27 de abril de 2024 19:26

Bate boca: em meio a sessão tumultuada e disputa interna, vereadores destravam pauta da Câmara

“O senhor está restringindo meu direito de falar. Isso é um desrespeito”, disparou a Vereadora Damires Rinarlly (PV) já nos instantes finais da sessão, ao insistir no uso da “questão de ordem”, retrucando seu colega, o Presidente Vado Silva (DC) que imediatamente encerrou a sessão, quando já eram por volta das 22:00 da noite desta quinta-feira (15).

A reunião foi tumultuada expondo um racha interno em torno do destravamento da pauta, situação que já perdura mais de um mês em que os vereadores não votam os projetos da ordem do dia, em especial de iniciativa do Executivo. A situação inédita foi um acordo firmado entre os 13 vereadores e sindicato dos servidores públicos para presisonar a prefeitura de Conselheiro Lafaiete (MG) na busca de um diálogo com o Executivo sobre uma pauta de reivindicações e concessão de um reajuste salarial.

Em meio ao bate boca e discussões mais ríspidas, a sessão foi tensa em que os vereadores divergiram sobre retorno retomada das votações. Ainda durante a sessão, eles suspenderam a sessão por 30 minutos e se reuniram na cozinha da Casa para discutir a situação regimental.

A base governista, que defendia a volta a normalidade, retomou a sessão, porém 4 vereadores (Erivilton Jayme, Pedro Américo, Damires Rinarlly e Fernando Bandeira) descontentes com quebra do acordo, não participaram das votações e terão o dia de sessão descontados em seus salários.

“Sempre apoiamos todas as demandas dos servidores, mas precisamos destravar a pauta. Quem não quer um aumento, seja ele, de 5, 6 ou 10% aos servidores? Não tenho medo de ninguém. Que os funcionários retomem a greve e Justiça resolva a situação, mas temos que voltar a normalidade de votações”, reverberou Giuseppe Laporte (MDB).

O Vereador Sandro José (PROS) ponderou, que conforme os números financeiros, que impediriam um aumento salarial, em função dos limites prudenciais de gastos com folha, sugeriu um levantamento mais profundo das finanças municipais. “Sugiro que o secretário de fazenda enviei a Câmara um relatório detalhado de gastos com a folha salarial dos efetivos, contratos e comissionados e quem tem sabe tem uma gordurinha de sobra?”, pontuou.

O Vereador e Líder do Governo, João Paulo Pé Quente (DEM) aventou a contratação de uma analista de finanças para assessorar a Câmara no acompanhameto das contas públicas. “São vários números apresentados e nós não temos condições de avaliar os impactos do aumento salarial. A Prefeitura aponta números e diz que não tem condições e agora temos que nos posicionar com mais propriedade. Isso só com uma ajuda técnica”.

Favorável ao destravamento da pauta, Renato Pelé (Podemos) citou que a situação serviria de palanque político e que continuidade dos trabalhos legislativos seria primordial. “Esta situação prejudica a população. Sou homem de assumir no peito minhas posições”.

“A gente já sabe que quando se à mesa poucas vezes de resolve algo”, salientou André Menezes, se referindo a uma reunião ocorrida horas antes no gabinete do prefeito quando os vereadores se encontraram para intermediar a situação o reajuste salarial e fim do impasse na pauta de votações.

Constatamos que o vereador Professor Oswaldo Barbosa (PV) estava ausente do Plenário juntamente com Damires, Bandeira, Erivelton e Pedrinho no momento em que a pauta foi destravada. Seguindo ele, o compromisso com os servidores municipais foi mantido pelo edil. A ausência dos cinco veredores foi registrada em ata.

Reunião

O que nossa reportagem apurou que a reunião ocorrida na tarde de quinta-feira, na Prefeitura, que durou mais de 2 horas, foi tensa e prefeitura apresentou números que impossibilitariam um reajuste e outras demandas apresentadas pelo sindicato.

Houve momentos de embate para duros em tom elevado de bate boca e indisposição. Para alguns vereadores, houve arrogância em falas do debate “Foi um clima tenso e faltou mais disposição ao diálogo e boa vontade, principalmente da parte da prefeitura. Sequer uma água foi servida na reunião”, disse um vereador a nossa reportagem.

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