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Boa ideia: engenheiro propõe intervenção ágil e barata para eliminar as inundações no centro de Lafaiete

Trincheira implantada na lateral da rua, com cascalho, sem revestimento. Na maioria das vezes ela pode ser implantada sob o asfalto, ficando oculta/DIVULGAÇÃO

Entra e sai prefeito, a desculpa é sempre a mesma: falta de recursos. Mas enquanto a obra não sai do papel, a população e comerciantes sofrem com as recorrentes inundações que tomam a região central de Lafaiete, mais precisamente no túnel Ovídio Barbosa e na área próxima ao Posto Pop. Também o camelódromo é alvo das forças das chuvas. A situação já dura várias décadas sem uma solução a curto prazo para eliminar o problema crônico que além do perigo, prejudica diretamente os empresários. Choveu, Lafaiete fica inundada.

Mas eis que surge uma ideia inovadora, barata e ágil que pode eliminar de uma vez as inundações. O empresário do ramo da construção civil e proprietário da IKON Incorporadora, Edson Luiz, idealizador do Centro Administrativo, trouxe a Lafaiete o engenheiro belo-horizontino Luiz Diniz, da empresa Águas do Futuro, especialista em soluções de infraestrutura, hidrologia e meio ambiente e no controle de inundações urbanas. Há alguns meses, ele visitou a cidade para conhecer de perto a realidade da Avenida Telésforo Cândido de Resende, que capta águas das chuvas de mais de 15 bairros adjacentes que vão desembocar no túnel e deixam rastro de destruição.

“Canteiro de chuvas” – implantado em qualquer pequeno espaço urbano, pode ser conectado às trincheiras para reduzir a velocidade de escoamento das águas ou até mesmo promover sua infiltração/DIVULGAÇÃO

Ele concluiu que o problema não é o volume, mas a velocidade com que as águas das chuvas descem pela avenida até perto do Posto Pop quando inunda o local. “Nosso objetivo é apresentar uma solução inovadora que aos poucos vem ganhando força no mundo e que pode contribuir significativamente para aliviar nossas cidades, tão carentes de recursos e assolados pelo mal das inundações”, argumentou Diniz.

Ele adianta que a solução passa pelo controle da vazão das águas, sem contudo demolir, desapropriar e sem a necessidade de construção de grandes redes coletoras que provocariam sérios transtornos aos lafaietenses.  As chamadas trincheiras de detenção são valas com pedras, revestidas por uma manta impermeável que impede a saída de água de seu interior e a conduz como se fosse um tubo, até a galeria ou canalização. As águas são introduzidas nas trincheiras por meio de caixas tipo boca-de-lobo. Para usar uma comparação, na solução tradicional “as águas descem pelas ruas como se fossem carros sem freios, descontrolados, ao passo que com as trincheiras elas descem vagarosamente”.

Luiz Alberto Diniz – diretor técnico de Águas do Futuro/ DIVULGAÇÃO

Segundo o engenheiro, a vazão da saída é definida de acordo com o projeto e regulada pelo diâmetro das pedras, brita, areia ou qualquer outro material granular, isento de impurezas. Após a execução das trincheiras, o pavimento é recomposto e as valas permanecem ocultas nas vias, da mesma forma que uma rede de tubos. As trincheiras podem ser complementadas com dispositivos chamados “canteiros de chuvas”, que ajudam no retardo e embelezam as cidades. “Essa intervenção controla as águas na origem, evitando inundações nas partes baixas da cidade. Além da execução rápida, evita transtornos, e as tubulações e cabos enterrados nas ruas ao longo das trincheiras não precisam ser removidos, contribuindo para uma execução ainda mais econômica das obras”, assinalou.

O engenheiro Luiz Diniz estará em Lafaiete em reunião ainda a ser marcada quando fará uma palestra na qual abordará e detalhará as “trincheiras de detenção”.  A reunião acontecerá com as lideranças da Federação das Associações comunitárias de Lafaiete (FAMOCOL).

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