O secretário de estado de saúde, Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva compareceu, na quarta-feira, 02 de abril, à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião teve como objetivo elucidar os questionamentos dos parlamentares e prestar esclarecimentos sobre o esforço que a administração estadual vem empreendendo na tentativa de reduzir os efeitos da pandemia do novo coronavírus no estado.
Membro do bloco independente “Minas Tem História”, o deputado estadual Glaycon Franco observou que a Macrorregional Centro-sul, embora concentre quase um milhão de habitantes, conta, atualmente, com apenas 70 leitos de UTI ativos para atender a toda essa população e todos já se encontram ocupados por pacientes acometidos por patologias diversas. Segundo o parlamentar, a região tem potencial para a abertura de 102 novos leitos nos próximos 30 dias, fazendo frente à iminente expansão dos casos de Covid-19. Glaycon citou, como exemplos, os municípios de Congonhas e Ouro Branco, que dispõem de estrutura física para implantar, cada um, 10 leitos de UTI, dependendo, para tanto, do envio de equipamentos. A microrregião de Congonhas compreende 6 municípios (Congonhas, Desterro de Entre Rios, Entre Rios de Minas, Jeceaba, Ouro Branco e São Brás do Suaçuí)
O deputado acrescentou que Conselheiro Lafaiete, sede da microrregião de Conselheiro Lafaiete, formada por 12 municípios (Conselheiro Lafaiete, Caranaiba, Casa Grande, Catas Altas da Noruega, Cristiano Otoni, Itaverava, Lamim, Piranga, Queluzito, Rio Espera, Santana dos Montes e Senhora de Oliveira), montou estrutura avançada para receber 20 leitos, precisando apenas dos respiradores. Conforme ressaltou Glaycon Franco, os municípios estão aptos a melhorar o atendimento à população mesmo com poucos recursos. Tendo a saúde pública como uma das suas principais bandeiras, Glaycon Franco indagou ao secretário quais providências o Governo de Minas está tomando para ativar os leitos potenciais que a Macrorregião Centro-sul está disposta a administrar.
Em resposta, Carlos Eduardo informou que será aberto um chamamento público, nos próximos dias. Todos os leitos que estiverem em condições operacionais serão, imediatamente, ativados. Contudo, reconheceu que o estado vem enfrentando obstáculos na viabilização de equipamentos. O secretário admitiu que a compra de monitores e respiradores se tornou uma operação muito complexa com o vertiginoso crescimento da demanda, tanto no Brasil como no exterior. Como alternativa, diante da gravidade do momento, o Governo avalia a fabricação dos aparelhos no próprio território mineiro, assim como a manutenção e aquisição de máquinas e equipamentos que estejam ociosos, desde que se encontrem em condições de uso.
O deputado ainda reivindicou o envio de equipamentos de proteção individual, como álcool em gel, máscaras, luvas, capotes e outros itens para a região centro-sul.
Neste momento de sobrecarga dos serviços de saúde, o deputado lamentou que, no tempo em que os recursos não estavam tão escassos, faltou esforço das autoridades, sobretudo dos deputados federais, que têm acesso à legislação da União. Segundo a lei é a União que deve cuidar dos procedimentos de alta complexidade médica. Deveriam ter se esforçado mais para a construção do hospital regional, ou para a concretização de investimentos mais robustos nos hospitais existentes, uma dívida de décadas das autoridades de saúde para com a região. Na microrregião de Conselheiro Lafaiete, segundo dados do Samu, entre leitos clínicos, obstétricos, cirúrgicos e pediátricos, temos apenas 303 leitos disponíveis, sendo que, destes, 230 atendem ao SUS. Quando se trata de leitos de UTI, a situação ainda é pior. Para atender às microrregiões de Conselheiro Lafaiete e Congonhas, há apenas 10 leitos SUS, no Hospital e Maternidade São José.
O deputado ainda está reprogramando a distribuição de recursos de emendas parlamentares individuais para enviar recursos à região. Irá retirar verbas de outras áreas para fortalecer o sistema de saúde. Os valores serão divulgados em breve, após algumas definições que dependem do governo do estado.
Glaycon reafirmou, ainda, o seu compromisso com Lafaiete e região: “Estamos cumprindo o nosso papel, fiscalizando e cobrando do estado mais ações. Esperamos que a nossa demanda seja atendida e que a população não fique desassistida. É momento de somar esforços para salvar vidas”.