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Lideranças e profissionais destacam a importância da aprovação do projeto de capoeira nas escolas

A Câmara dos Vereadores de Lafaiete, o Projeto de Lei (PL) 065/2022, de autoria do Vereador Professor Eustáquio (PV), que institui de forma inédita na região, o ensino da capoeira nas escolas da rede pública e privada como parte da proposta pedagógica da educação básica, a fim de promover o desenvolvimento cultural, educacional e esportivo, como forma de efetivação da lei n.º 10.639/2003. No dia 27 de dezembro, o projeto foi sancionado pelo Prefeito Mário Marcus (União Brasil)
A capoeira, representação genuína da cultura do povo preto no Brasil e símbolo da resistência começam a ser praticada no século XVI, na época em que o império português inicia sua colonização trazendo para a mão de obra africana, com destaque para a população escravizada angolana, que passaram a utilizar a capoeira como instrumento de resistência, lazer e esporte. O desenvolvimento da capoeira está intimamente ligado à história social, cultural e política do povo preto e de seus afrodescendentes que lutam até hoje por igualdade social e o reconhecimento do povo preto na construção da identidade cultural do povo brasileiro.
Agora os sons do batuque, do berimbau e o gingado passam oficialmente fazer parte do material e do conteúdo escolar da rede municipal de ensino de Conselheiro Lafaiete, sendo um bom começo para que a capoeira seja reconhecida como patrimônio imaterial da nossa região.
Repercussão e depoimentos
Diversos profissionais ouvidos por nossa reportagem destacaram a importância da aprovação do projeto em Lafaiete em diversos aspectos como esportivo, educacional e cultural. “Este projeto vai permitir que a valorização da cultura afro na formação do povo brasileiro reconhecendo o papel do povo preto na construção da nação tanto na culinária, no esporte, na cultura, na música, na religião, como também atua na coordenação motora, no reflexo, e inclusive contribuindo para diminuir a evasão escolar mantendo o aluno dentro nas unidades de educação”, salientou o capoeirista Mestre Nem.
Já a Mestra Rosana, Professora de Capoeira nas escolas de Ribeirão Preto (SP) parabenizou a conquista da aprovação do projeto e seus desdobramentos na formação integral do aluno. “A capoeira possibilita a vivência da cultura afro no espaço escolar atuando em diversas faixas etárias, desenvolvendo habilidades, coordenação motora e cognitiva, melhoramento das relações sociais, empatia, caráter e atua na questão da vulnerabilidade criando o cidadão que tanto a escola almeja “, pontou.
Mestre Paulo Cabide, que atua na capoeira há mais de 30 anos, citou a luta como defesa pessoal como também no desenvolvimento da criatividade e do protagonismo. “Se a pessoa foi muito agressiva a capoeira ajuda no controle, na disciplina e outros valores. Já se a pessoa for muito tímida, o esporte promove sua vivacidade”, comentou.
A Professora de Yoga Aderiana, praticante de capoeira e graduanda em educação física, versou que além do contato com a história e a cultura, a prática auxilia na postura, agilidades, controle da obesidade, formação muscular, competividades, concentração e disciplina. “A leveza da dança ajudar atua diretamente na disciplina da luta”, salientou.

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