Setores ligados a cultura e os moradores de Piranga cobram a reforma e restauração de uma importante imóvel cuja arquitetura remonta às origens e crescimento da cidade, mais precisamente ao século XX. O imponente sobrado, situado à rua São Sebastião (Quebra) tem um pé direito alto, amplas e variadas janelas de onde descortinam um amplo horizonte. Porém aos poucos sua estrutura foi comprometida, janelas caindo, telhado, forro em situação degradantes que sugerem cuidados urgentes.
Dona de um rico patrimônio cultural e histórico, o casarão representa parte da história de Piranga que já atravessa mais de 3 séculos. Segundo apurou nossa reportagem ele foi desapropriado pelo ex prefeito Eduardo Guimarães pelo valor de R$ 250 mil cujo decreto declarou que seria instalada a Casa de Cultura e Museu.
O projeto não foi executado. O prefeito posterior Carlinhos e deixou o casarão descaracterizando ao sabor do tempo e ao descaso com a história de Piranga. A reforma estaria orçada em R$500 mil.
Muitos leitores e internautas sugerem a busca de recursos no Fundo Estadual de Cultura e outras leis de incentivo a cultura. Ou casarão sucumbirá ao abandono ou se transformará em breve em apenas mais um retrato na parede?
A Secretária Municipal de Cultura, Gislaine Dias, informou que já existe um projeto para reforma do casarão, porém falta arrecadação de fundos para executa-lo e transformá-lo na casa da cultura.
A história
O sobrado foi moradia do Cônego Felício de Abreu Lopes, oriundo de Mariana, com a atribuição de ser pároco em Piranga a partir de 1901. Segundo o historiador, Marco Gomes, do Arquivo do Conhecimento Cláudio Manoel da Costa, a obra foi erguida pela comunidade para moradia do religioso. O Cônego Felício residiu ali até a sua morte na década de 40, quando seus familiares venderam o imóvel por volta dos aos 70/80 para a família de Dona Filinha Milagres.
O sobrado é tombado pelo patrimônio municipal. Marco Gomes exalta a desapropriação, mas reclama que a implantação do Museu continua paralisada. “Na verdade é o 4º local que perdemos para implantação de um Museu Municipal, em parceria com o Arquivo do Conhecimento Cláudio Manuel da Costa. O 1º foi o prédio à Rua Vereadora Maria Anselmo, em 1988. O 2º foi o espaço da Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, em 1998. O 3º foi o casarão da antiga Câmara Municipal, em 2010 e o 4º é este prédio do Cônego Felício que aos poucos está caindo. Muitas forças não querem o Museu em Piranga”, desabafou Marco.