dos policiais rodoviários federais requereu, sem justificar o porquê, a juntada aos autos de vídeos supostamente produzidos às vésperas da ação. O conteúdo dos vídeos são imagens aéreas produzidas por drone – supostamente controlado por um dos policiais que atuou na investida policial e revelam os chamados sítio 1 e Sítio 2 antes da morte dos suspeitos.

“Em verdade, a oferta extemporânea das referidas imagens revelou, ressalvado melhor juízo, sério descompromisso da Polícia Rodoviária Federal com a presente investigação. Qual a razão de dito material não ter sido prontamente entregue à autoridade policial já no dia dos fatos? Qual a razão de todos os policiais rodoviários federais terem sido perquiridos em sede administrativa e em sede policial e terem olvidado tão relevante informação? Onde estava esse material nos últimos dois anos? Quem dele tinha conhecimento?”, indagou o delegado do caso.

Relembre o caso

Em 31 de outubro de 2021, 26 pessoas foram mortas em dois sítios de Varginha em uma operação da PRF e da PMMG. A operação teve o objetivo de combater a investida de um grupo de assaltantes de banco. Segundo a apuração na época, o grupo roubaria um banco no dia seguinte.

Os criminosos eram de seis unidades da federação (Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Pará, Rondônia e São Paulo).

À época, a PRF – responsável por rodovias – considerou a operação um sucesso contra o crime organizado, mas a reconstituição pericial mostra que algumas das pessoas mortas estavam desarmadas ou deitadas e escondidas embaixo de mesas.

Outro lado

A CNN procurou a PRF e a PMMG para comentar o caso. A Polícia Rodoviária Federal respondeu em nota que “combateu um grupo criminoso dedicado à tomada de cidades para cometimento de ilícitos, prática de banditismo comumente conhecida como ‘Novo Cangaço’”. E que, “na ocorrência, um farto armamento foi apreendido: metralhadora .50, fuzis de grosso calibre, pistolas, dezenas de quilos de explosivos e grande quantidade de carregadores e de munições”.

“A PRF destaca o compromisso com os limites constitucionais e a defesa do estado democrático de direito, incluídos o princípio da presunção de inocência dos agentes, a garantia ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa. A Polícia Rodoviária Federal colabora com os órgãos competentes para esclarecimento de todos os aspectos da ocorrência. No âmbito administrativo, a Corregedoria-Geral da PRF reabriu procedimento apuratório ainda em 2023 frente ao surgimento de novas evidências”, finaliza a nota.

FONTE CNN BRASIL

Moradores da Zona Rural da Varginha reivindicam melhorias

Na sessão ordinária realizada no dia 21/09/2023 na Câmara Municipal, foi discutido, votado e aprovado por todos os vereadores, o requerimento de nº 479/2023, de autoria da vereadora Damires Rinarlly (PV), que trata das condições estruturais da área da comunidade da Varginha.

Durante a fiscalização, a vereadora percorreu as estradas da zona rural juntamente de um morador da região e constatou-se a necessidade de intervenção do Poder Público para realizar melhorias nas estradas que dão acesso a comunidade, especialmente antes do período chuvoso, tendo em vista que quando chove os moradores da Varginha ficam ilhados. Alguns moradores relataram que que precisam levar os seus filhos para estudarem em Ouro Branco pois não se sentem seguros para se deslocarem sentido Conselheiro Lafaiete.

Após a fiscalização da estrada, Damires retornou na comunidade para uma reunião com os moradores em busca de ouvir as demandas da população que vão além da estrada. Uma das reivindicações que mais chamou a atenção da vereadora foi o fato dos moradores relatarem a falta de energia elétrica em suas próprias residências. Além da falta de luz, foi comprovada a necessidade de melhorias também na cobertura de sinal telefônico e instalação de bueiros.

A discussão do requerimento foi acompanhada pelos moradores da comunidade que se fizeram presente no Plenário da Câmara Municipal.

