A cidade de Piranga sedia nesta noite uma reunião aberta para discutir os transtornos provocados pela carretas da Zona da Mata Mineração. O evento acontece na Câmara Municipal, através da articulação do Movimento Atingidos pela Barragens (MAB) e contará com lideranças de Lafaiete, Viçosa, Itaverava e demais cidades impactadas pelo tráfego pesado.
Há cerca de 20 dias, a mineração iniciou sua atividade em Teixeira, perto de Viçosa. O tipo de minério produzido de ferro raro, do tipo magnetita, fora do quadrilátero ferrífero, numa extensão de 60 km. Na economia regional, nesta primeira fase, será de 300 mil toneladas/ano com um investimento de R$17 milhões. O total dos recursos chegará a R$170 milhões e produção total de 4,5 milhões de toneladas/ano.
Mesmo diante da expectativa de geração de empregos e renda para as cidades, a população convive com os impactos, como poeira, poluição sonora e falta de segurança. Piranga é a cidade mais impactada diretamente com as carretas colocando em risco o casario colonial e igrejas centenárias.
O crescente fluxo revoltou a população e lideranças já acionaram o Ministério Público cobrando uma solução para mitigar os problemas gerados pelas carretas. Na semana passada, o prefeito e vereadores se reuniram com o representante da Zona da Mata Mineração. Ficou acordado que somente passariam cerca de 40 carretas/dias em um intervalo de 10 minutos entre elas, como também não circulariam após às 22:00 horas.
Porém as tratativas ficaram no papel e os moradores afiram que a “cidade virou um inferno”. São denúncias de que as carretas não estão respeitando os horários fixados. Diversos abaixo assinados circulam na cidade exigindo providências em face de “uma tragédia anunciada”.
Cidades como Itaverava e Lafaiete também estão sendo impactadas diretamente.
Reunião aberta promete a elaboração de um documento comum de ação articulada regional para exigir uma compensação da mineradora como também propostas para mitigar os impactos. Há possibilidade de que o Ministério público intervenha na situação que aflige as comunidades ao longo da BR 482.