Existe uma luta histórica em Congonhas por causa dos graves problemas gerados pelas barragens no Município, que acumulam 94 milhões de metros cúbicos de rejeito. No último período, o crime da Vale em Brumadinho, que ceifou centenas de vidas, deixou a população muito apreensiva.
Nesse contexto, o MAB(Movimento dos Atingidos por Barragem) junto com a comissão local e apoiadores vem acompanhando a situação da população de Congonhas em especial das por volta de 2.500 pessoas em área de risco, dos bairros Cristo Rei e Residencial Gualter Monteiro ameaçadas pelo risco iminente de rompimento da barragem de rejeito da CSN – Casa de Pedra. Tem-se a proposta de realização de descomissionamento, e a consequente necessidade de remoção das famílias da área de risco.
Há um desrespeito por parte da CSN para com os atingidos, a população está cansada de ser negado o direito a informação de quais riscos reais, vivenciam diariamente com o medo causando sofrimento mental nas mulheres, homens, idosos, crianças. As creches foram fechadas, escolas deslocadas, ela não vai nas reuniões e audiências públicas para responder as perguntas e preocupações da população. As perguntas dos moradores tem sido: Ate quando a CSN vai continuar torturando os atingidos?
Diante desta situação e das reivindicações dos atingidos o Ministério Público do Estado da Comarca de Congonhas na pessoa do Vinicius, fez uma recomendação apresentando o histórico dos transtornos vivenciados pelos atingidos a partir de 2013 do risco de rompimento da barragem. A recomendação tem como objetivo central o pedido de retirada das famílias em área de risco, com embasamento no principio da prevenção e da dignidade da pessoa humana. Como também dar as famílias todas as condições físicas, psicológicas e estruturais de continuidade da vida como direito humano. E também a prevenção aos danos ambientais e econômicos. No caso de rompimento seria 30 segundos tornando impossível o resgate estes bairros. Em 15 minutos atinge 3.740 edificações.
A recomendação foi entregue dia 16 3, tendo tempo de resposta da empresa em 10 dias uteis, que será 26 3 ate as 17:30. Os atingidos vão se juntar na comunidade para receber a resposta neste dia a partir das 16:30hs. A população não vai se calar diante de um não ou retrocesso de direitos.
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