Com o desinteresse da nova geração em se casar ou até mesmo apenas se relacionar, a “galera” Z tem outras preocupações em mente
Nos últimos anos as novas gerações vêm renovando e inovando quando falamos de relacionamento. Estão sendo postos em jogo os ideais de parceiros fixos e de compromissos considerados tradicionais. É aí que entra a agamia.
Os conceitos de monogamia (se relacionar com apenas uma pessoa) e poligamia (se relacionar com mais de uma pessoa) vêm sendo cada mais discutidos. A agamia não se encaixa em nenhum deles. Essa nova nomenclatura agrega aqueles que sentem falta de interesse na formação de relacionamentos românticos e na intenção de ter filhos. A palavra vem do grego, na junção de “a” (não ou sem) e “gamos” (união íntima ou casamento). Um dos fundamentos da agamia é que a busca por um ou mais parceiros românticos limita a expressão pessoal e condiciona o comportamento das partes.
Uma pesquisa realizada Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018, o número de solteiros do Brasil era de 81 milhões, volume que ultrapassou o número de casados, com 63 milhões.
A agamia, apesar de ser uma tendência crescente, ainda é uma novidade. O novo formato de relacionamento, transita entre os diversos comportamentos da geração com o mundo, como a maneira de encarar o trabalho, lidar com a internet e até a mudança no consumo de bebidas.
Nova forma de relacionamento
Um estudo realizado pelo HSR Specialist Researcher sobre a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) e o “casamento tradicional”, diz que 76% dos jovens desejam morar com seu par. Entre eles, 57% querem casar no papel, com os dois morando na mesma casa, e 19% desejam uma união sem papel passado. Apenas 8% sonham com uma relação estável em que cada pessoa mora em locais diferentes, 9% não querem ter um relacionamento firme e 8% projetam ter uma relação aberta ou poliamor.
Um estudo realizado pelo HSR Specialist Researcher sobre a geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) e o “casamento tradicional”, diz que 76% dos jovens desejam morar com seu par. Entre eles, 57% querem casar no papel, com os dois morando na mesma casa, e 19% desejam uma união sem papel passado. Apenas 8% sonham com uma relação estável em que cada pessoa mora em locais diferentes, 9% não querem ter um relacionamento firme e 8% projetam ter uma relação aberta ou poliamor.
A professora do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Heloisa Buarque de Almeida, disse em entrevista para o Jornal da USP que o comportamento ainda em crescimento não é uma exclusividade do Brasil. Países como os Estados Unidos e o Japão já registram mudanças da nova geração na forma de se pensar sobre as relações amorosas.
A antropóloga também comenta sobre a busca pelo desapego com os compromissos amorosos e com a ambição em ter filhos. De acordo com Helena, o surgimento de preocupações globais da geração, como a vinda dos meios digitais, aliado à mudança comportamental com relação ao trabalho, são fatores que impactam na maneira de lidar com a concepção do casamento e da família. O uso de aplicativos de namoro também pode ser mais um motivo para essas mudanças.
Na Rádio USP, a professora Heloisa Buarque de Almeida explica a agamia: nova tendência entre jovens que fogem do casamento e filhos https://t.co/cJasiyZyBM
— USP – Universidade de São Paulo (@usponline) May 3, 2024
FONTE TERRA