Moradores da Zona Rural da Varginha reivindicam melhorias

Na sessão ordinária realizada no dia 21/09/2023 na Câmara Municipal, foi discutido, votado e aprovado por todos os vereadores, o requerimento de nº 479/2023, de autoria da vereadora Damires Rinarlly (PV), que trata das condições estruturais da área da comunidade da Varginha.

Durante a fiscalização, a vereadora percorreu as estradas da zona rural juntamente de um morador da região e constatou-se a necessidade de intervenção do Poder Público para realizar melhorias nas estradas que dão acesso a comunidade, especialmente antes do período chuvoso, tendo em vista que quando chove os moradores da Varginha ficam ilhados. Alguns moradores relataram que que precisam levar os seus filhos para estudarem em Ouro Branco pois não se sentem seguros para se deslocarem sentido Conselheiro Lafaiete.

Após a fiscalização da estrada, Damires retornou na comunidade para uma reunião com os moradores em busca de ouvir as demandas da população que vão além da estrada. Uma das reivindicações que mais chamou a atenção da vereadora foi o fato dos moradores relatarem a falta de energia elétrica em suas próprias residências. Além da falta de luz, foi comprovada a necessidade de melhorias também na cobertura de sinal telefônico e instalação de bueiros.

A discussão do requerimento foi acompanhada pelos moradores da comunidade que se fizeram presente no Plenário da Câmara Municipal.

Operação Novo Cangaço em Varginha é tema de audiência

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza audiência pública, nesta quarta-feira (15/12/21), para apurar os procedimentos adotados durante a operação policial realizada em Varginha (Sul de Minas), em 31 de outubro, que resultou em 26 mortes. A reunião será às 14 horas, no Auditório José Alencar.

O assunto gerou polêmica na Assembleia, com deputados questionando a operação e outros elogiando a força policial. A presidenta da comissão, deputada Andréia de Jesus (Psol), que solicitou a audiência, chegou a ser ameaçada nas redes sociais por defender a necessidade de se apurar os fatos. A parlamentar recebeu o apoio da Casa e de deputados.

A ideia da audiência, segundo Andréia de Jesus, é discutir a forma como funciona a segurança pública no Estado atualmente, além de dialogar sobre o que de fato é necessário para garantir a proteção de todos os mineiros. “A segurança pública da forma que é feita atualmente precisa ser repensada”, sustentou.

Convidados

Estão confimados para participar do debate o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais (Conedh-MG) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Robson Sávio Reis de Souza; o residente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MG, Rômulo de Carvalho; e o professor da Universidade Federal de Lavras, Fernando Nogueira Martins Júnior.

Também confirmou presença a chefe adjunta da Polícia Civil, a delegada Irene Angélica Franco e Silva Leroy.

FONTE ALMG

Empresário é morto e carbonizado pelo cunhado; PC investiga vingança

Filha do suspeito contou que foi estuprada pelo empresário dos 12 aos 14 anos; a polícia investiga a veracidade do fato e se isso pode ter motivado o assassinato

O corpo de um empresário de 48 anos, que estava desaparecido desde o último dia 27 de outubro em Varginha, no Sul de Minas Gerais, foi encontrado carbonizado nesta segunda-feira (8) pela Polícia Civil. 

Um homem de 51 anos, cunhado do empresário, foi preso suspeito do crime. Ainda não se sabe a motivação para o homicídio, mas a Polícia Civil ouviu a filha do suspeito, que atualmente tem 18 anos. Ela contou que foi estuprada pela vítima dos 12 aos 14 anos e que essa pode ser a motivação para o crime cometido pelo pai. 

Com a ajuda de câmeras de segurança, a Polícia Civil descobriu que suspeito e vítima saíram juntos cada um em um veículo e foram até uma casa. Depois, o suspeito da ré no carro e o empresário não é mais visto. Na casa, a perícia encontrou vestígios de sangue. Foi representada pela prisão preventiva do suspeito que ficou foragido até o último domingo (7), quando foi preso em Ipatinga, no Vale do Aço.

