15 de agosto de 2024 00:23

O CALDO ENTORNOU! Câmara aprova por unanimidade abertura de Comissão Processante contra prefeito de Lafaiete (MG); sem base, gestão sofre nova derrota

Há 60 dias das eleições, vereadores aprovação comissão para investigar omissão na gestão do transporte público na cidade

“Vamos conclamar a população que participe ativamente desta comissão e nos ajude a apurar as diversas irregularidades no transporte público. Hoje faltam linhas e ônibus e povo está desabastecido deste serviço. Que todos tragam suas denúncias”. Assim expressou o Vereador Giuseppe Laporte (Podemos) e Presidente da Comissão que vai apurar a omissão no transporte público através de uma comissão processante instalada agora há pouco pelos 13 vereadores de Conselheiro Lafaiete (MG). O prazo para finalização e entrega do relatório final é de no máximo 90 dias. André Menezes (PSDB) foi escolhido como relator e Eustáquio Silva (PV) será membro compondo o trio que comandará a comissão. Agora o prefeito Mário Marcus terá um prazo fixado para a sua defesa.

Cenário de crise

Pela 3ª vez o prefeito sofre um revés político, com abertura de comissões investigativas, agora há exatos 60 dias das eleições para a escolha do seu sucessor. Sem uma base sólida na Câmara, ele encerrará o mandato em meio a turbilhão político, bem diferente quando assumiu o poder há 7 anos e 8 meses.

A denúncia que desencadeou a Comissão Processante foi apresentada pelo ativista Talysson Zebral baseada na omissão e falta de transparência no transporte público, serviço que viveu nos últimos 15 dias uma nova crise que se arrasta há mais de 8 anos. Em 2021, a cidade ficou sem transporte público após o rompimento unilateral com a famigerada empresa Viação Presidente. Em dezembro de 2023, após um doloroso processo licitatório, a Umuarama assumiu o transporte público. Mesmo com um subsídio de mais de R$ 420 mil ao mês, a empresa alega que acumula desde 2021 um déficit de mais de R$3,2 milhões, parte deste montante, algo em torno de R$ 2,3 milhões, já está na Justiça para a cobrança pela empresa.

Operando com um prejuízo mensal de R$ 160 mil a empresa vem insistinto em um diálogo que somente foi retomado após a concessionária ameaçar a suspensão do serviço. Já no dia 1º, a passagem subiu de R$ 4,10 para R$4,25, além de um aumento de pouco mais de R$ 15 mil no subsídio, medidas ainda insuficientes para o equilíbrio do contrato.

Nova comissão

Em meio de 2021, em plena pandemia da Covid-19, Lafaiete viveu um descalabro no transporte público culminando com a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a omissão no serviço. Oito meses de depois, o relatório final foi arquivado em meio a uma tremenda polêmica.

Mais de 3 anos depois, uma nova comissão vai apurar as mesmas denúncias. “Só nos resta apurar os fatos o que é nossa obrigação. Agora, o prefeito pode se defender das acusações. Infelizmente vivemos uma crise e com aumento de passagem sem qualquer transparência”, citou Giuseppe Laporte.

“A população clama pela verdade e vamos nos pautar com ética e transparência nas apurações. Vamos fazer valer a voz do povo nesta Casa e a população não mereceria este aumento na passagem”, discorreu a Vereadora Damires Rinarlly (PV).

O Vereador Pedro Américo (PT) citou a precariedade do serviço mesmo com o subsídio. “O povo continua reclamando do transporte, falta de ônibus, sem horários definidos. Precisamos investigar e ir a fundo”.

O Vereador Vado Silva (DC) lembrou sua sugestão em anos anteriores da proposta da tarifa zero ou a adoção da passagem simbólica de R$2,00 como forma de amenizar os impactos dos custos do transporte no bolso do trabalhador.

Prefeiutura deve bancar o prejuízo da Umuarama de R$ 160 mil ao mês e Líder do Governo cita politicagem

O Líder do Governo na Câmara, o Vereador João Paulo Pé Quente (PSD), cobrou foco na Comssão Processante e defendeu que a prefeitura banque o prejuízo da empresa na operação. “Nenhuma empresa aguenta operar no prejuízo. Que a prefeitura assuma o prejuízo mensal de R$ 160 mil. Que encontermos uma solução para o transporte em nossa cidade”, citando “politicagem” na abertura da comissão processante.

O Vereador André Menezes rebateu de seu colega e criticou a falta de linhas de ônibus nos bairros. “Agora chegou a hora de falar a verdade. Não é politicagem ou perseguição. Se o prefeito desconhecia o problema agora ele sabe da situação do transporte público”.

O Vereador Erivelton Jayme (PRD) discorreu que desde seu primeiro ano de mandato o transporte público é pauta recorrente das discussões. “Agora os vereadores mudaram seus conceitos. Lá atrás foi voto técnico para arquivar a CPI e agora o voto é político”.

“Vamos dar voz ao povo”, salientou o Vereador Pastor Angelino. “A gente vive recebendo reclamações do transporte público”, encerrou o Vereador Eustáquio (PV).

Nos bastidores, os vereadores trocaram farpas em torno da abertura da comissão processante. “Isso foi graças ao período eleitoral”, disse um parlamentar municipal citando a pressão eleitoral como fator principal na aberura da comissão processante.

Vereadores ouvidos informalmente por nossa reportagem citaram que o Prefeito Mário Marcus deve acionar a Justiça para barrar a Comissão.

Acessibilidade

Ainda na sessão, o Vereador Vaddo Silva cobrou do executivo explicação sobre a fiscalização da prestação do serviço do transporte público em especial sobre os defeitos recorrentes nos elevadores dos ônibus para acessos aos cadeirantes.

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