28 de abril de 2024 11:42

Acordo entre MP e Anglo American vai restaurar estátua de Juquinha, na Serra do Cipó

Estátua fica em terreno da mineradora na Serra do Cipó. Trabalho inclui sinalização da área e instalação de câmeras e deverá custar cerca de R$ 400 mil

Boa notícia! A estátua do Juquinha, na Serra do Cipó, será finalmente restaurada. Depois de anos sem manutenção, sofrendo com a inevitável degradação imposta pelo tempo, a obra, que é um símbolo da mineiridade, vai passar por uma revitalização. O trabalho será possível graças a um acordo que será firmado essa semana entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Anglo American, mineradora proprietária do terreno onde está instalada a estátua.

Além da restauração do monumento propriamente dito, serão feitas melhorias na sinalização e segurança para o simpático ermitão de pedra que dá boas vindas a quem chega na Serra do Cipó.

De acordo com informações do MPMG, o custo total das obras pode chegar a R$ 400 mil. Mas não há um teto de gastos. O plano de trabalho inclui a restauração, instalação e operação de câmeras de monitoramento remoto 24h por dia ao custo de até R$100 mil, além de instalação de sinalização indicativa com placas orientativas e implementação de planos de ações para educação socioambiental.

Nossa estratégia foi procurar a quem caberia a responsabilidade pela preservação e restauro da obra. Como o terreno é da mineradora Anglo American, essa responsabilidade recai sobre eles”, disse o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA), Carlos Eduardo Ferreira Pinto.

“Existe uma jurisprudência do TJMG que diz que a restauração de bens culturais é do dono do terreno. Se alguém é proprietário de um terreno que tem um bem, ele é responsável pela sua preservação, ainda que os danos de depredações e vandalismo não tenham sido causadas pelo proprietário”, reforçou o promotor de justiça da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, Lucas Pardini Gonçalves.

A estátua fica no alto das montanhas da região do município de Santana do Riacho conhecida como Alto Palácio, a cerca de 110 metros das margens da rodovia MG-010, na altura do KM 117. Foi construída em homenagem ao eremita que era muito querido na região, sob encomenda dos prefeitos de Conceição do Mato Dentro e de Morro do Pilar, em 1987, três anos após a morte do andarilho. A construção em ferragens e cimento, com três metros de altura, foi esculpida pela artista plástica Virgínia Ferreira. O Juquinha é uma das obras mais fotografadas de Minas Gerais.

Sem o dedão da mão direita e fenda numa das pernas

A escultura do Juquinha já perdeu o dedão da mão direita; uma fenda se abriu em uma das pernas, enquanto as beiradas do chapéu se quebraram. Nos braços, há buracos com mais de um dedo de largura e profundidade. O paletó também exibe avarias e trincas. A superfície da obra de arte está tomada por trincas e rachaduras. Em algumas partes dos braços e pernas, os vergalhões de aço que dão forma à estrutura já estão expostos e enferrujando.

O último ataque de pichadores ocorreu em 17 de junho de 2023. As costas da imagem foram riscadas com uma caneta roxa, tendo sofrido também o mesmo tipo de vandalismo as pedras do calçamento no caminho para o monumento e a portaria de entrada para o restaurante que funciona ao lado.

Artista sugere intervenções a cada 5 anos

Virgínia Ferreira, artista plástica que eternizou o Juquinha, estima que a sua obra precise receber manutenção e uma reforma a cada 5 anos para ser preservada. Isso devido à obra ser muito exposta às intempéries. “Ele está em uma área de muita variação de temperatura. Ao mesmo tempo que tem neblina, vem o sol, passa um pouco e está chovendo, vem neblina de novo, muito vento, e isso tudo promove a degradação da estátua. Umidade, temperatura. Isso promove dilatações que agridem o cimento e a ferragem”, explicou Virgínia.

 

FONTE ITATIAIA

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