Histórico, município no do Norte do estado atrai os holofotes como expoente no turismo de experiências gastronômicas, culturais e de aventura
Localizada na Cordilheira do Espinhaço, Grão Mogol vem se destacando como um dos destinos turísticos de Minas Gerais. A cidade recebe visitantes de diversas partes do Brasil, que desfrutam de experiências enoturísticas, turismo de natureza, apreciam as construções históricas e se encantam com as trilhas, cachoeiras, paisagens e espécies endêmicas da flora e da fauna locais.
Silenciosamente, a transformação de Grão Mogol começou há três anos, com a implantação de um plano de desenvolvimento e valorização do turismo na cidade. Essa iniciativa resultou em um aumento expressivo no número de visitantes e na melhoria da geração de emprego e renda para a população. Para alcançar o objetivo, foram realizadas diversas ações e parcerias, incluindo colaborações com o Governo do Estado, o Sebrae, o Sesc, o Senac e agências e operadoras de turismo. A proposta era aproveitar todo o potencial oferecido por Grão Mogol, estruturando e qualificando o destino para que pudesse ser reconhecido como mais um no hall dos lugares imperdíveis de Minas Gerais.
“Tínhamos um território com muitas potencialidades, a paisagem da Cordilheira do Espinhaço, o parque estadual, o conjunto histórico arquitetônico tombado, as trilhas, cachoeiras, o Presépio Mão de Deus, que é o maior presépio a céu aberto do mundo, o charme das construções de pedra como a Igreja Matriz de Santo Antônio, uma diversidade e atratividade que é rara de se encontrar ao mesmo tempo. Mesmo assim, a população estava desanimada com o turismo”, recorda Ítalo Mendes, secretário de Turismo da cidade.
Com a soma de esforços por meio das parcerias, houve um crescimento de 20% no número de visitantes no município ao ano e, em algumas temporadas, a taxa de ocupação nos empreendimentos de hospedagem chega a atingir 100%. Mas, o reflexo concreto do fluxo turístico é vivido na economia local, com o crescimento de 50% no número de empregos formais no setor de turismo desde o início da implementação das novas estratégias. Além disso, Grão Mogol vive a expectativa de atrair novos investimentos nas áreas da hotelaria e gastronomia.
“Foram implementados programas de qualificação e de melhoria da infraestrutura da cidade. Houve um trabalho de divulgação para atrair turistas com maior gasto médio e mais tempo de permanência, interessados em conhecer a natureza, a história e a cultura local e ainda vivenciar as experiências do enoturismo e adquirir peças do nosso artesanato”, descreve o secretário municipal de Turismo de Grão Mogol.
Aposta do turismo nacional
Cada vez mais, a cidade histórica do Norte de Minas passa a fazer parte dos roteiros e produtos comercializados por operadoras e agências de turismo. Esse potencial de Grão Mogol foi reconhecido por Guilherme Paulus, fundador da CVC, uma das maiores operadoras de turismo do Brasil, que visitou o município em 2023. “Grão Mogol é a próxima grande aposta do turismo nacional. É um local a ser descoberto no Brasil. É uma cidade histórica, bem gostosa, charmosa, que lembra Ouro Preto de anos atrás. É a cidade dos diamantes e tem investido bastante no turismo”, declarou Guilherme Paulus.
Enxergando a oportunidade apontada pelo fundador da CVC, Nilo Sergio Lanza, dono de uma operadora de turismo em Brasília (DF), colocou Grão Mogol nas opções de pacotes vendidos por sua empresa, especializada em cicloturismo. A agência oferece viagens de bicicleta para o Brasil, em países da América Latina, América Central e na Europa. “Vejo Grão Mogol como um expoente no turismo de vilarejo e também do turismo de experiências gastronômicas, histórico, cultural e do turismo de aventura. O município tem todas as condições agregadas para deslanchar e se firmar como um novo destino nacional, em especial, quando se fala no tema “cidades históricas”. Avalia Nilo Lanza.
Relatos
Muita gente segue a recomendação de parentes e amigos para decidir sobre a próxima viagem. Mas, para se ter certeza de que vale a pena conhecer determinado lugar, o melhor mesmo é ouvir a opinião de quem visitou o destino como turista. Em relação a Grão Mogol, o testemunho é dado pelo engenheiro Jorge Luís da Silva, morador de Brasília, que disse que valeu a pena ter percorrido os 850 quilômetros que separam a Capital nacional da pequena cidade no Norte de Minas.
“Estive com minha esposa em Grão Mogol. É um lugar lindo, parece uma cidade esquecida nas montanhas de Minas, que realmente nos surpreendeu, pelo seu povo acolhedor, a cultura, a gastronomia, as belezas naturais das cachoeiras e montanhas, além da vinícola que nos impressionou bastante, e espero em breve voltar a esta cidade tão acolhedora”, declara.
Na opinião de Jorge Luís, a cidade precisa de maior divulgação de suas belezas naturais e históricas, além de promover competições de ciclismo e turismo de aventura. Afirmou ainda que acredita que a iniciativa privada venha investir em pousadas e restaurantes, melhorando a infraestrutura para a recepção dos turistas e para a promoção de eventos.
Enoturismo
Um dos empreendimentos que incrementaram o turismo em Grão Mogol foi a Vinícola Vale do Gongo, que oferece passeios agendados, com jantar harmonizado e, claro, degustação do bom vinho produzido na região. O proprietário da vinícola, Alexandre Damasceno Rocha, enaltece o potencial turístico do município.
“Poucas são as cidades, como Grão Mogol, que podem, ao mesmo tempo, oferecer história, arquitetura, cultura, gastronomia e belezas naturais exuberantes”, assinala o empresário. “Aqui, temos tudo isso, aliado ao estilo simples e acolhedor do povo do interior mineiro”, completa.
Damasceno destaca a importância da sua atividade. “O enoturismo é a atividade que mais se desenvolve no mundo. Os países e regiões que souberam investir no enoturismo desenvolveram uma virtuosa cadeia que alimenta um forte mercado em crescimento: hotelaria, gastronomia, passeios em contato com a natureza, dentre outras atividades.” Tudo isso é possível aqui em Grão Mogol.
“Proporcionamos aos visitantes uma sofisticada experiência enogastronômica e sensorial que articula e envolve tudo que há de melhor no terroir da Cordilheira do Espinhaço”, assegura.
FONTE ESTADO DE MINAS