3 de maio de 2024 21:27

Vereadores de Lafaiete lavam roupa suja em plenário, trocam insultos, atacam colegas e promovem a sessão mais tumultuada dos últimos anos

“Aqui parece Casa da politicagem. Ficamos aqui quase 3 horas e não votamos nada”. Assim bradava fora do microfone o Vereador André Menezes (PL) já ao final da sessão desta terça-feira (20), em Conselheiro Lafaiete (MG), quando o Presidente, Vado Silva, suspendeu os trabalhos após um tremendo bate-boca e troca de insultos entre os vereadores João Paulo Pé Quente (União Brasil) e Pedro Américo (PT). Veja vídeo.

A sessão foi retomada e no pedido de vista de João Paulo, mesmo diante de extensa pauta da ordem do dia, com 9 páginas, entre projetos, requerimentos e moções, apesar de pedidos contrários, o Presidente encerrou a sessão, já no limite regimental de 10:00 horas.

A sessão

Mas a sesão foi tensa e com os nervos à flor da pele. Logo no início ainda ecoando as sequelas abertas da reunião anterior, a Vereadora Damires Rinarlly (PV) insistiu que o Presidente teria sido inflexível ainda na quinta-feira (15) quando não lhe concedeu a questão de ordem recorrendo que ao prazo regimental de que sessão havia esgotado. Insatisfeita, ela pediu impugnação da ata, mas perdeu na votação por 7 votos 5. Ela tachou a ata com mentirosa e deturpada já que o texto não refletiria o registrado na sessão. O Vereador Giuseppe Laporte (MDB) questionou sua colega solicitando uma investigação sobre sua suposta fala afrontosa.

Mas com o recinto tomado de servidores públicos, que hoje (21) iniciam a operação tartaruga, afetando os serviços públicos, um clima de confronto e disputa pairava nas entrelinhas dos discursos ainda com desdobramento de um acordo desfeito em torno do destravamento da pauta.

Os vereadores permaneceram se alfinetando na palavra franca. “O combinado foi desfeito”, disparou Erivelton Jayme (Patriotas). “Se há algum culpado nesta situação é o prefeito”, assinalou Damires Rinarlly (PV) que reverberava que haveria falta de ética na suspensão de sua palavra na sessão anterior. “Muitas das vezes a gente é bonzinho, mas se passa como bobo”, comentou Vado Silva.

Damires criticou a falta de comprovações fáticas da impossibilidade de aumento salarial aos servidores. “Minha posição foi de estar ao lado dos servidores. Resistimos e minha voz não será silenciada”.

O Vereador Giuseppe Laporte citou que todos os projetos que beneficiam os servidores são votados em tempo célere para beneficiar a categoria. “Não tem ninguém aqui contra os servidores, mas observem aqui hoje. Muitos para os quais vocês batem palmas votaram contra o covid-19”, insinuou. “Assim não dá. Dê nomes aos bois”, retrucou Erivelton. Giuseppe ainda trocou farpas com o Presidente do Sindicato dos Servidores, Valdiney Alves, presente na plateia.

“Eu não preciso ficar aqui fazendo discurso de que estou do lado do servidor. Ele mesmo sabe quem está do lado dele. Essa coisa de que pauta travada prejudicou alguém é conversa fiada e demagogia”, atacou Pedro Américo.

A sessão chegou ao final sob um intenso tiroteio de uma metralhadora verbal. Como diz o ditado: roupa suja se lava em casa. “Nunca vi uma sessão de tanta baixaria”, assoprou um participante a nossa reportagem.

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