16 de abril de 2024 15:28

Um desabafo: a dor de uma mãe que busca força para superar o assassinato do filho; júri não tem data definida

Breninho com seu irmão Carlos César: amizade profunda/Reprodução

Breno Henrique da Silva Catarino, vulgo Breninho, tinha 19 anos, quando foi assassinato brutalmente no Bairro Jk, em Lafaiete.

Vestidos de palhaços, homens armados chegaram em um carro e invadiram uma residência quando acertaram Breninho e Jean Jorge Coimbra, vulgo Cheiroso, 22 anos. Ambos morreram no local. Daniel, 22 anos, também ficou ferido, mas resistiu e permanece vivo. Um 4º jovem conseguiu escapar da emboscada quando viu os ataques. Os suspeitos da morte dos jovens foram presos pela polícia Civil durante a operação “Vendetta”, ocorrida no dia 9 de julho.

A dor

No dia 24 de janeiro, as mortes completam um ano. Na última terça feira, dia 18, três audiências de instrução e julgamento seriam no Fórum da Comarca envolvendo 5 presos na Operação Vendetta, quando são acusados de 3 homicídios e 4 mortos, entre os quais de Breninho e Cheiroso. Por falta de testemunhas as audiências foram canceladas. Os processos ainda aguardam o desfecho sobre a possibilidade de Júri Popular.

Ouvida por nossa reportagem a mãe de Breninho, Silmara Cristina, de 48 anos, relatou a dor pela perda do filho e reviravolta que o assassinato provocou na vida da família.

Silmara e seu filho Breninho: perda do filho trouxe um vazio à mãe/Reprodução

Após passar por um tratamento psiquiátrico, ela ainda encontra forças para superar a tragédia. Ela, o esposo e filho Carlos César, de 22 anos, ainda vivem o trauma da precoce morte de Breninho. “Se pudesse explicar diria que é uma dor de um vazio que se abre, é sentir um pedaço do coração faltar, é olhar para o horizonte e vê-lo triste, é olhar pra trás e viver de recordações de belas lembranças e sentir as lágrimas rolarem pelo rosto como uma torneira aberta e não ter como fechá-la. É sentir um nó se fazer na garganta que fica a sufocar… É ter milhões de motivos para continuar a viver mas nenhum deles ser suficientes para nos levantar. É sorrir, é entender, mas não conseguir aceitar. Para suportar a dor de perder um filho é viver pela fé, é não fazer perguntas para Deus, não exigir suas respostas e ver através de acontecimentos a presença do filho vivo… É viver em oração constante quando a dor da saudade apertar. É solidarizar com aqueles que vivem a mesma dor procurando através deles se confortar. É reaprender viver novamente de uma maneira diferente onde a alegria é temporária e o vazio é constante. Principalmente nos momentos em que a família se reúne em datas comemorativas, festivas, mas, é manter a paz pois mesmo na dor sinto a presença do filho a nos confortar. Já vão para 11 meses que meu Breninho partiu e hoje vivo só por causa do  meu outro filho e meu marido que precisam muito de mim. Agradeço a Deus primeiramente e a todos os meus amigos que me ajudou muito a continuar a caminhada”, desabafou Silmara.

Ela disse que não ficou sabendo da prisão dos supostos autores e nem das audiências que não aconteceram. “Ele estava no lugar errado e na hora errada. Fiquei muito doente com a perda do meu filho, passei por depressão e desmaio direto. Até hoje sofro com a partida do meu Breninho. Nos primeiros meses eu ia à delegacia para saber se tinha alguma novidade, mais todas as vezes eu não tinha notícias. Já tinha colocado o caso nas mãos de Deus. O que mais nos dói e saber que eles prenderam os culpados e não nos comunicou. Só espero que a justiça seja feita. Sei que não vai trazer meu filho de volta. Fico imaginando como vai ser o primeiro natal sem ele. Minha vida perdeu o sentido. Agora eu só espero que eles nos comuniquem o dia do júri, porque tenho o direito de saber”, finalizou.

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