As investigações começaram após a mulher do homem morto procurar a Polícia Civil e contar que suspeito e vítima desapareceram. O corpo do empresário foi encontrado dentro do carro dele, na cidade de Machado, no Sul de Minas Gerais. O veículo e o corpo estavam carbonizados. 

A Polícia Civil ainda vai ouvir o suspeito para descobrir a motivação do crime, que segue em investigações.

FONTE O TEMPO

Novo cangaço: segundo bandido mais procurado de Minas teria participação no ataque a Varginha

Reportagem da Itatiaia conseguiu detalhes da investigação com fontes das forças de segurança

O segundo bandido mais procurado de Minas Gerais pode fazer parte da quadrilha do ‘novo cangaço’ que planejava atacar bancos em Varginha, no Sul de Minas, mas foi surpreendida pela operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar (PM) que terminou com 26 criminosos mortos. Fontes consultadas pelo repórter Renato Rios Neto, da Itatiaia, acreditam que Márcio Carmo Pimentel, de 41 anos, o Ian, iria participar da ação criminosa. 

Ian, que é natural do Vale do Aço, é o segundo bandido de Minas mais procurado pelas forças de seguranças. O criminoso possui 13 mandados de prisão em aberto e é considerado um dos mais perigosos assaltantes do país, sendo chamado de “o rei do cangaço”. 

Ian fugiu da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, em fevereiro de 2020, quando ele e mais três bandidos escaparam por um buraco. 

Um elo entre o ‘rei do cangaço’ e o crime de Varginha é a presença dele em um dos sítios de Romerito Araújo Martins, de 36 anos, o Dedinho, que é natural de Goiás e tem passagens por diversos crimes. Em 2009, Dedinho teria executado um rival do mundo do crime que seria X9, conhecido como dedo duro. Ele era considerado de alta periculosidade e tinha passagens por crimes como roubos a mão armada, formação de quadrilha e também uma condenação justamente por um roubo a banco em Minas. 

De acordo com fontes da Itatiaia, Romerito seria ligado a Ian e aumenta significativamente a chance que o foragido chegasse no momento do ataque. Além de ser extremamente ousado e perigoso,  Ian teria conhecimento técnico para manusear o fuzil ponto 50 que derruba até aeronaves.  O fato de Ian não estar em nenhum dos dois sítios reforça a teoria já divulgada pela Itatiaia de que os chefes do crime só chegam na hora que o domínio da cidade vai acontecer.

Romerito ainda teria ligação com outro famoso assaltante de banco, Onicesar Abrenhosa Guimarães, que se encontra preso em Uberlândia, no Triangulo Mineiro. 

As investigações sobre quadrilha de Varginha seguem sob sigilo de Justiça. Nessa segunda-feira (8) foi liberado o último corpo a ser identificado oficialmente, o do caseiro Adriano Garcia, de 47 anos. Ele tinha pelo menos sete passagens por furtos, entre outros crimes e que seria o elo local com a quadrilha do ‘novo cangaço’.

Relembre

A operação conjunta teve início nas primeiras horas do dia 31 outubro, um domingo, em dois sítios nos arredores de Varginha. Os suspeitos reuniam um arsenal de guerra nos dois imóveis no perímetro urbano de Varginha, como metralhadoras ponto 50, armamento que derruba até aeronaves. Conforme a polícia, houve confronto e um intenso tiroteio. Os 26 criminosos morreram. 

Há indícios de que os suspeitos mortos no confronto com a polícia eram membros do Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo.
 

O que é novo cangaço?

Usada para designar quadrilhas especializadas em grandes assaltos a bancos, a expressão “novo cangaço” foi cunhada há cerca de três décadas no Brasil. Bandos são responsáveis por crimes de grande repercussão, como o assalto à unidade do Banco do Brasil em Araçatuba, em São Paulo, onde os suspeitos pretendiam R$ 90 milhões e impactaram o país com imagens de populares usados como escudos-humanos. 

