27 de abril de 2024 20:03

Rompimento de barragens destrói saúde física e mental das pessoas, diz estudo

Trabalho da Fiocruz revelou os impactos sobre os atingidos durante audiência na ALMG

Quase cinco anos depois do rompimento da barragem em Brumadinho, e oito anos depois do rompimento da barragem em Mariana, os atingidos permanecem sofrendo com os impactos na saúde, física e mental, provocados pelos resíduos de minério e pela impunidade.

Essa foi a conclusão dos participantes de audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na quarta-feira, 09 de novembro, para debater o tema. 

Segundo a coordenadora regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Centro do Ministério Público de MG, Vanessa Horta, os atingidos sofrem não apenas impactos socioeconômicos, mas diversos prejuízos à qualidade de vida e à saúde. “Os efeitos vão de dermatites, diabetes e diarréias à hipertensão, ansiedade e depressão”, explicou.

A promotora apresentou estudos da Fundação Getúlio Vargas e da Fiocruz/UFRJ que constataram uma piora geral na saúde e na qualidade de vida das populações após o rompimento de barragens em Mariana e Brumadinho. 

“Metais como arsênio, mercúrio, chumbo e manganês foram encontrados em valores acima dos de referência na corrente sanguínea de vários moradores. É preciso pensar numa rede de atenção para fazer exames de dosagem e acompanhamento da população.”, disse Vanessa.

O assessor-chefe de Relações Institucionais da Secretaria de Estado de Saúde, Luiz Fernando Prado de Miranda, afirmou que estudos da secretaria já concluídos em Barra Longa atestam o risco para a vida humana, mas as mineradoras judicializaram os resultados e por isso ações relacionadas à saúde não puderam ser efetivadas no município.

“Estamos concluindo também os estudos de avaliação de risco à saúde humana no território da bacia do Paraopeba, com 92 pontos de monitoramento da qualidade da água para consumo humano. Porém, uma dificuldade que temos enfrentado são os entraves jurídicos. Em Mariana, foram formulados 24 planos de saúde desde a tragédia, mas nenhum deles foi executado, por judicialização feita pela Fundação Renova e pelas mineradoras”, lamenta. 

A deputada Bella Gonçalves disse durante a audiência que na Comissão de Direitos Humanos da ALMG também haverá debate sobre a questão da saúde dos atingidos e chamou atenção para a contaminação grave de crianças por metais pesados na região do Rio Paraopeba, constatada pela Fiocruz.

“Moradores de Brumadinho e Catas Altas também estão relatando que nuvens de poeira têm sido frequentes, o que tem sido preocupante. Por que isso está acontecendo?”, questionou.

Fonte: André Vince (com informações da ALMG)

FONTE PORTAL DA CIDADE BRUMADINHO

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