O Legado de Feliciano Mendes e a Capela do Bom Jesus

No dia 23 de setembro de 1765, morre Feliciano Mendes, aos 39 anos. Ele estava na região de Ouro Preto, na Freguesia de Antônio Pereira, distante de sua grande obra, a capela do Senhor Bom Jesus. Naquela segunda-feira de setembro, o ermitão sentiu-se mal e faleceu, possivelmente em decorrência do esforço de longas e cansativas caminhadas pelas terras de Minas Gerais.

No entanto, sua missão estava longe de ser esquecida, pois um excelente trabalho havia sido realizado na construção da capela. O altar-mor com a imagem do Bom Jesus de Matosinhos estava em funcionamento, assim como um altar lateral consagrado a Santo Antônio e outro a São Francisco de Paula. Embora ainda inacabada, a capela já era um lugar de peregrinação, onde os devotos encontravam consolo e renovavam sua fé.

Um homem de fé inabalável e determinação, Feliciano dedicou grande parte de sua vida à construção do templo, um monumento que se tornaria um símbolo de devoção e esperança. Embora sua vida tenha sido relativamente curta, sua obra e seu legado superaram o tempo, ecoando pelas ladeiras, colinas e vales de Congonhas. Mesmo distante fisicamente, o espírito de Feliciano continuava presente. Os trabalhadores que ele inspirou prosseguiram com sua obra, movidos pela mesma devoção e paixão que ele infundiu em cada pedra e cada detalhe arquitetônico.

Domingos T Costa

Ao longo dos anos, a capela transformou-se em um dos mais importantes santuários do Brasil. A energia positiva de Feliciano Mendes, um homem simples, mas de grande coração, continua a vibrar intensamente. Sua presença é sentida ao se aproximar do santuário, durante a celebração da Santa Missa, nas procissões, nas fervorosas orações e nos olhares de profunda gratidão dos peregrinos que ali chegam, buscando consolo e renovação espiritual.

O local do sepultamento de Feliciano Mendes gera algumas dúvidas; entretanto, pode-se imaginar que as relações afetivas, especialmente a devoção ao Bom Jesus de Matosinhos, levantem a hipótese de que o idealizador da construção do santuário tenha feito o traslado de Antônio Pereira para Congonhas do Campo, sendo sepultado dentro ou próximo da Capela do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.

Cumprir uma promessa é como acender uma chama que nunca se apaga: é o ato de honrar a fé e a esperança depositadas em um compromisso, transformando palavras em eternidade e deixando um legado de amor e determinação.

Domingos T Costa

Foto e texto: Domingos T Costa

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