27 de abril de 2024 20:33

Trem Turístico Rio-Minas tem 37km de trilhos prontos

Distância corresponde a travessia de Chiador, em Minas, Três Rios e Sapucaia, no Rio; percurso total projetado é de 168km

As obras do Trem Turístico Rio-Minas, que ligará a cidade de Três Rios, no Sul Fluminense, ao município de Cataguases, na Zona da Mata mineira, continuam em andamento. A previsão é de que o projeto seja inaugurado para os turistas até dezembro deste ano. De acordo com a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Amigos do Trem, esse é o maior projeto de turismo ferroviário do Estado do Rio de Janeiro e o único aprovado no Brasil.

No momento, as locomotivas estão passando por manutenção, assim como os carros de passageiros, que contarão com ar-condicionado. Os ajustes foram apontados pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) após inspeção que aconteceu em março. “Nós estamos aguardando a liberação do Contrato Operacional Específico (COE), que é o que determina o início do projeto com segurança. A nossa previsão é de que o projeto comece a funcionar para turistas de setembro em diante. Inclusive, os municípios estão trabalhando junto para oferecer opção de lazer, comércio, restaurante e hotel para dar suporte e movimentar a economia local”, explica Cynthia Nascimento Leite, presidente da Oscip.

O trajeto completo projetado é de 168 quilômetros, atravessando os municípios de Além Paraíba, Volta Grande, Recreio, Leopoldina e Cataguases, em Minas Gerais. Porém, até o momento, a reforma foi realizada em 37 quilômetros de trilhos, compreendendo as cidades de Sapucaia, Três Rios (RJ) e Chiador (MG), trajeto que está nos planos para inauguração ainda este ano. Os demais trechos dependem, de acordo com Cynthia, da concessionária Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) cumprir o término das obras. A Oscip informou que está buscando o apoio do Governo federal e do Estado de Minas para estender a reforma dos trilhos.

A VLI, controladora da Ferrovia Centro-Atlântica, esclareceu que a parte do trecho sob gestão da companhia em que o Trem Turístico Minas-Rio passará está sendo recuperada conforme determinação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “Esse percurso compreende a linha que liga as cidades de Três Rios a Sapucaia. Os demais trechos estão sob análise no processo de prorrogação, que neste momento está sendo conduzido pela ANTT”, afirma a assessoria da FCA.

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Trilhos que cortam Chiador, Três Rios e Sapucaia já estão em condições de receber o Trem Turístico (Foto: Divulgação/Amigos do Trem)

Previsão era de que obras fossem finalizadas no ano passado

As obras do Trem Turístico começaram em junho de 2022, e a previsão inicial era de que fossem finalizadas até dezembro do mesmo ano para que os passageiros pudessem embarcar a partir de fevereiro de 2023. Segundo a presidente da Amigos do Trem, os atrasos aconteceram por questões burocráticas.

Além disso, Cynthia Nascimento apontou que uma construção de um estacionamento em cima da linha férrea no município de Cataguases pode prejudicar o projeto na região. A prática é considerada ilegal pela lei n° 23230, que reconhece como de relevante interesse cultural do Estado as linhas e os ramais ferroviários existentes em Minas Gerais.

A reportagem questionou a Prefeitura de Cataguases em relação à alegação. A informação oficial é que a malha ferroviária com trilhos e dormentes, que é tombada como patrimônio municipal, será totalmente preservada. No entanto, a Secretaria de Cultura e Turismo de Cataguases alegou que está acontecendo uma intervenção urbana na região a fim de garantir mais acessibilidade para a população na Praça da Estação.

Duas viagens por dia

O Trem Turístico Rio-Minas conta com seis locomotivas e 15 carros de passageiros, com capacidade de levar 837 turistas por viagem, 73 em cada carro. As viagens acontecerão durante os finais de semana, feriados e datas comemorativas. Serão realizadas duas por dia. O preço da passagem ainda será estudado. O projeto conta com a parceria das prefeituras da região e o apoio da ANTT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e do Governo federal. Entretanto, a Amigos do Trem reforça que não recebeu recursos municipais, estaduais ou federais.

FONTE TRIBUNA DE MINAS

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