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A cidade das pessoas solitárias: Barbacena (MG) é uma das cidades com mais pessoas morando sozinhas

Recentemente, Barbacena, localizada no estado de Minas Gerais, chamou a atenção ao entrar para o ranking das cidades com maior número de moradores vivendo sozinhos. De acordo com dados do Censo 2022, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade registrou 9.713 residências ocupadas por apenas uma pessoa, representando 20,8% dos domicílios.

Entre as cidades mineiras com mais de 100 mil habitantes, Barbacena ocupa a oitava posição em termos de porcentagem de lares com um único morador. Este cenário, cada vez mais comum no Brasil, reflete mudanças profundas no padrão de vida das populações urbanas e levanta questões sobre o estilo de vida contemporâneo.

Cresce o número e pessoas morando sozinhas em Minas Gerais

Minas Gerais, um dos estados mais populosos do Brasil, também vê um número significativo de pessoas optando por morar sozinhas. Dos 7,5 milhões de residências no estado, aproximadamente 20% delas, ou 1,5 milhão, são compostas por apenas um habitante. Barbacena, dentro deste cenário, destaca-se não apenas em comparação com grandes cidades, mas também em relação às vizinhas de sua região, o Campo das Vertentes.

Antiga estação de trem em São João Del Rei – Créditos: depositphotos.com / Junot

Neste contexto, a cidade apresenta o maior número absoluto de pessoas vivendo sozinhas dentro de sua região, com competidores próximos como Lavras e São João Del-Rei. Esses dados reforçam a tendência nacional de crescimento do número de lares de ocupação individual, refletindo tanto mudanças demográficas quanto culturais.

O que contribui para o aumento de moradores solo?

Uma série de fatores pode explicar o crescente fenômeno dos moradores que optam por viver sozinhos. Entre os principais, destaca-se o aumento da expectativa de vida, que muitas vezes leva a uma fase de vida em que os indivíduos preferem manter sua independência residencial mesmo na terceira idade. Além disso, mudanças nas estruturas familiares, com mais pessoas adiando ou desistindo do casamento e da criação de filhos, contribuem para este aumento.

A expansão do setor imobiliário e a maior acessibilidade à moradia também desempenham um papel crucial, oferecendo alternativas para aqueles que buscam autonomia sem compartilhar o espaço de vida. Este fenômeno não é exclusivo de cidades grandes, mas também permeia municípios menores onde a dinâmica social começa a refletir as mudanças das metrópoles.

Qual o impacto do aumento de pessoas morando sozinhas?

O aumento de lares com apenas um morador traz diversas implicações sociais e econômicas. Socialmente, desafia as estruturas tradicionais de família e gera novas demandas por serviços e suporte comunitário. Economicamente, impacta o mercado imobiliário, que precisa se adaptar a uma demanda crescente por imóveis menores e flexíveis, além de influenciar o consumo de bens e serviços, que passa a ser mais voltado para o indivíduo do que para a família.

Barbacena – Créditos: Imagem Flickr

Para cidades como Barbacena, essa tendência requer um planejamento cuidadoso, tanto na infraestrutura urbana quanto na oferta de serviços públicos, assegurando que as necessidades específicas deste grupo sejam atendidas de forma eficaz e sustentável.

Perspectivas futuras para Barbacena e Brasil

O Censo 2022 ilustra um momento de mudança que tende a continuar. A moradia solo, marcada por fatores demográficos e culturais, deve ser observada de perto por seu impacto potencial não apenas em áreas urbanas, mas também em cidades menores. Para Barbacena e outras cidades mineiras, compreender esta dinâmica será essencial para a formulação de políticas públicas que promovam qualidade de vida e inclusão social.

No contexto brasileiro, esta transformação no modo de habitar aponta para um novo perfil urbano que precisa ser integrado a estratégias de desenvolvimento urbano inovadoras e centradas nas necessidades de uma população em transição.

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