29 de março de 2024 08:16

Entre Rios, Carandaí, Congonhas, Lagoa Dourada e Lafaiete: estudo revela a lista de cidades com água de torneira contaminada com “coquetel” de agrotóxicos

Um em 4 municípios brasileiros tem “coquetel” com agrotóxicos, revela estudo do Ministério da Saúde.  Conselheiro Lafaiete está dentro desta estatística com quatro substâncias químicas presentes na água, estando uma delas acima dos níveis considerados “seguros” no Brasil. Dentre as substâncias encontram-se substâncias consideradas cancerígenas e altamente propensas ao desenvolvimento de doenças crônicas. Produtos também são associados a má formação fetal; distúrbios neurológicos e distúrbios hormonais.

O estudo foi feito entre 2014 a 2017 e as empresas de abastecimento de 1,4 mil cidades detectaram ao todo 27 pesticidas, muitos dos quais declarados como tóxicos pela Anvisa. O estudo mostra que a contaminação de água cresce em passos largos, subindo para 84% em 2015 e foi para 92% em 2017. Embora sejam públicos os testes não foram divulgados. A matéria foi publicada no ano passado pela revista Exame.

Cidades

Entre Rios é a cidade com maior nível de agrotóxico detectado na água e associado a 4 doenças, seguida por Carandaí, Congonhas, Lagoa Dourada e Lafaiete. Com menor potencial estão Belo Vale e Rio Espera, além de Capela Nova, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí.  Todas as cidades são abastecidas pela Copasa. Nossa reportagem enviou questionamentos a estatal sobre os resultados do estudo e aguarda as respostas.

Os especialistas falam muito sobre a “invisibilidade” do efeito coquetel. As políticas públicas não monitoram a interação entre as substâncias porque os estudos que embasam essas políticas não apontam os riscos desse fenômeno. “Os agentes químicos são avaliados isoladamente, em laboratório, e ignoram os efeitos das misturas que ocorrem na vida real.

Estudos

Nossa redação ouviu a estudante de biomedicina da Fasar, Elaine Coelho, autora do projeto de prevenção na utilização dos agrotóxicos que está sendo realizado na região. Ela  justificou que não é de responsabilidade da COPASA a realização dos testes que detectam os agrotóxicos na água. As análises são realizadas pelos Sisagua (sistema de informação de vigilância da qualidade da água para consumo humano), órgão de responsabilidade do Ministério da Saúde.

“A falta de atualização dos dados que são de 2017 é fator preocupante, por isso estabelecer contato no Órgão Federal a fim de solicitar atualizações mais frequentes torna-se tão importante neste momento e é para isso que estamos caminhando com o projeto”, frisou Elaine Coelho.

A COPASA pode sim desempenhar um papel importante de contribuir com a ciência dos fatos, entretanto essa tarefa se resume na promoção de ações que identifiquem onde ocorrem esses pontos de contaminação. “Até porque não faz sentido obrigar a concessionária a realizar um tipo de teste que segundo especialistas não há ainda no mercado métodos que retirem totalmente os agrotóxicos da água. É importante que a população tenha acesso à dados como este, porém devemos deixar claro para estas pessoas que conforme mostra o mapa este não é um problema regional.Ou seja não é somente a nossa região que ocorre o problema e  sim um problema do país que fecha os olhos para o problema e varre para debaixo do tapete as consequências dessa omissão”, disse.

Nossa reportagem enviou questionamentos a Copasa sobre o resultado do estudo e aguarda as respostas.

 

 

Veja os resultados das cidades na galeria abaixo:

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