Em Minas Gerais, bem como em outras regiões do país, os suspeitos não chegam às cidades sem estar munidos com forte armamento – como metralhadoras de alto calibre capazes de derrubar aeronaves, fuzis e pistolas; alguns utilizam também carros blindados, e coletes balísticos são itens indispensáveis para esses criminosos. As ações do novo cangaço são marcadas por extrema violência.

FONTE ITATIAIA

Varginha: todos os mortos durante ação em MG são identificados

A Polícia Civil de Minas Gerais informou que todos os 26 corpos dos suspeitos mortos na ação conjunta da Polícia Militar e da PRF (Polícia Rodoviária Federal), em Varginha (MG), foram identificados. A identificação do último corpo foi concluída por meio de DNA.

Dos 26 corpos, 25 foram entregues aos familiares. Em nota, a polícia informou que 25 homens foram identificados por impressão digital. Os laudos foram realizados pelo Instituto de Identificação da PCMG, que concluiu 16, e pela Polícia Federal, que fez outros 11.

“Além do serviço de identificação dos corpos, a Polícia Civil esclarece que está em curso a investigação de fatos e circunstâncias para possíveis correlações com outros eventos”, diz o texto.

Na ação, ocorrida na madrugada de domingo (31), nenhum policial morreu ou ficou ferido. Os suspeitos estavam escondidos em duas chácaras onde, segundo as autoridades, arquitetavam uma ação aos moldes do que a polícia chama de “novo cangaço”, tática também conhecida como “domínio de cidades”.

A ação seria semelhante ao ataque ocorrido em Araçatuba (SP), quando foi planejado um roubo de R$ 90 milhões. De acordo com a PRF, houve confrontos no local e foram apreendidas armas, munições, granadas e veículos roubados. Também foi apreendida uma carreta com um compartimento secreto que, segundo a Polícia Civil, seria usada na fuga após o assalto.

Uma investigação paralela do Ministério Público de Minas Gerais ocorrerá em segredo de justiça. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a comissão de direitos humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais monitoram os desdobramentos das investigações conduzidas pela Polícia Civil e pela Polícia Federal. A PM, que também participou da operação, abriu inquérito policial militar para apurar as circunstâncias da ação.

Confira lista de identificados:

Artur Fernando Ferreira Rodrigues, 27 anos, Uberaba (MG);

Daniel Antonio de Freitas Oliveira, 35 anos, Uberlândia (MG);

Darlan Luiz dos Santos Brelaz, 41 anos, Goiânia (GO);

Dirceu Martins Netto, 24 anos, Rio Verde (GO);

Eduardo Pereira Alves, 42 anos, Brasília (DF);

Evando José Pimenta Junior, 37 anos, Uberlândia (MG);

Francinaldo Araújo da Silva, 44 anos, Eugênio Barros (MA);

Gerônimo da Silva Sousa Filho, 28 anos, Porto Velho (RO);

Gilberto de Jesus Dias, 29 anos, Uberlândia (MG);

Giuliano Silva Lopes, 32 anos, Uberlândia (MG);

Gleisson Fernando da Silva Morais, 36 anos, Uberaba (MG);

Isaque Xavier Ribeiro, 37 anos, Gama (DF);

Itallo Dias Alves, 25 anos, Uberaba (MG);

José Filho de Jesus Silva Nepomuceno, 37 anos, Caxias (MA);

José Rodrigo Dama Alves, 33 anos, Uberlândia (MG);

Julio Cesar de Lira, 36 anos, Santos (SP);

Luiz André Felisbino, 44 anos, Ipameri (GO);

Nunis Azevedo Nascimento, 33 anos, Novo Aripuanã (AM);

Pietro Henrique Silva da Fonseca, 20 anos, Uberlândia;

Raphael Gonzaga Silva, 27 anos, Uberlândia (MG);

Ricardo Gomes de Freitas, 34 anos, Uberlândia (MG);

Romerito Araujo Martins, 35 anos, Goiânia (GO);

Thalles Augusto Silva, 32 anos, Uberaba (MG);

Welington dos Santos Silva, 31 anos, Parauapebas (PA);

Zaqueu Xavier Ribeiro, 40 anos, Goiânia (GO), e

Adriano Garcia, 47 anos, Elói Mendes (MG).

