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Jornalista perde audição e outro é hostilizado em protesto

Uma repórter da TV Band Minas teve um trauma auditivo após manifestantes lançarem bombas em direção à equipe de jornalistas. Os policiais civis, militares e penais reivindicam reajuste de 24%.

Em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (9), durante um protesto das Forças de Segurança, a repórter da TV Band Minas, Laura França, perdeu temporariamente a audição, e o repórter Caio Tércia, da Band News, foi hostilizado, enquanto cobriam o ato. Segundo nota do Grupo Bandeirantes, manifestantes lançaram bombas em direção à equipe.

“A repórter Laura França, da TV Band Minas, sofreu um trauma auditivo após uma bomba estourar do lado da profissional na Praça da Estação, em Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira. Já o repórter Caio Tárcia, da Band News, foi hostilizado e alvo de uma bomba lançada contra ele quando seguia acompanhando o ato em direção à Praça Sete, no centro da capital”, disse a emissora.

Laura França sofreu um trauma auditivo e vai precisar de outros exames que medirão a extensão do ferimento. A repórter se feriu durante a cobertura das manifestações das forças de seguranças na região Central de Belo Horizonte, mesmo com a proibição da justiça.

Na imagem, Caio Tárcia e Laura França, ambos repórteres da Rede Band em Minas Gerais. Fotos: Reprodução / Redes Sociais 

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) divulgou nota dizendo que “repudia os ataques aos jornalistas e reitera que todo e qualquer ato que tenha como objetivo impedir a cobertura jornalística de fatos de interesse público é uma violação ao direito da imprensa de informar e ao do cidadão de ser informado, garantias previstas na Constituição Brasileira”.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) disse, também em nota, que vários agentes da segurança pública contrariam a decisão da Justiça e participaram do ato armados. “A ABI cobra do governo de Minas providências para que tais fatos não se repitam e para a garantia da segurança dos profissionais da imprensa”, declarou.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJMPG) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) também repudiaram o caso. “É inaceitável que as forças de segurança do estado ajam com violência e hostilidade para impedir o trabalho da imprensa”, disseram em nota.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) disse em nota que “serão apuradas todas as condutas de servidores que contrariam determinação judicial ou recomendações do Ministério Público de Minas Gerais no tocante à paralisação de atividades ou no que diz respeito a comportamentos inadequados e inaceitáveis durante as manifestações das forças de segurança, realizadas em Belo Horizonte”.

O governo disse ainda que repudia os atos que levaram ao ferimento da jornalista.

Confira Nota na íntegra da Band Minas

A repórter Laura França, da TV Band Minas, teve de ser socorrida após uma bomba estourar do lado da profissional durante a cobertura da manifestação das forças de segurança pública na praça da Estação, em Belo Horizonte. Segundo relato de profissionais da imprensa presentes no protesto, apesar do pedido dos organizadores para os manifestantes não soltarem bombas, os agentes da segurança pública presentes no protesto ignoram o comando e continuam a explodir os artefatos durante o trajeto. Além das bombas, vários policiais, contrariando decisão da Justiça, protestam armados. A Band repudia a atitude dos manifestantes e cobra da Polícia Militar o acompanhamento do protesto, garantindo a segurança dos envolvidos, inclusive dos profissionais da imprensa. A emissora também exige responsabilidade das categorias envolvidas no ato e solicita o acompanhamento do caso pelo governo de Minas, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Entenda o caso

Os policiais reivindicam recomposição salarial de 24%, mas, por lei, a categoria é proibida pela constituição de fazer greve. Atos como o realizado nesta quarta-feira (9) são considerados ilegais já que os manifestantes paralisaram suas atividades para participar da mobilização. Mas a punição, nestes casos, depende de abertura de sindicância para apurar os casos um a um. 

Os sindicatos que representam as polícias Penal e Civil ainda não se manifestaram sobre as bombas e o protesto. A Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra) também ainda não se manifestou.

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