Descubra por que a nota de R$ 200, lançada há três anos, enfrenta desafios judiciais e permanece como a menos circulada no Brasil.
A nota de R$ 200, lançada em meio à pandemia, está prestes a completar três anos, mas sua trajetória não é marcada apenas pela novidade. Envolvida em polêmicas desde o início, a cédula, que exibe a imagem do lobo-guará, enfrenta obstáculos judiciais e é a menos circulada do país, suscitando debates sobre acessibilidade e futuro.
Ação civil pública e a polêmica na justiça
Desde 2020, a nota de R$ 200 está no centro de uma ação civil pública movida pela Organização Nacional de Cegos do Brasil. A crítica principal recai sobre o tamanho da cédula, idêntico ao da nota de R$ 20, o que prejudica a diferenciação tátil para pessoas com deficiência visual.
A Defensoria Pública da União foi acionada para intervir, solicitando inicialmente um recall das notas. No entanto, o impasse continua sem uma resolução definida até o momento. O problema reside no formato padrão adotado pelo Banco Central, que priorizou a eficiência de produção em detrimento da acessibilidade.
Produção e tamanho diferenciado
A decisão de manter o mesmo tamanho físico da nota de R$ 20 foi uma estratégia para não interromper a linha de produção das cédulas de R$ 100. Na época, a máquina utilizada para fabricar as notas de R$ 100 não comportava os itens de segurança necessários para as de R$ 200. A solução foi utilizar as máquinas destinadas às cédulas de R$ 20.
O Banco Central argumenta que a marca tátil, representada por três linhas inclinadas, permite a identificação por deficientes visuais. No entanto, a Defensoria Pública alerta que, com o desgaste do alto relevo, a cédula pode se tornar indistinguível para quem tem deficiência visual severa.
A pouca circulação e a previsão de “carreira curta”
A nota de R$ 200 representa apenas 28,4% das cédulas produzidas, totalizando 128,1 milhões de unidades. Com um valor de R$ 25,6 bilhões, ela compõe apenas 8% do dinheiro em espécie em circulação no país. Apesar de sua baixa expressividade, o Banco Central alega que o ritmo de utilização está conforme o esperado.
Na época do seu lançamento, o então ministro da Economia, Paulo Guedes, previu uma “carreira curta” para a nota de R$ 200. Entretanto, ela permanece em circulação, mantendo-se como alvo frequente de falsificações.
Falsificações e desafios futuros
Surpreendentemente, a nota de R$ 200 é uma das preferidas pelos falsificadores, ficando atrás apenas da nota de R$ 100. Até abril deste ano, foram apreendidas 13.609 cédulas falsificadas, totalizando R$ 2,721 milhões. Apesar dos desafios, o Banco Central planeja manter a emissão nos próximos anos.
O futuro da nota de R$ 200 permanece incerto, dependendo do desfecho da ação judicial e da evolução do uso da cédula. Enquanto isso, ela continua a circular, enfrentando críticas, desafios judiciais e a desconfiança dos brasileiros. O embate entre eficiência de produção e acessibilidade lança uma sombra sobre o destino dessa nota controversa.
FONTE CAPITALIST