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Transmissão comunitária da variante Delta é identificada pela 1ª vez em Minas

Paciente é um homem de 50 anos que mora em Virginópolis; outros três casos foram confirmados no Estado, dois em Belo Horizonte e um em Juiz de Fora

O primeiro caso de transmissão comunitária em Minas Gerais da variante Delta do coronavírus – ou seja, que ocorreu dentro do território do Estado, sem que alguém tenha trazido de fora o vírus – foi registrado. A infecção foi confirmada em Virginópolis, cidade com pouco mais de 10 mil habitantes no Vale do Rio Doce, no último 28 de julho. 

Além desse, outros três casos foram identificados na unidade federativa, dois em Belo Horizonte e um em Juiz de Fora. Todos esses, porém, ocorreram em pessoas que estiveram no exterior. 

O paciente é um homem de 50 anos que não viajou para fora do país, mas transitou entre o município e outra cidade em Minas, não especificada para que ele não seja identificado.

As informações foram repassadas a O TEMPO pela secretária municipal de Saúde de Virginópolis, Jaqueline Nunes. Ela afirma que o homem ficou em quarentena, e que teve contato com familiares e pessoas próximas enquanto estava infectado. 

O quadro de saúde do paciente não foi grave, mas ele precisou de amparo médico e teve sintomas de Covid-19. “Todos foram rastreados”, garantiu a chefe da pasta.

Com ao menos 240 infecções identificadas no Brasil e transmissão comunitária também em São Paulo e Rio de Janeiro, a variante Delta do Sars-Cov-2, de origem indiana, é a mais transmissiva das cepas do coronavírus até agora.

Um documento do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na cifra em inglês), revelado pelo “The Washington Post”, aponta que a Delta se aproxima, em transmissibilidade, de doenças como a catapora e o ebola. 

A variante é uma das responsáveis por um novo avanço da doença em outros países, como o Reino Unido, França, Israel e os EUA. Informações preliminares indicam que, mesmo quem foi vacinado, apesar de não desenvolver casos graves de Covid-19, pode transmitir o vírus para outras pessoas.

A cepa mais comum no Brasil é a Gama, originária de Manaus, no Amazonas. O infectologista Unaí Tupinambás afirma que a gravidade de um possível espalhamento da doença em Minas ainda não é conhecida, mas há temor de que haja impacto significativo. 

“Aguardamos para ver como vai ser o impacto dessa nova variante. Acredito que ela vai entrar como entrou em todos os lugares do mundo. O quão grave, porém, não sabemos. Talvez o impacto na internação não seja tão grande quanto o da Gama (mais letal). Como ela é muito transmissiva, ficamos, como se diz, com o pé atrás. Temos que avançar na vacinação”, explica. 

O médico faz um apelo à população para que mantenha as medidas não farmacológicas de combate à pandemia, como o distanciamento social, uso constante de máscaras e, em caso de encontros com amigos ou família, preferir lugares abertos. “Isso vai ajudar demais para não termos que voltar com medidas de restrição. Mesmo os vacinados devem seguir essas orientações. A grande ameaça é essa”, conclui.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) “esclarece que segue investigando epidemiologicamente o caso confirmado de Covid-19 da variante Delta na cidade de Virginópolis, bem como todos os seus contatos diretos relacionados. Dessa forma, ainda não é possível tecnicamente confirmar ou descartar a transmissão comunitária da variante Delta em Minas Gerais”. 

Ainda de acordo com a nota, a SES diz que “tem realizado vigilância genômica com um monitoramento rigoroso dos casos suspeitos da variante, a fim de coibir a sua disseminação no Estado”, e que, semanalmente, estão sendo analisadas 180 amostras aleatórias coletadas em 9 regiões de saúde. 

Ainda sobre o caso em Virginópolis, a secretaria informou “que o paciente apresentou sintomas leves, como febre, tosse e dor de cabeça. O teste RT-PCR foi colhido em 13/07/2021, com resultado positivo. Dessa forma, o paciente cumpriu o isolamento em sua residência até o dia 27/07/21”.

FONTE O TEMPO

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