Fonte: UOL

Ação em Varginha foi ‘legítima defesa’, diz secretário de segurança de MG

Reposta foi dada após o Conselho Estadual de Direitos Humanos questionar o resultado da operação em ofício endereçado à Sejusp

O Secretário de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Grecco afirmou em documento enviado ao Conselho Estadual de Direitos Humanos (Conedh) nesta quarta-feira (3), que os policiais que atuaram na ação realizada em Varginha, no Sul de Minas, no último fim de semana, que resultou na morte de 26 suspeitos de integrarem uma quadrilha fortemente armada, “agiram nos exatos limites da legítima defesa”. 

Após a operação em Varginha, o Conedh enviou um ofício à Secretaria de Justiça de Segurança Pública (Sejusp) pedindo explicações quanto ao resultado da operação. Na resposta, Grecco pontuou que as colocações feitas pelo conselho causaram estranheza. “Causa estranheza as colocações trazidas por esse  Conselho, diante da realidade deste tipo de criminalidade que está assolando o país, que ficou conhecida como Novo Cangaço, ou Domínio de Cidades”, diz o documento.

“Ao contrário do que foi exposto no referido ofício, em nenhum momento foi exaltada a morte dos criminosos que, certamente, entre a madrugada do dia 1 a 2 de novembro, praticariam uma série de atrocidades na cidade de Varginha, caso a polícia não tivesse, através de sua inteligência, levantado com antecedência seu plano de dominar brutalmente o município”, completa. 

No documento, Grecco ainda destaca que os suspeitos estavam fortemente armados com armas e munições de grosso calibre, além de granadas, pistolas e explosivos, o que pode ser considerado um arsenal de guerra.

O secretário ainda destaca que caso a ação não fosse executada, os suspeitos poderiam realizar em Varginha uma ação criminosa semelhante à que foi vista em Araçatuba, em São Paulo, em agosto deste ano, onde civis foram feitos de escudo humano. 

“Ao chegarem no local, os policiais foram imediatamente identificados pelo grupo, que deu início aos disparos com suas armas de fogo, tendo sido repelidos pelas forças de segurança, que agiram nos exatos limites da legítima defesa”, pontuou o secretário.

Provocação

No texto, o secretário estadual ainda questionou se o conselho agiu em 2017, quando o policiail militar Cabo Marcos Marques da Silva, foi morto na cidade de Santa Margarida, na região da Zona da Mara, em julho de 2017, após levar um tiro de fuzil.

“Alguma medida foi tomada por esse E. Conselho com relação ao Policial
Militar Cabo Marcos Marques da Silva, morto na cidade de Santa Margarida em julho de 2017, após tomar um tiro de fuzil quando da fuga dos criminosos que ali praticaram o Novo Cangaço? A família do referido policial foi, de alguma forma, assistida pelos senhores? Em caso positivo, qual foi a medida tomada para abreviar o sofrimento daqueles que perderam um ente querido? Queremos crer que a preocupação do Conselho não seja seletiva, e que não limite o conceito de direitos humanos somente à ação de criminosos”, diz o texto.

Conedh

Conforme noticiou O Tempo, além de enviar o ofício à Sejusp, o Conedh enviou o mesmo documento para a Ouvidoria do Estado e para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). No texto, o conselho destacou a notícia do confronto na mídia e disse que chamou a ateção o fato de ter ocorrido um confronto altamente armado no qual uma das partes foi “totalmente eliminada”.

“Também nos surpreende o registro midiático de declarações exaltadas de agentes públicos louvando o ‘resultado’ da operação, com intuito duvidoso, como se fosse prática exitosa, regular e legítima no Estado Democrático de Direito suposta estratégia de eliminação de adversários em confrontos”, trouxe o ofício. 

