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A única clínica de hemodiálise de Lafaiete e região está prestes a fechar as portas; “não houve avanços para minimizar a situação financeira”, comunicou a direção

O Vereador Pedro Américo (PT) apresentou um requerimento à secretaria municipal de saúde cobrando as ações já implementadas diante de uma carta aberta divulgada em meados de março em que os diretores alertaram sobre o déficit crescente da Clínica Santo Antônio e a real possibilidade de fechamento da empresa, a única a atender os pacientes com doenças renais de Lafaiete e região. “A notícia à época, mobilizou as lideranças de Lafaiete e região mas o que de concreto foi feito para salvar a clínica?”, questionou.
Sandro José (PROS) discorreu sobre a impossibilidade de transferência de recursos já que se trata de uma empresa particular, ainda que com mais de 95% dos atendimento pelo SUS. “É um privilégio para termos um serviço desta natureza mas precisamos mobilizar toda a região. Talvez a alternativa seria via Cisap ou Cisalp”.
Para Giuseppe Laporte (MDB) o encerramento das atividades da clínica será um prejuízo com impactos regionais. “Imagina um paciente ter que se deslocar a Belo Horizonte para fazer este tipo de tratamento. Isso geria mais custos para o SUS e sofrimento para os pacientes”.
Os vereadores Pastor Angelino (PP) e Valdo Silva (DC) e Damires Rinarlly (PV) mostraram a preocupação como o fechamento da clínica. “Esta responsabilidade deve ser estendida as cidades da região”, pontuou Damires Rinarlly (PV).

O outro lado

Nossa reportagem procurou a direção da Clínica Santo Antônio, situada no Bairro São Sebastião, com mais de 28 de atuação em Lafaiete, atendendo quase que exclusivamente pelo convênio SUS e a pacientes das 18 cidades quem compõem a microrregião de Congonhas e Lafaiete.
Hoje cerca de 170 paciente recebem o tratamento (hemodiálise) que consiste em 3 sessões semanais de 4 horas de duração. Em sua maioria os pacientes são hipertensos e diabéticos. Além dessa modalidade há pacientes (hoje em torno de 15) que fazem diálise em suas casas, monitorados mensalmente pelos médicos da clínica e 24 horas por dia pelos enfermeiros da mesma A clínica atende cerca de 250 consultas ao mês.
Segundo a direção o baixo custo pago pelo SUS vem inviabilizando a clínica. Para se medir o déficit crescente cada sessão tem o custo de R$285,00, mas o repasse do SUS é de apenas R$218,00.
Por outro lado, a clínica tem que fazer constantes investimentos em estrutura física, compra e manutenção dos equipamentos, insumos farmacológicos e não farmacológicos ( em sua maioria importados, portanto com preços em dólares) além de manter em seu quadro recursos humanos em diversas áreas. Ao todo são mais de 50 profissionais que atuam na clínica.
Os recursos para custear os serviços vêm do Ministério da Saúde e são repassados via prefeitura de Lafaiete. É um tratamento caro e se enquadra na modalidade de alto custo.

“A tabela para custear a hemodiálise não era reajustada desde 2017, o que significa 5 anos sem aumento enquanto que os custos aumentaram. Com a pandemia nem se fala. Houve um pequeno reajuste neste ano mas muito abaixo do que seria necessário para manter o equilíbrio financeiro da clínica”, disse a direção que já apresentou a situação ao conselho de saúde, secretários municipais de saúde, prefeito e promotores. “Não houve avanços desde janeiro, quando comunicamos às autoridades municipais, então, em março, tornamos pública a situação deficitária da empresa e os gravíssimos problemas financeiros. “O que nos resta é encerrar as atividades já que não houve avanços nas tratativas e não mais podemos continuar com o endividamento da empresa”, lamentou a direção.

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