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Moradores de Ouro Preto lotam as ruas cobrando saída da Saneouro

Empresa iniciou cobranças mensais pelo serviço da água no município.

Revoltados com as últimas medidas adotadas pela Saneouro, diversos moradores de Ouro Preto foram às ruas da cidade exigir a saída da empresa de água da cidade, durante a última segunda-feira (10/10). Feito pela Força Associativa dos Moradores de Ouro Preto (Famop), o ato teve mais de 300 pessoas, segundo contagem dos organizadores.

A manifestação começou no fim da tarde, partindo da sede do sindicato Assufop, onde foi realizada assembleia sobre o assunto e, em caminhada, os populares se dirigiram até a Prefeitura Municipal. Com a praça lotada, os presentes exigiram a suspensão da tarifa mensal na conta de água e a remunicipalização do serviço por Ouro Preto, como era feito antes da chegada da Saneouro. Vale lembrar que a saída da empresa foi uma promessa de campanha do prefeito Angelo Oswaldo (PV).

A Saneouro chegou à Cidade Patrimônio durante o mandato do ex-prefeito Júlio Pimenta, que comandou o município entre 2017 e 2021.

“Tarifas mais caras do país”

Em ofício direcionado ao prefeito Angelo Oswaldo (PV), a Famop fez um suplício ao Poder Executivo por medidas urgentes e enérgicas. Segundo o manifesto, as cobranças realizadas pela Saneouro até o momento têm tido valores abusivos.

Leia o ofício a seguir:

“Prezado prefeito,

Força Associativa dos Moradores de Ouro Preto (Famop), entidade sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ sob o nº 29.388.099/0001-22, por intermédio de seu presidente, Luiz Carlos Teixeira, e representantes no Grupo de Trabalho conforme Decreto nº 6.463/2022, expõem e requerem o que se segue.

Conforme nota da Concessionária Saneouro, a partir do dia 4 de outubro de 2022, ‘os clientes da Saneouro passam a pagar a fatura de água baseada no consumo mensal medido. Essa emissão de fatura pelo consumo real já era prevista no contrato de concessão dos serviços públicos de água e esgoto e foi atestada nesta segunda-feira (30/09) pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico de Minas Gerais (ARISB-MG), após auditar a instalação dos medidores de consumo (hidrômetros) nos imóveis de Ouro Preto.’

Até o presente momento, a única atitude concreta do Executivo Municipal foi nomear membros para um Grupo de Trabalho que analisaria a viabilidade da remunicipalização do serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto. Este mesmo Grupo de Trabalho já apresentou relatório apontando soluções jurídicas e administrativas possíveis, tendo sido ignorado pelo Executivo.

Em razão do início da cobrança e, por adotar as tarifas mais caras do país, com valores três vezes maior que a média de cobrança em todas as cidades, exigimos em nome do povo de Ouro Preto uma atitude urgente e eficaz.

Para não trazer mais prejuízos à população de nossa cidade, que está desesperada com os valores que estão sendo cobrados em sua conta de água, é imperativo que Vossa Excelência suspenda por Decreto a cobrança das contas emitidas pela Saneouro para o mês de outubro.

Ato contínuo, é fundamental a abertura de uma mesa de negociação para, num primeiro momento, reduzir o valor cobrado pela Sanoeouro e, num prazo de 6 meses, efetuar a transição para a retomada pelo Município do serviço hoje privatizado.

Aguardamos resposta.”

Diversidade

O ato contou com a presença de líderes estudantis e sindicais, bem como figuras notadamente de esquerda e de direita, todas unidas com o objetivo de tirar a Saneouro de Ouro Preto.

Alguns vereadores também estiveram presentes na manifestação. Em protesto, durante a última semana, a Câmara Municipal trancou a pauta do Legislativo para proposições do Poder Executivo até que haja alguma resposta com relação a situação da Saneouro.

FONTE RADAR GERAL

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