Familiares de Tatiane Gomes não conseguiram esconder o descontentamento em relação à pena aplicada ao seu assassino. Caíque Lucas de Miranda foi condenado pelo Tribunal do Júri a 19 anos de prisão em regime fechado. Antes do julgamento, a família fez uma manifestação em que pedia pena máxima para o caso. A jovem, que à época tinha 23 anos, foi morta de forma brutal pelo namorado. Ele confessou o crime durante o julgamento.
Logo que foi lida a sentença, os familiares da vítima repercutiram de forma um pouco velada, mas demonstrando-se desolados: “Só 19 anos?”. Essa era a principal indagação que se murmurou pela sala de sessão e rompeu o ambiente de silêncio após uma maratona de quase 12 horas de julgamento.
A irmã de Tatiane, Silmara Gomes se disse sem forças para comentar a sentença, mas também transpareceu sua frustração. Na manhã de hoje, ainda digerindo a decisão, ela afirmou que saiu do julgamento com o sentimento de humilhação, depois de passar por tudo o que viveu no julgamento, quando buscou justiça. Ela também afirmou que fez tudo que poderia para sua irmã em vida e também após a morte de Tatiane. Silmara, no entanto, esperava uma pena maior em função do crime hediondo que ceifou duas vidas. Nas redes sociais, a repercussão foi imediata. Vários internautas consideraram a pena muito baixa. “A justiça dos homens foi branda. Seria bom se existisse prisão perpétua”, comentou uma internauta.
Júri soberano
No final da sessão de julgamento, o juiz que presidiu os trabalhos, Paulo Roberto da Silva, afirmou que a sentença do Tribunal do Júri é soberana e pediu a todos que respeitassem os termos da condenação, que foram balizados na lei. Ele ainda comentou sobre a possibilidade de recurso o que, na opinião dele, dificilmente, contrariaria a decisão do Conselho de Sentença, já que a condenação foi de acordo com as provas contidas nos autos. “Sabemos que para os familiares e amigos do réu, a pena pode ser considerada alta, mas para aqueles que possuíam ligação com vítima, por certo, não paga a perda que tiveram. É a justiça dos homens”, declarou o magistrado.
O Ministério Público havia pedido uma pena mais alta. O promotor Fabio Ordenes Martins chegou a comentar que, em todo o tempo que atua na Comarca de Conselheiro Lafaiete, nunca viu uma condenação superior a 20 anos.
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