Desde 1998, moradores das comunidades rurais de São Sebastião do Gil e Aguiar, em Desterro de Entre Rios, sofrem com o descaso da CEMIG e acumulam prejuízos com as contínuos e rotineiros picos de energia.
Inconformados, no ano passado, eles promoveram um abaixo assinado pela péssima qualidade do serviço prestado. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou Ação Civil Pública de Obrigação de Fazer com Pedido Indenizatório e Tutela de Urgência e os moradores conseguiram uma vitória na justiça obrigando a CEMIG a executar obras de melhorias na rede de energia.
Na decisão o Juiz da Comarca de Entre Rios de Minas concedeu prazo de 60 dias a CEMIG para regularizar a situação.
Por outro lado, a estatal não fez nada para resolver e sequer respondeu ao MPMG, que enviou duas correspondências, sobre que providencias que iria tomar.
O Juiz estipulou uma multa, por não cumprimento, de R$10.000,00 (dez mil reais) por dia que excedesse o prazo de 60 dias, caso não houvesse providencias por parte da CEMIG.
“Nada adiantou, a CEMIG não obedece nem as determinações judiciais”, reclamam os moradores.
Prejuízos
Além das interrupções, durante todos os dias do ano, baixa na tensão ocasionam queima de aparelhos elétricos, e também com tensões que não permitem o funcionamento de motores, ordenhas, etc.
Há relatos de percas constantes do leite devido ao não funcionamento de tanquinhos.
Muitas famílias na região, estão desistindo da atividade devido aos constantes prejuízos.
Os moradores fizeram várias reclamações junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), mas também não obteve êxito em garantir a qualidade do serviço pela CEMIG.
Um empresário rural teve um prejuízo de mais de R$70 mil com queda de energia, informou a nossa reportagem que foi várias vezes na sede da CEMIG em Belo Horizonte e teve 3 reuniões com José Paulo Menna Barreto de Castro Ferreira, Diretor de Relações Institucionais, o qual garantiu que a obra sairia e finalizaria no mês de novembro de 2025.
Obra paralisada
Há sete meses uma empreiteira (Remo) iniciou o serviço, mas poucos dias depois, paralisou. Segundo informações repassadas aos moradores, a CEMIG citou que a empreiteira não estava honrando o contrato, mas indagando a funcionários da Remo, a estatal não estaria efetuando em dia os pagamentos. No meio desta confusão, estão os moradores que já não sabem mais a quem recorrer.
Os moradores enviaram imagens à nossa reportagem, onde fica evidente o pouco caso com o serviço, já que os cabos estão caindo no chão, sujeito mesmo a roubos e/ou vandalismo.
Nota-se que para entrar em uma estrada, os carros e caminhões tem que passar próximos aos cabos que estão suspensos por bambu, correndo o risco de acidentes com automóveis, motos, caminhões e mesmo cavaleiros e pedestres que passam sob os cabos.
Os materiais usados são de propriedade da CEMIG que não zela pelo patrimônio público.