A evolução tecnológica tem trazido mudanças comportamentais importantes que impactam o mercado de trabalho e aumentam o questionamento sobre a tentativa de imposição de regras trabalhistas anacrônicas pelo Estado, caso da recente discussão sobre a jornada de trabalho 4×3 em substituição da jornada 6×1, sem a devida análise ou qualquer consulta à grande rede de representação de empregadores e trabalhadores existente no país,
A PEC apresentada tem falhas importantes que a inviabilizam, não levando em conta o contexto econômico brasileiro, nem os impactos prejudiciais da medida, podendo ser de fato apenas uma estratégia de distração, diante dos problemas da economia brasileira, já que surgiu da base do apoio do governo.
Propõe uma mudança geral, impactando toda a sociedade, especialmente empregadores e trabalhadores. Sem estudo prévio adequado, nem discussões com os representantes dos setores afetados, desconsidera as características de cada área e os resultados econômicos e sociais, beirando a irresponsabilidade.
Acreditamos que a questão colocada de maneira tão abrupta e atrapalhada, reforça a necessidade de maior liberdade para que trabalhadores e empregadores pelos meios próprios, especialmente a Convenção Coletiva de trabalho, possam definir as condições, inclusive da jornada, para cada categoria e região, de acordo com as suas realidades e interesses.
Nesse sentido somos favoráveis ao fim da jornada 6×1, em favor de uma jornada a ser definida por empregadores e empregados por meio das respectivas entidades sindicais, que irão considerar a adequação e viabilidade conforme o setor econômico, permitindo flexibilidade e liberdade sem os impactos negativos da proposta atualmente discutida.
Outro ponto importante é a discussão sobre os custos que são agregados ao salário do trabalhador, tornando o valor, baixo para quem recebe e alto para quem paga. Entre esses os que representam o peso do Estado, também o salário do trabalhador.
Finalizamos lamentando que pautas importantes como essa sejam tratadas apenas sob a visão e o interesse do populismo, vendendo irresponsavelmente uma solução impossível do ponto de vista técnico, frustrando trabalhadores e criando incertezas para todos.
O caminho para melhorar as condições de vida da população passa por um Estado que incentive o desenvolvimento, se tornando menos intervencionista, mais eficiente e focado nas áreas onde a sua atuação é necessária, se tornando menor, para reduzir impostos, diminuindo a enorme e mal utilizada carga tributária, deixando para a sociedade, recursos que ela usará de maneira muito mais eficiente para gerar progresso e melhoria de vida.