Nesta quinta-feira (4), o Conedh divulgou uma nota sobre a resposta do secretário de Justiça e Segurança Pública. No texto, o conselho pontuou que as alegações “apontam a falta de fundamentos objetivos na interlocução de questão relevante e de interesse público” e que não assusta “o uso reiterado da tentativa de desqualificar o interlocutor, no caso o Conselho” e que os “argumentos com populismo penal saltam aos nossos olhos”.

“Reafirmamos a posição deste Conselho: não fazemos pré-julgamento; estamos buscando esclarecer os fatos e o fazemos em nome da sociedade e por dever de ofício e, por fim, aguardaremos as investigações dos órgãos de controles como determina a lei”, diz a nota.

MPMG

Na manhã desta quinta-feira (4), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que foi instaurado um Procedimento Investigatório Criminal (PIC)  para acompanhar a ação das polícias militar e rodoviária federal na ação em Varginha e que o procedimento vai seguir em segredo de Justiça.

Segundo a última nota divulgada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (3), dos 26 suspeitos mortos na ação, os corpos de 22 foram identificados, sendo que a metade deles são de Minas Gerais.

Veja a nota do Conedh na íntegra:

A resposta do Senhor Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais a este Conselho é reativa e insuficiente quanto às solicitações expressas no Ofício 80-A/2021 (do CONEDH).

As alegações apontam a falta de fundamentos objetivos na interlocução de questão relevante e de interesse público. Não nos assusta o uso reiterado da tentativa de desqualificar o interlocutor, no caso o Conselho. Argumentos com populismo penal saltam aos nossos olhos.

Reafirmamos a posição deste Conselho: não fazemos pré-julgamento; estamos buscando esclarecer os fatos e o fazemos em nome da sociedade e por dever de ofício e, por fim, aguardaremos as investigações dos órgãos de controles como determina a lei.

Reafirmamos que não há autorização constitucional e legal, no Brasil, para
qualquer tipo de execução, seja por parte de infratores, seja por parte de agentes do Estado. A segurança pública existe para proteger a vida e, em nenhuma hipótese, para promover a morte. O poder responsável pela execução da justiça se chama “judiciário”.

Esperamos que o Ministério Público, representante da sociedade e responsável pelo controle externo da atividade policial, continue nas apurações e esclareça à sociedade os fatos ocorridos.

O Conselho, serenamente, continuará cumprindo seus deveres legais e éticos.

FONTE O TEMPO

Deputado sugere promoção para policiais que atuaram contra o ‘novo cangaço’, em Varginha

Reunião da Comissão de Segurança Pública foi marcada por pronunciamentos fortes: ‘Se for pra chorar a mãe de alguém que chore a mãe do bandido

Parlamentares celebraram, nesta quarta-feira (3), a atuação da Polícia Militar (PM) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) em operação, em Varginha, no Sul de Minas Gerais, que resultou na morte de 26 pessoas suspostamente envolvidas em uma quadrilha do novo cangaço.

Durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputados fizeram diversos pronunciamentos e até sugeriram promoção para policiais que participaram da operação.

O deputado Gustavo Santana (PL) elogiou a ação policial e criticou outro parlamentar, sem citar o nome, depois de suposta investigação sugerida por ele na Comissão de Direitos Humanos. 

Luiz Santana/ALMG
Presidente da Comissão de Segurança Pública, Sargento Rodrigues (PTB), quer promoção de policiais Foto: Luiz Santana/ALMG

“Isso é um absurdo. Um absurdo. A ação daqueles policiais foi à ação certa, ação que salvou vidas. Agora enfrentar bandido não é chegar com a flor dentro do braço e falar: aqui cheguei. Não é essa minha posição. Todos sabem que pra mim bandido bom é bandido morto”, disse.

Bruno Engler (PRTB) também se manifestou sobre a ação policial. “Eu prefiro que morra um milhão de marginais à gota de sangue inocente derramada. E eu tenho certeza absoluta que graças ao brilhante trabalho, muita gente inocente deixou de chorar. Se for pra chorar a mãe de alguém que chore a mãe do bandido”.

O presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, Sargento Rodrigues (PTB), revelou que já existe o apoio de 40 deputados para aprovar uma moção de aplauso aos policiais. O parlamentar ainda defendeu a promoção dos militares que atuaram contra os suspeitos.

“Eu vou trazer aqui os dispositivos, no caso da Polícia Militar, para que eles sejam promovidos por ato de bravura e de todos policiais rodoviários federais que participaram. Olha, policial, ele sai para o trabalho, ele deixa uma esposa em casa e deixa a família dele em casa, deixa filhos pequenos, que ele abraça e dá um beijo no rosto, se despede e fala: olha, papai vai trabalhar. Ele não vai pra lá pra morrer não, ele vai parar pra defender a sociedade, quem diz que policial tem que morrer numa troca de tiro?”, questionou.

Relembre

Uma quadrilha do novo cangaço entrou em confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar (PM) no último domingo (31). A ação ocorreu em um sítio nos arredores de Varginha, no Sul de Minas, e deixou 26 bandidos mortos.

Conforme a PM, esta é a maior operação realizada contra o novo cangaço na história do Brasil. Os criminosos estavam fortemente armados com pelo menos dez fuzis, uma escopeta calibre 12 e vários explosivos. Dentre as armas, os bandidos possuíam metralhadoras ponto 50, capazes de derrubar até aeronaves.

FONTE ITATIAIA

Sobe para 19 o número de corpos identificados após operação em Varginha

Os corpos se encontram no Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette, em Belo Horizonte, e dezesseis já foram entregues aos familiares

Subiu para 19 o número de identificados pela Polícia Civil na ocorrência contra o “novo cangaço” no Sul de Minas Gerais, no último domingo (31), que terminou com 26 mortos. A Polícia Militar informou que os mortos pretendiam cometer grandes assaltos a bancos na região.

“Os exames datiloscópicos (impressão digital) foram realizados pelo Instituto de Identificação da PCMG (13 laudos) e pela Polícia Federal (sete) – havendo a emissão de parecer técnico das duas instituições. Os corpos se encontram no Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette, em Belo Horizonte, e dezesseis já foram entregues aos familiares”, informou a Polícia Civil.

Segue lista de identificados: 

Artur Fernando Ferreira Rodrigues, 27 anos, Uberaba (MG) – liberado;
Dirceu Martins Netto, 24 anos, Rio Verde (GO) – liberado;
Eduardo Pereira Alves, 42 anos, Brasília (DF) – liberado;
Evando José Pimenta Junior, 37 anos, Uberlândia (MG)- liberado; 
Gerônimo da Silva Sousa Filho, 28 anos, Porto Velho (RO) – liberado;
Gilberto de Jesus Dias, 29 anos, Uberlândia (MG) – liberado;
Giuliano Silva Lopes, 32 anos, Uberlândia (MG) – liberado;
Gleisson Fernando da Silva Morais, 36 anos, Uberaba (MG) – liberado;
Isaque Xavier Ribeiro, 37 anos, Gama (DF);
Itallo Dias Alves, 25 anos, Uberaba (MG) – liberado;
José Filho de Jesus Silva Nepomuceno, 37 anos, Caxias (MA) – liberado;
José Rodrigo Dama Alves, 33 anos, Uberlândia (MG) – liberado;
Julio Cesar de Lira, 36 anos, Santos (SP) – liberado;
Nunis Azevedo Nascimento, 33 anos, Novo Aripuanã (AM) – liberado;
Raphael Gonzaga Silva, 27 anos, Uberlândia (MG) – liberado;
Ricardo Gomes de Freitas, 34 anos, Uberlândia (MG) – liberado;
Romerito Araujo Martins, 35 anos, Goiânia (GO);
Thalles Augusto Silva, 32 anos, Uberaba (MG) – liberado;
Zaqueu Xavier Ribeiro, 40 anos, Goiânia (GO).

FONTE O TEMPO

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