A região do Alto Paraopeba e Vale do Piranga esteve muito perto de voltar a ser representada na Câmara dos Deputados após 42 anos. Por ironia do destino ou falta de vontade política, Minas Gerais ficou sem a 54ª vaga na Câmara do Deputados, previsto á no Censo de 2010 e não o de 2022 que ocorreu dois anos após pela pandemia e restrição orçamentária por parte do Governo Federal.
Com a 54ª cadeira para Mnas, Glycon Franco já teria sido eleito de forma direta e não dependeria do resultado da eleição presidencial para assumir uma eventual vaga aberta pela formação do primeiro escalão do Governo Federal, como foi especulada com a eleição de Lula. Havia a expectativa de Reginaldo Lopes assumir o Ministério da Educação, do Planejamento ou do Desenvolvimento Agrário, principalmente pelo fato de Minas gerais ter sido o único Estado das região Sudeste em que Lula venceu as eleições em ambos os turnos. Nos demais, assim como em todos os Estados do Sul e Centro Oeste, o Presidente saiu derrotado em ambos os turnos.
Veio a nomeação dos Ministros e o PT mineiro ficou sem a vaga no primeiro escalão do Governo Federal e Conselheiro Lafaiete sem Deputado Federal. Entre os meses de julho e setembro, foi especulada uma eventual renúncia de mandato por parte de um Deputado Federal do PT mineiro devido a problemas de saúde e familiares, o que levaria Glycon Franco a Câmara dos Deputados como membro efetivo, com mandato até 2027, pois como suplente poderia deixar o cargo a qualquer momento.
Como este Deputado não renunciou, a expectativa de Glycon Franco em assumir o cargo de Deputado Federal, fica para a Reforma Ministerial que o Governo Federal pretende realizar em janeiro e que pode se estender até junho devido ao prazo de desincompatibilização para a disputa pelo Poder Executivo Municipal ser de quatro meses antes das eleições e também pelo resultado das eleições municipais onde quatro Deputados Federais são pré-candidatos em seus respectivos municípios.
Ao mesmo tempo que o PT tem como prioridade a reeleição de Marília Campos em Contagem e Margarida Salomão em Juiz de Fora, o partido vai lançar Paulo Guedes em Montes Claros, Dandara em Uberlândia e Leonardo Monteiro em Governador Valadares. Estes três serão candidatos de oposição nestes municípios que contam com Prefeitos que não podem disputar a reeleição e estão bem avaliados pela população com grande chance de elegerem seu sucessor, além de contar com apoio de Deputados Estaduais e Federais locais, o que torna a eleição dos parlamentares petistas ao Executivo de seus respectivos municípios uma tarefa mais difícil.
Já em Belo Horizonte, onde o PT lançou o nome do Deputado Federal Rogério Correia, o mesmo pode vir a retirar sua candidatura para apoiar a reeleição de Fuad Noman em Belo Horizonte. Sua desistência pode ser recompensada com um cargo na Esplanada dos Ministérios, como Desenvolvimento Agrário, do qual o mesmo foi Delegado Regional do Ministério entre 2007 e 2010. Sua ida para o primeiro escalão do Governo Federal, abriria a vaga para Glycon Franco assumir como suplente. Outra hipótese que pode levar Glycon Franco a Câmara dos Deputados seria a indicação e consequentemente a eleição de Patrus Ananias como Vice Prefeito de Belo Horizonte, que o levaria a renunciar ao mandato de Deputado Federal, trazendo o de volta para a capital onde poderia dedicar mais as suas atividades acadêmicas e a carreira política do seu filho Pedro Patrus, que exerce o terceiro mandato de Vereador em Belo Horizonte, visando se reeleger em 2024 e concorrer em 2026 a Deputado Estadual em dobrada com ex Deputado Estadual André Quintão, que atualmente exerce o cargo de Secretário Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome ou a Deputado Federal, seguindo os passos do pai, eleito quatro vezes para o cargo.
Entre uma especulação e outra, o tempo vai passando e quase 25% da legislatura já transcorreu e o PT mineiro vai ficando sem Ministério e a região de Conselheiro Lafaiete sem um representante na Câmara dos Deputados, onde o ano de 2024 será decisivo tanto para a demanda do PT mineiro quanto para a demanda regional.