“Nossa intenção, caso persista esta situação, é mudar daqui. Este foi o desabafo do morador da Rua Padre Lobo, Roberto Asta, que há mais de 30 anos mora no local. Ele não dormiu na noite passada com o barulho de duas carretas paradas perto de sua casa. “A noite inteiro é barulho”, desabafou.
Desde ontem a tarde os moradores da região da Chapada convivem com duas carretas que não conseguiram subir a rua íngreme Ruth de Sousa, devido ao excesso de peso e atrapalham o trânsito.
Nossa reportagem esteve agora a pouco no local e presenciou uma rodotrem carregada com quase 50 toneladas. Os três veículos travavam o fluxo de carros e somente foi liberado quando um caminhão e um guincho retiraram as carretas. Os motoristas explicaram que trabalham para transportadoras e buscam caulim, matéria prima para a indústria cerâmica. Eles levam o produto de Brás Pires até São Carlos (SP), distância de 800 km. A cidade paulista é capital nacional da indústria ceramista.
As carretas bloquearam a garagem de Arlindo Couto. Desde ontem ele está impossibilitado de retirar seu veículo de casa, mesmo com problemas de saúde na família. “A situação chegou ao extremo. Aqui o perigo é constante e diário e qualquer uma tragédia vai acontecer. Não temos sossego com nossas crianças na rua com estas carretas na pista. Está na hora de uma reação da prefeitura em resolver este problema”, desabafou, afirmando que a prefeitura já conhece o problema. “O prefeito tem um abaixo assinado com nossos protestos e nossas reivindicações”, afirmou.
O morador Mário Resende Andrade também endossa a lista daqueles que cobram uma solução urgente. “Olha já não temos tranquilidade neste local. Outro dia um acidente grave aqui com um carro poderia ter tirado a vida de um transeunte. A prefeitura precisa encontrar uma solução retirando as carretas e construindo ou encontrando um desvio”, sugeriu. Em meios às críticas, os moradores cansaram de esperar uma solução. “È uma tragédia anunciada”, avaliou o vereador Fernando Bandeira (PTB) que estava no local agora a pouco conversando com os moradores. Para ela a placa indicativa, colocada pela prefeitura, pouco acrescenta na segurança do local.
Um motorista de Santa Catarina, que preferiu não se identificar, afirmou que a solução é a construção de uma via e que a mina em Brás Pires vai aumentar a produção o que deve refletir no aumento do fluxo de carretas.
Émerson Flaviano estava ontem no local quando a carreta estragou e para desviar dos veículos por pouco não casou um acidente. Ele e fieis de uma igreja evangélica participavam de um culto no momento em que o veículo causou um grande barulho. “Todos nós deixamos o culto e viemos ver o que ocorreu. Foi um grande barulho e todos saímos correndo com medo. Isso aqui é constante”, relatou. “O que adiantou o abaixo assinado?”, questionou.