Não é novidade que o território de uma nação pode experienciar modificações ao longo do tempo, seja por decisões políticas, naturais ou tecnológicas. Em 2022, o Brasil passou por uma atualização cartográfica significativa que, embora tenha ajustado a representação de aproximadamente 5,9 km² de terra na fronteira com a Bolívia, não alterou, na prática, a área total do país.
Este ajuste foi um resultado direto da melhoria na precisão dos mapas conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizou uma escala mais detalhada para captar as verdadeiras formas do território, especialmente na região do rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul. Vamos entender melhor este fenômeno e o que ele representa para o Brasil.
Por que a área do Brasil “mudou” nos mapas?
Jadir Bocato, gerente de regularização fundiária e cartográfica da Agraer, explica que anteriores imprecisões eram devidas à escala menor utilizada nos mapas mais antigos que representavam menos detalhadamente as curvaturas naturais dos rios. Com o avanço tecnológico, o novo mapa usa uma escala de 1 para 100 mil, permitindo uma visão seis vezes mais detalhada que antes.
Este ajuste territorial afeta a vida dos brasileiros?
De acordo com Elenice Cristaldo Cano, coordenadora de divulgação do IBGE em Mato Grosso do Sul, na prática, o território brasileiro permanece o mesmo. “O que muda são as representações cartográficas que se tornam mais fiéis à geografia real da área”, esclarece Elenice. Este aprimoramento anual é crucial para garantir que o Brasil tenha um mapeamento preciso e atualizado, essencial para a gestão territorial e desenvolvimento do país.
Como essas mudanças influenciam nos dados do IBGE?
As revisões não apenas atualizam o conhecimento sobre o território como influenciam várias áreas, desde a administração de recursos naturais até planejamentos de infraestrutura e gestão de fronteiras. Além disso, informações precisas são fundamentais para a elaboração de políticas públicas eficazes e para a manutenção da soberania nacional.
O IBGE também anunciou atualizações nos limites de 174 municípios brasileiros entre 2021 e 2022, com o Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco apresentando o maior número de ajustes. Essas mudanças são o resultado de novas legislações e decisões judiciais, conforme explicado pelo coordenador de Estruturas Territoriais do IBGE, Roberto Tavares.
FONTE COLUNA FINANCEIRA