2 de maio de 2024 15:21

Mulher que teve mestrado negado após maternidade tem título reconsiderado: ‘muito feliz’

A bióloga engravidou no último ano de mestrado e, em maio, expôs que teve o título negado depois de não conseguir fazer a correção do trabalho 

A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) voltou atrás e concedeu à bióloga Ambar Soldevila o título de mestra. ‘’Consegui o meu título depois dessa batalha! Fico muito feliz que o colegiado teve uma decisão diferente dessa vez’’, comemorou nessa quarta-feira (8).

O caso tomou as redes sociais depois que Amber teve o mestrado negado por não ter conseguido entregar as correções do trabalho, após o nascimento do pequeno Caetano. A publicação chamou a atenção para uma pauta importante: os desafios de uma mulher, mãe, acadêmica.

“Ainda temos uma triste realidade, não temos legislações que garantem direitos para mulheres que serão mães após a defesa. As mães acadêmicas ainda dependem do bom senso para conseguirem seus direitos. Essa foi a primeira batalha, ainda temos que mudar as legislações dentro das universidades”, escreveu a bióloga.

O caso despertou a movimentação de muitas outras mulheres e mães dentro das universidades discutindo sobre maternidade e parentalidade.

“Muitas me escreveram dizendo que minha voz não era só minha, era de muitas mães, isso me emociona muito. Espero muito que outras mulheres possam ter seus direitos de maternar garantidos e que isso não seja um estorvo em suas vidas, de dificuldade já basta todos os desafios do puerpério”, acrescentou.

A reportagem entrou em contato com a UFOP e aguarda um posicionamento.

Relembre o caso

A bióloga fez um post no dia 30 de maio contando que engravidou no último ano de mestrado na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). “Apresentei minha dissertação com 36 semanas de gestação – porque foi negado meu pedido de licença maternidade, já que meu filho nasceria fora do período de regência da bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que foi aprovada pela banca, e após exatamente 19 dias da apresentação, meu filho nasceu”, disse em relato publicado no Instagram.

Quando engravidou, Amber entrou em contato com o programa da faculdade perguntando sobre a possibilidade de estender o prazo de entrega da dissertação. “A resposta foi muito clara: eu não tinha direito à licença maternidade, e deveria trabalhar com o tempo que tinha”, relatou.

No manual do aluno disponível na página do faculdade, ela conta que estava escrito – em caixa alta -: ‘prazo improrrogável’ para a entrega da versão definitiva da dissertação. “Se você não entrega sua versão definitiva e a submissão do artigo, você não tem direito ao título de mestre”, acrescentou, Ambar.

Ela conta que estava passando por momentos difíceis e não teve rede de apoio. Ambar e o companheiro ainda acumulavam dívidas financeiras.

Diante de toda a circunstância, ela não conseguiu entregar a dissertação corrigida a tempo. “Depois que o prazo havia expirado, recebi um e-mail da secretária do PPG, dizendo que iria perder o título e estava enviando meu caso ao colegiado”, disse.

FONTE ITATIAIA

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