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PM reformado é preso por matar ex que foi agredida por 32 anos

Vítima foi assassinada dentro de casa, no bairro Mariano de Abreu, com tiros no rosto

Um policial militar reformado de 52 anos foi preso suspeito de matar a ex-companheira no bairro Mariano de Abreu, região Leste de Belo Horizonte. Em coletiva, nesta segunda-feira (8), a Polícia Civil deu detalhes do caso, e informou que a vítima sofreu violência doméstica por cerca de 32 anos. 

Suely de Fátima Silva Pascoal, de 50, foi assassinada com tiros no rosto no dia 8 de outubro deste ano dentro de casa. “Ele já sabia que a vítima estaria sozinha na residência, tinha a chave da casa, abriu o portão e descarregou o calibre 38 dele todo no rosto da vítima demonstrando o menosprezo pela vida da mulher. Essa é uma característica dos feminicidas, dos agressores: atingir justamente as partes femininas, rosto, seios e outras partes que demonstram a feminilidade”, explicou a delegada Ingrid Estevam. 

Imagens de câmeras de monitoramento flagraram o criminoso saindo da residência com a arma em punho. Ele ainda teria intimidado pessoas na rua afirmando que “ninguém tinha visto nada”. O militar fugiu do local do crime e foi preso na última sexta-feira (5). A corregedoria da Polícia Militar acompanhou o caso. 

Medida protetiva

Sueli já havia sido vítima de violência doméstica várias vezes durante o casamento. Ela estava separada do ex há cerca de seis meses, sendo que o criminoso saiu de casa há aproximadamente três meses. Em junho deste ano, ela solicitou à Justiça uma medida protetiva após uma tentativa de feminicídio. 

“Contudo, diante de todas as ameaças, ela retirou a medida protetiva no mês de setembro. Ele a perseguia por meio das redes sociais fiscalizando a vida da vítima, o investigado verificou um comentário em uma das fotos na rede da ex-companheira, o que despertou a ira dele. Ele pediu para que os familiares levantassem a identificação e localização do indivíduo que fez o comentário. Não conseguindo, ele foi atrás da vítima, ameaçou e tentou agredi-la no início de outubro”, detalhou a delegada.

Em 7 de outubro, a dona de casa compareceu à delegacia para solicitar uma nova medida protetiva, mas foi assassinada um dia depois. Ainda conforme a polícia, a filha e a neta do ex-casal presenciaram algumas das agressões e foram expulsas do imóvel pelo homem. 

Versão do suspeito 

Em depoimento, o militar afirmou que agiu em “legítima defesa”. “Ele disse que foi até a residência pedir que a vítima que se retirasse do local, da casa que ele afirma ter construído por ser o provedor da família e ela dependia dele. O investigado diz que era uma conversa amistosa, mas que, em determinado momento, ela foi para cima dele, que atirou na vítima. Essa versão cai por terra justamente por conta de todos os elementos que nós angariamos durante as investigações”, afirmou Ingrid.

O homem, que foi autuado por feminicídio, está preso em um batalhão da Polícia Militar. A reportagem de O TEMPO aguarda um posicionamento da corporação. 

FONTE O TEMPO

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