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Risco de adolescentes serem vítimas de golpe aumenta, apesar de maior experiência virtual

Tradicionalmente, no imaginário popular, as vítimas de golpes online são adultos com pelo menos 40 anos e pouca experiência no mundo digital. No entanto, uma pesquisa recente coloca em xeque essa percepção, apontando que, na realidade, os adolescentes têm sido os mais impactados por esse tipo de crime nos últimos anos.

Segundo o estudo, que analisou as tendências de 2017 a 2021, o aumento das perdas financeiras em esquemas online foi da ordem de 1126% para vítimas de até 20 anos e 390% para as mais velhas. Esses dados indicam que, ao contrário do que se esperava, os jovens se apresentam mais frágeis aos riscos virtuais – apesar de seu maior conhecimento tecnológico.

Por que os adolescentes são alvos prioritários

Existem várias razões pelas quais os adolescentes são particularmente vulneráveis a golpes online. Para começar, eles tendem a confiar mais nas pessoas que conhecem na internet do que os mais adultos, e são igualmente mais suscetíveis a ceder à pressão dos colegas.

Além disso, eles se preocupam menos com a segurança cibernética e se envolvem com mais frequência em comportamentos digitais arriscados, como fornecer informações pessoais ou baixar software de fontes não confiáveis. Tudo isso colabora para que eles sejam alvos preferenciais dos criminosos.

Golpes mais comuns

Um dos golpes mais comuns direcionados a adolescentes ocorre através de ofertas de emprego fajutas. Nesses esquemas, a vítima recebe uma “proposta de trabalho”, geralmente na modalidade remota, e, para ser contratada, é solicitada a fornecer informações pessoais, como número do seguro social e informações bancárias, ou a efetuar pagamentos por treinamento ou materiais necessários à função. Os dados, então, são usados para roubo de identidade e o dinheiro é recebido sem nenhuma contraparte.

Outra prática comum são as fraudes românticas. O criminoso cria um perfil online falso e se passa por alguém interessado num relacionamento afetivo, construindo confiança com a vítima para, eventualmente, lhe pedir dinheiro ou informações pessoais. Esse tipo de golpe é particularmente perigoso para os adolescentes, que podem ser mais inclinados a cair em falsas promessas de amor do tipo.

O comércio online e as redes sociais também são frequentemente usadas por golpistas para vender produtos ou serviços ilegítimos. No cenário mais comum, o consumidor paga pelo produto (cujo preço, em geral, está abaixo da média do mercado), mas nunca o recebe. Isso é bastante recorrente em plataformas como o Instagram, onde é fácil para os agentes mal-intencionados criarem perfis falsos e solicitarem pagamentos.

Como evitar cair nesses golpes

Embora os golpistas possam ser altamente qualificados e capazes de criar perfis, sites e mensagens falsas bastante convincentes, um elemento central no sucesso desses esquemas é a sensação das vítimas de “isso nunca vai acontecer comigo” – o que costuma ser mais usual em adolescentes.

É por isso que é tão importante aos jovens entenderem que golpes online podem acontecer com qualquer pessoa e tomarem medidas para se proteger. Isso inclui estratégias básicas de segurança cibernética, como cautela ao fornecer dados pessoais ou fazer pagamentos online, uso de senhas fortes e emprego de ferramentas de cibersegurança, como antivírus, VPNs e autenticação de dois fatores.

Além disso, os pais e responsáveis podem desempenhar um papel fundamental na educação dos adolescentes sobre a segurança online e os riscos da internet. Afinal, em termos de prevenção de fraudes, conhecimento é poder.

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