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Boas parcerias mantêm Banda Santa Cecília nos eventos belo-valenses

A Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale, corporação centenária, fundada em 1920, foi contemplada pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC 212724, para desenvolver o projeto: “Vou tocar na Banda – Farei parte de sua história centenária”. Desde abril de 2022, desenvolveram-se ações formativas sociais e manifestações culturais para provocar, despertar e difundir o conhecimento sobre a corporação. Oficinas, workshops, debates e cursos de iniciação à teoria e prática musical garantiram formação de músicos jovens e capacitação de adultos.   

O projeto contou com patrocínio do Instituto Cultural Vale, e privilegiou que equipe de profissionais pedagógicos desenvolvessem ações em escolas, motivando e despertando estudantes para a arte da música, conhecer a história e a função social que uma Banda de Música representa no cotidiano da comunidade. O projeto proporcionou ensaios musicais, aquisição e manutenção de instrumentos, uniformes e outros elementos essenciais, que deram suporte às apresentações e eventos nas praças, bloco carnavalesco, sobretudo, aqueles de caráter religioso. 

Presidente destaca apoio da Lei de Incentivo Federal à Cultura e empresa patrocinadora

O coordenador geral do projeto e presidente da Banda Santa Cecília, Romeu Matias Pinto ressaltou a importância da parceria com o Instituto Cultural Vale, ao ressaltar que garantiu a continuidade, integridade e preservação de um expoente do patrimônio imaterial. – Ser músico e ser parte da essência da Banda Santa Cecília, muito importa para nossa corporação musical. Ações educativas, essencialmente, para os jovens estudantes, transcendem a musicalidade, contextualizam e despertam no sujeito seu potencial patrimonial, fortalecendo sua formação cultural e social; afirmou o presidente.

Jovens e adultos do Curso de Teoria Musical ministrado pela professora Karine Teixeira, debateram aspectos do livro “Memórias”, para conhecerem a rica história da corporação.
Músico e regente, Leonardo Basílio trabalhou workshops para capacitação em saxofone e clarineta.
Em frente à Matriz de São Gonçalo; registro da participação da Banda na celebração de Corpus Christi, em 8 de junho, com estreia de novo uniforme. 

História

Centenária, surgiu na Fazenda Boa Esperança

A Banda Santa Cecília surgiu em 1920, com o nome de “Lyra Bello Vallense Santa Cecília”. Organizada pelo Coronel José Ferreira de Mendonça, então, proprietário da Fazenda Boa Esperança, patrimônio nacional do século XVIII. Eram integrantes: membros da família, trabalhadores da fazenda e por maestros competentes como, José Afra de Mattos, José Silvestre de Resende Dornas e Eugênio Batista Gonçalves Sampaio. Criada em 1932, ganhou novos elementos, instrumentos e maior visibilidade. Não havia um evento social, político ou religioso, que a Banda não se apresentasse.

Foto de 1923. Reconhecida como uma das mais importantes Bandas de Música do Vale do Alto e Médio Paraopeba é convidada para tocar em todos os encontros regionais.
Banda retornou à Fazenda Boa Esperança e fez brilhante apresentação sob as antigas sapucaias do pátio principal.

Tocando suas marchas e dobrados, participou da inauguração do Estádio do Carijós Atlético Clube, em 1935, e abrilhantou a grande festa de janeiro de 1939, que celebrou a instalação da cidade de Belo Vale, após tornar-se independente de Bonfim. Registrou-se em cartório em 1951, e realizou uma belíssima retreta no pátio da Estação Central, na manhã de dois de fevereiro de 1958, para recepcionar as Irmãs Vicentinas, que chegaram para dirigir o “Ginásio Padre Virgílio”.

Paralisou-se por diversas vezes, mas, voltava revigorada com novas formações. A partir de 2011, com boas parcerias, ganhou as ruas e praças da cidade, e não parou mais. Em 2017, a Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale (APHAA-BV) idealizou uma pesquisa e publicou o valioso livro “Memórias: Retratos da Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da Ponte de Belo Vale.” Para coroar sua brilhante trajetória, em 2021, foi registrada pela Secretaria Municipal de Cultura de Belo Vale como “Forma de Expressão Patrimônio Imaterial de Belo Vale”.

Agradecimento especial ao Maestro Reginaldo Silva, que desenvolve junto aos músicos um trabalho com excelência para manter a memória viva de gerações de famílias de músicos belo-valenses. Avôs, pais, filhos, netos e bisnetos. Valores humanos e culturais que jamais serão apagados. O projeto foi concluído no dia 13 de junho, com apresentação na festa de Santo Antônio de Vargem Alegre, Bonfim, MG.

Tarcísio Martins, jornalista,  autor do livro “Memórias”.                           

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