Um crime ainda segue impune em Conselheiro Lafaiete (MG) e revolta uma família. Na madrugada do dia 20 de agosto, um jovem de 26 anos, cuja identidade ficará no anonimato nesta reportagem, foi alvo de um atentado contra sua vida em um local onde funcionava um bar, atualmente interditado pela Justiça, quando ao menos 20 pessoas o agrediram e ainda pisotearam em sua cabeça com danos irreversíveis.
A vítima foi socorrida por pessoas e após 30 minutos desacordado ao chão sem ajuda de funcionários e dono do estabelecimento. Posteriormente, ela encaminhada ao Hospital e Maternidade São José, em Lafaiete, em um quadro grave de saúde e internada no CTI. “Graças a Deus ele melhorou e não precisou ser levado a outro hospital”, comentou sua mãe, Letícia Pereira, moradora do Bairro Carijós, ainda bastante abatida com o incidente envolvendo seu filho. “Segundo Letícia, seu filho não tem lembranças do ocorrido pela perda da memória.
Mas a pior notícia viria: jovem ficou cego do olho direito durante as agressões sofridas no bar. Para manter o tratamento, a mãe, que é pintora, trabalha incessantemente e conta com o apoio de amigos para bancar os altos cultos, inclusive de medicamentos, inclusive passa por um tratamento psicológico severo. “Ele passará por novos exames para definir se colocar um olho de vidro, mas estamos sofrendo por demais com esta situação de aflição”, salientou Letícia, que ainda alimenta a esperança do filho voltar a enxergar.
Segundo ela, Lafaiete passa por um momento de aumento da violência e insegurança nas ruas. “Vivemos um momento de falta de segurança. Vejam as mortes recentes na avenida. O que aconteceu com meu filho não pode ficar no esquecimento inclusive o crime não ganhou a mídia local. Mas vamos resistir até o final e clamamos por justiça”, afirmou, classificando o crime como linchamento.
Uma pessoa foi presa, mas o crime segue em investigação pela Polícia Civil com pessoas envolvidas que aparecem nas câmeras de segurança. “Graças a Deus meu filho sobreviveu a este linchamento no bar e pedimos agilidade nas apurações e prisão de todos os envolvidos”, disse.
A vítima não consegue abrir os olhos e atualmente, sem condições físicas, ela trabalha com sua mãe em pinturas. “Pedimos justiça”, encerrou a mãe.