Muito se comenta o poder político e a representação política de Lafaiete em comparação a sua vizinha Barbacena, detentora de uma tradição de mais de 2 séculos na vida pública, citando as famílias Andrada e Bias Fortes. A tradição vem do Império e se manteve viva com sucessivas eleições de representantes.
Lafaiete ao que parece vive de com seu “complexo de vira lata”, termo cunhado por foi descrito em 1958 pelo jornalista brasileiro Nelson Rodrigues como “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”.
A história
O mais brilhante e influente político nos mais de 232 anos de Lafaiete foi sem dúvida Lafayette Rodrigues Pereira que assumiu cargos importante na hierarquia do império. Nascido em 28 março de 1834, Conselheiro Lafaiete, morreu no Rio de Janeiro em janeiro de 1917. Foi um jurista advogado, jornalista, diplomata e político brasileiro, exercendo a presidências das províncias exerceu a presidência das províncias do Ceará (1864-65) e a do Maranhão (1865-66). Conselheiro Lafaiete foi senador em 1879.
Entre Conselheiro Lafaiete e a século XX houve um vácuo político e somente em 1930, a cidade elegeu Francisco Rodrigues Pereira Júnior, descente direito de Lafayette Rodrigues Pereira, como deputado federal na legenda da Concentração Conservadora, exercendo o mandato de maio a outubro desse mesmo ano, quando a Revolução de 1930 suprimiu os órgãos legislativos do país. Restabelecida a normalidade democrática em 1933, voltou a eleger-se vereador à Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete, exercendo o mandato entre 1935 e 1937.
No pleito de dezembro de 1945 elegeu-se deputado por Minas à Assembleia Nacional Constituinte na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Assumindo sua cadeira em fevereiro de 1946, participou dos trabalhos constituintes e, com a promulgação da nova Carta (18/9/1946), passou a exercer o mandato legislativo ordinário até janeiro de 1951. Nos pleitos de outubro de 1950 e de 1954 elegeu-se suplente de deputado federal por seu estado na mesma legenda, não chegando a assumir o mandato em ambas as legislaturas.
Década de 50
Na década de 50, Antônio Franco Ribeiro foi oi eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para a 2ª Legislatura (1951 – 1955), pelo PTN. Foi substituído por Sílvio Romeu César de Araújo no período de 2/7 a 4/9/1952.
Ely Franco Ribeiro foi deputado estadual em Minas Gerais, pelo PR, durante o período de 1955 a 1959 (3ª legislatura). Atuou como deputado na suplência do legislativo mineiro na legislatura seguinte (1959-1963), também pelo PR. Ambos são avô e tio do atual deputado estadual, em seu 3º mandato e candidato a deputado federal, Glaycon Franco.
João Nogueira
João Nogueira foi por 9 vezes deputado federal entre 1951 a 1981. Ele também foi secretário de estado e renunciou ao mandato de Deputado Federal, na legislatura 1979-1983, para assumir o cargo de Ministro do Tribunal de Contas da União, em 05 de maio de 1981. Após esta data, Lafaiete ficou sem representante no Congresso.
Lafaiete ainda teve diversos representantes na Assembleia de Minas entre os anos de 80 a 200, como Hélio Rezende (1979 a 1987), Arnaldo Penna e José Milton (2000 e 2007).
Em 2010, Milton investiu em uma candidatura ao Congresso chegando a quase 62 mil ficando na suplência. Já em 2012, o ex-prefeito Ivar Cerqueira também tentou a mesma empreitada chegando a 37.985 chegando a suplência do PSDB. As duas lideranças foram as que mais chegaram perto de uma cadeira de deputado federal nas últimas 4 eleições.
E agora?
Em 2022, Lafaiete tem 6 candidatos a deputado federal e mais uma vez tem chance de eleger um sucessor para a vaga deixada desde 1981 por João Nogueira, mesmo nascido em Itaverava, outrora distrito da antiga Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete. Este é o desafio dos mais de 97 mil eleitores.