Pior seca da história do Brasil levou o governo Lula a considerar a volta do horário de verão. A medida, que foi extinta em 2019, pode retornar como tentativa de evitar um racionamento de energia.
O Brasil enfrenta a pior seca da história, e o governo federal pode estar planejando uma ação drástica que já foi abolida: a volta do horário de verão.
A seca que castiga o país tem gerado impactos profundos na geração de energia, e medidas extremas começam a ser discutidas nos bastidores do Ministério de Minas e Energia. Mas será que essa é a única solução viável ou apenas um paliativo de curto prazo?
Segundo fontes, o Ministério de Minas e Energia está estudando a retomada do horário de verão como uma forma de minimizar o risco de racionamento de energia elétrica.
A falta de chuvas tem impactado severamente os níveis dos reservatórios, e as previsões não são otimistas. Essa medida, que há anos divide opiniões no Brasil, pode voltar ao cenário nacional em uma tentativa de evitar que o país enfrente um novo apagão energético.
Uma volta polêmica: o que o governo tem em mente?
Desde que foi extinto em abril de 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro, o horário de verão não é mais utilizado no Brasil.
A ideia de seu retorno havia sido cogitada em 2023, quando uma forte seca atingiu o país. No entanto, naquela ocasião, os técnicos do governo Lula descartaram a possibilidade.
Na época, os reservatórios hídricos do Brasil estavam em condições relativamente boas, mesmo com a falta de chuvas. Agora, porém, a situação parece ter mudado drasticamente.
De acordo com o jornal Poder 360, a possibilidade do retorno do horário de verão voltou a ser discutida nos corredores do governo. No momento, a situação dos reservatórios ainda não é considerada tão crítica quanto em crises anteriores, como a de 2021, mas o alerta já foi aceso.
O impacto devastador da seca de 2024
Este ano, o Brasil enfrenta uma das secas mais severas de sua história, de acordo com dados do Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Os rios Madeira e Negro, na região Amazônica, registram níveis alarmantemente baixos, o que afeta diretamente as comunidades ribeirinhas, que agora enfrentam isolamento e dificuldades no abastecimento.
Manaus, a capital do Amazonas, também está sentindo os efeitos devastadores dessa seca, e as projeções climáticas não indicam uma melhora no curto prazo.
Durante uma visita ao Norte do país, o presidente Lula anunciou a criação da autoridade climática e a implementação de um marco legal de emergência climática, um esforço do governo para mitigar os impactos do aquecimento global no Brasil.
Medidas emergenciais para evitar um apagão
O governo não está apenas discutindo a volta do horário de verão como medida emergencial. Outras ações já foram tomadas para lidar com a crise energética que se aproxima.
O Ministério de Minas e Energia autorizou o funcionamento de usinas termelétricas a gás para suprir parte da demanda de energia. Entre as usinas autorizadas estão as de Santa Cruz, no Rio de Janeiro; Linhares, no Espírito Santo; e Porto Sergipe, em Sergipe.
Além disso, as tarifas de energia também sofreram impactos. O aumento das bandeiras tarifárias já foi uma consequência direta da seca, fazendo com que os consumidores sintam no bolso o efeito das condições climáticas adversas.
Reservatórios em estado crítico?
Apesar do agravamento da seca, alguns integrantes do governo afirmam que o nível dos reservatórios de água ainda não atingiu um ponto tão crítico quanto o de crises anteriores, como a de 2021.
Medidas adotadas ao longo de 2024, como a retenção de água em reservatórios, ajudaram a evitar uma catástrofe maior. Hoje, o volume de água é mais que o dobro do registrado na última grande crise, mas o futuro permanece incerto caso a seca continue.
Com as previsões climáticas apontando para uma possível piora, a pergunta que fica é: o Brasil está preparado para enfrentar um novo colapso energético?
E agora, horário de verão ou racionamento?
O governo enfrenta uma escolha difícil: apostar em uma medida já rejeitada anteriormente ou seguir em frente com alternativas mais drásticas, como o racionamento de energia.
A volta do horário de verão, uma solução polêmica, pode ser vista como uma medida emergencial para ganhar tempo. Mas será que essa é realmente a melhor escolha?
Com as condições climáticas imprevisíveis e os impactos da seca devastando diversas regiões do país, o Brasil pode estar em um ponto de inflexão. A adoção de novas estratégias para lidar com a crise hídrica e energética será crucial para os próximos meses.
FONTE CLICK PETRÓLEO E GÁS