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Congonhas – Palestra: Estudioso de Aleijadinho, promotor Marcos Paulo revela fatos do instigante personagem

“Uma viagem inusitada de Aleijadinho pelo Caminho Novo” foi tema de palestra do promotor de Justiça, professor de Direito e historiador, Marcos Paulo de Souza Miranda, realizada na Biblioteca do Museu de Congonhas, na manhã de 17 de junho. O evento foi realizado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas (IHGC), coordenado pelo presidente André Candreva, quem fez entregar ao palestrante o diploma de Sócio Correspondente do Instituto. Marcos Paulo é pesquisador da vida e obra de Antônio Francisco Lisboa, e vem revelando em seus estudos fatos documentais e esclarecedores, sobre o talentoso escultor, arquiteto, entalhador, marceneiro, pedreiro do século XVIII, descendente da 3ª geração de artistas da família de Manuel Francisco Lisboa, seu pai, nascido em São José de Odivelos, distrito de Lisboa, Portugal.

Preservar o imenso potencial cultural de Congonhas

Marcos Paulo fez reflexões sobre os cuidados que se deve ter com a preservação dos patrimônios culturais e história da região, especialmente, com o imenso potencial que se tem em Congonhas, num contexto maior. – O Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas tem feito um trabalho profissional e função de relevo para congregar e fazer com que todas as forças da comunidade se integrem na conservação de Congonhas, uma das joias de Minas Gerais; alertou.  A palestra apresentou documentos reveladores, entre os quais, certidão de batismo de Aleijadinho – 26/06/1937 – em Ouro Preto, filho natural, de mãe Isabel, escravizada. Documentos que corrigem dados, anteriormente, publicados e conferem a veracidade sobre aspectos da vida do escultor.

Marcos Paulo confirma que Aleijadinho percorreu o Caminho Novo – Ouro Preto a Rio de Janeiro, em 1776. Aos 37 anos, ele chegou à cidade com mais quarenta e três oficiais – carpinteiros, pedreiros, ferreiros – recrutados para serem enviados ao sul do País, onde o Brasil precisava reforçar suas estruturas de defesa na divisa com a América Espanhola. Nessa viagem, foi acompanhado de sua esposa Narcisa Rodrigues da Conceição, grávida, e no Rio providenciou a averbação judicial da paternidade do filho que se chamou, como o avô, Manuel Francisco Lisboa. Uma história fascinante que aos poucos vai sendo reconstruída.  

Tarcísio Martins. Único retrato do escultor mineiro, Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), ex-voto que se encontrava na Casa dos Milagres, do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, Congonhas, vendido em 1916. A pintura passou por mãos de comerciantes, até ser doada ao Arquivo Público Mineiro, 1946. Após longos anos de estudo e identificação, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais reconheceu e aprovou em lei de 1972, como retrato oficial.

Pintado por Euclásio Penna Ventura, o raro quadro original pertencente ao acervo do Museu Mineiro, pode ser visto em exposição no Museu de Congonhas.

 Tarcísio Martins, jornalista, membro do IHGC, Cadeira 13.

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