2 de maio de 2024 16:31

Educadores contestam número de aulas de História e Geografia em Conselheiro Lafaiete

Este jornal obteve informações que o Conselho Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete apurou uma defasagem de conteúdos obrigatórios de História e Geografia na rede Municipal de Ensino de Conselheiro Lafaiete do 6º ao 9º ano e editou uma recomendação de número 003 desse ano para que fosse atualizada. A secretaria de Educação de Conselheiro Lafaiete na figura do secretário de Educação Professor Albano de Souza Tibúrcio enviou ofício onde a única solução para atualização era a retirada de uma aula de Português dos alunos. Houve protesto dos professores de Português e uma discussão sobre o assunto que envolveu a câmara dos vereadores, professores de diversos conteúdos e o Sinserlaf – Sindicato dos Servidores Públicos de Conselheiro Lafaiete.

O conselho chegou a editar uma resolução com apoio de todos os presentes em que estabelecia dois sextos horários para que a perda nos conteúdos de História e Geografia fossem reparadas.

Eis que desafiando o conselho de Educação, bem como toda a comunidade escolar pelo direito à educação, a SEMED – Secretária Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete está orientando as escolas municipais a se basear num modelo antigo de resolução que foi revogado.

O Presidente do SINSERLAF, Valdney Roatt Delmaschio Alves disse que acompanha a situação e falou do prejuízo aos estudantes do município ao oferecer menos tempo para aprendizagem de conteúdos obrigatórios dizendo que a história do país está sendo massacrada por falta de conhecimento histórico. “Tem pessoas querendo a volta da Ditadura Militar, isso é falta de história. Onde está os projetos Secretário Albano de adequação? Isso vem desde 2021! Não se pode falar em Consciência Negra quando os alunos do 8º ano não aprendem sobre abolição da escravatura! Hoje o tema é faixa de Gaza, os alunos sabem isso em Geografia?”

“Compreender o mundo, debater e argumentar são competências indispensáveis para cidadania.” defendeu uma educadora que preferiu ficar anônima, ela complementou “Cabe lembrar que em todo o Estado de Minas Gerais o Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) contém três aulas semanais de História e Geografia e apenas o Município de Conselheiro Lafaiete possui duas. Ou seja, os alunos que estudam na rede municipal da cidade veem menos conteúdo das matérias do que as redes particular e Estadual. Ao transferir seu filho de uma rede para a outra, a perda é sentida.”

Falta de Diálogo

Valdney Roatt Delmaschio Alves disse que participou de todas as discussões do processo e que houve consenso entre conselheiros, professores de Português, História e Geografia, que falou com o secretário Municipal de Educação Professor Albano de Souza Tibúrciosobre alternativas para cumprimento da resolução do conselho e que este se manteve irredutível.

Simplesmente o conselho de Educação não foi comunicado e as escolas estão sendo orientadas sem embasamento legal, pois o conselho aprova as matrizes escolares.

Tudo que a comunidade escolar debateu, está sendo colocado em xeque pela administração do prefeito Mário Marcus.

“Ainda que a SEMED não reconheça – até porque parece desconhecer a realidade pedagógica das escolas – há uma integração orgânica dos conteúdos de História, Geografia e Língua Portuguesa. Logo, oferecer um número menor de aulas de História e Geografia afetará negativamente na assimilação das demais disciplinas”.

Mais Notícias

Receba notícias em seu celular

Publicidade