Ideia é apostar na criação de restaurantes universitários e na concessão de ajudas financeiras para impedir que alunos desistam dos cursos superiores
Os integrantes da Assembleia Legislativa se preparam para votar, em plenário, um pacote de medidas contra a evasão nas universidades estaduais de Minas Gerais. O plano contempla, por exemplo, a concessão de bolsas acadêmicas e a construção de restaurantes universitários. Nessa quarta-feira (28), o projeto de lei (PL) com as ações foi aprovado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) do Parlamento e, agora, pode ser analisado em plenário em primeiro turno.
A proposta, apresentada pelos deputados estaduais Lohanna França (PV) e Cássio Soares, também defende a ampliação de medidas como a concessão de moradias estudantis e a garantia de transporte aos alunos do ensino superior.
A ideia dos parlamentares é ampliar o acolhimento dado aos estudantes como forma de evitar o trancamento de matrículas. A aprovação do projeto é vista como passo importante para a viabilização de restaurantes universitários nos campi de Passos, Divinópolis e Frutal da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).
“O maior motivo de evasão já medido em pesquisas é a dificuldade de permanência estudantil. A gente investe no aluno dois ou três anos e ele sai porque não consegue permanecer na universidade com dignidade até a formatura. Com a implementação dos benefícios contidos no projeto, o aluno não vai precisar escolher entre comer e ir para a aula”, disse Lohanna.
Cássio Soares, por sua vez, acredita na aprovação do texto. “Contamos com o apoio favorável de todos os parlamentares da Casa para que possamos tornar o projeto realidade”, projetou.
Pauta ‘trancada
Para que o arcabouço contra a evasão universitária seja votado em primeiro turno, os deputados precisam analisar, em plenário, dois vetos do governador Romeu Zema (Novo) a trechos de projetos aprovados pela Assembleia no ano passado.
Um dos vetos de Zema barra a isenção da segunda tarifa de pedágio nas rodovias do estado. A proposta, de Marquinho Lemos (PT), sugere que motoristas que passam por duas vezes pela mesma estrada das 5h às 22h de um mesmo dia sejam cobrados em apenas uma ocasião.
A oposição promete, se preciso for, recorrer à obstrução para derrubar o veto. O líder do governo Zema na Assembleia, João Magalhães (MDB), contudo, acredita que será possível superar a questão.
“A obstrução é um direito legítimo da oposição, mas vamos tentar votar os vetos, sem atropelo. Acredito que vamos conseguir manter a maioria deles. Existe, aqui, um trabalho de esclarecimento aos deputados sobre cada um dos vetos”, explicou.
FONTE ITATIAIA