Avelina Maria Noronha de Almeida
Imagens da Internet: A primeira foto um desenho da Estalagem da Varginha no tempo em que foi visitada por D. Pedro II. A segunda foto são as ruínas dela atualmente.
Quando chegou na estalagem, D. Pedro II falou que queria
repousar na cama em que seu pai, D. Pedro I dormira
quando pernoitara, no passado, naquela estalagem.
Concluindo o relato da vinda de D. Pedro II ao Município de Queluz, em 1881, vou deixar que essa passagem seja relatada pelo próprio D. Pedro II em seu diário.
“30 (4ª fª) Partida às h. Carreiras – bonita posição de vasto horizonte para leste e sobretudo oeste. Encostada a uma tranqueira estava uma linda rapariga com sua saia e camisa revelando formas elegantes. Dava-lhe muita graça o lenço branco de pontas pendentes atado na cabeça. O caminho é bom, porém muito montanhoso. Passam-se diversos ribeirões, havendo uma ponte solidamente construída, todas as ondas do Paraopeba. Varginha, casa onde se reuniram os inconfidentes. Pertencia, então, a um hospedeiro de nome João da Costa. Vi a mesa e bancos corridos, de encosto, onde se assentavam. São de maçaranduba e estão colocados na varanda. Reparando que não houvessem conversado no interior da casa, disse-me o dono dela que havia vedetas para avisá-los. Atravessada a ponte do ribeirão da Varginha, entra-se no município de Ouro Preto.
— Assinando José Códea, Angelo Agostini como enviado da “Revista Illustrada”, desenhou os móveis citados e escreveu: “Na casa de Manoel Alves Dutra, na Varginha, existem dois bancos e uma mesa, feitos de maçaranduba, que serviram nas conferências dos Inconfidentes, sob a direção do grande cidadão Tiradentes. Hoje, serve para comer-se boas feijoadas com cabeça de porco (tempora mutantur!).I
Imagem da Internet: desenho de um banco e da mesa que eram usados nas reuniões dos inconfidentes.
Observação: “vedetas” quer dizer “vigias”. Li, não me lembro onde, que eram meninos que ficavam na margem da estrada, perto da entrada do caminho para a estalagem, que, ao ver ao longe aparecerem soldados, soltavam os papagaios de papel que tinham nas mãos para avisar os inconfidentes.
Imagem da Internet: Viagem de D. Pedro II