Em um plenário tomado por participantes de diversos movimentos sociais, cuturais e populares, a Câmara de Conselheiro Lafaiete (MG) aprovou na noite desta terça-feira (25) projetos cujas pautas reafirmam a inclusão social, diversidade, igualdade e valorização da cultura.
Entre eles estavam os projetos que declaram de utilidade pública a Associação de Familiares e Autistas Unidos pelo Autismo – AFAUPA- e o Instituto Meraki. A aprovação garante acesso a recursos municipais através de leis municipais de fomento às entidades para ampliar dos serviços prestados.
AFAUPA atua em Lafaiete há mais de 10 e ganhou impulso neste ano com a nova diretoria. São 220 associados e a através do voluntariado a associação já oferece mais de 100 consultas e atendimentos aos mês em diversas especialidades ao público autista. Agora a entidade busca os títulos de utilidades publicas nos âmbitos estadual e federal já credenciada a trazer para Lafaiete um dos centros de especializados de atendimento aos autistas, criado pela Lei Estadual do Deputado Cristiano Silveira (PT) com inúmeros serviços.
Já o Instituto Meraki atua na área cultural com o protagonismo de organização social sem fins lucrativos com diversos projetos desenvolvidos como o cinema itinerante, Festival Queluz além de promover oficinas de qualificação profissional, fomento ao empreendedorismo, gerando renda e empregos, inclusão social e valorização da arte em geral.
Em noite histórica, os vereadores aprovaram o Projeto, de autoria de Eustáquio Silva (PV), que garante a reserva de 20% aos negros em concursos publicos e processos seletivos. “Trata-se da previsão legal de políticas afirmativas étnicorraciais com objetivo de democratizar o acesso aos cargos e empregos públicos também à população negros, tradicionalmente excluídos dos postos de trabalho público”, disse o vereador, citando que reserva de cotas é parte de uma reparação histórica.
Livro de Ziraldo
Em meio a discussão, a suspensão do uso do livro do cartunista mineiro Ziraldo, “O Menino Marrom”, foi tema de críticas por parte da Vereadora Damires Rinarlly (PV), classificando a medida como censura. Após pressão de um pequeno grupo de pais, a secretaria decidiu por banir a obra usado como instrumento pedagógico cuja principal mensagem é abolir o proconceito racial. A atitude da prefeitura repercutiu negativamente no Brasil sucitando críticas de especialistas em educação infantil e deboche nacional.
“E teve vereador aqui desta Casa que também pediu a suspensão do livro. Quase que no mesmo dia que a gente votava pela primeira vez a criação de cotas para negros em concursos a prefeitura suspendia o livro de Ziraldo, em total contradição”, cutucou Damires./
Desde o dia 18, o livro foi banido a rede pública e até hoje não voltou aos bancos escolares.