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ADEUS ANEL RODOVIÁRIO! Enquanto cidade sofre com acidentes e risco de tragédias, órgão federal descarta contorno para retirada de carretas e bitrem. E agora, qual solução para Lafaiete?

Entre tantas novelas que se arrastam em Lafaiete (MG), sem capítulos finais a vista, está o dilema do trânsito de carretas pesadas e bitrens que diariamente afetam o piso asfáltico já com sinais de total exaustão. Na tarde de ontem (23), uma carreta afetou diretamente o trânsito bloqueando o fluxo de veículos na área central. O mesmo veículo travou o trânsito no alto da Avenida Telésforo Cândido de Resende como na Padre Lobo, dois gargalos na trafegabilidade. A situação é recorrente.

Na manhã do dia 108/01, um caminhão que tentava chegar ao topo da Avenida Telésforo Cândido de Resende, não conseguiu romper o morro íngreme, voltou de ré atingindo um comércio de venda de sanduíche. Na batida foi danificada a entrada do estabelecimento. Por sorte não houve feridos mas um grande susto. Acidente nestas circunstâncias já ocorrera no local e que atingiu o mesmo comércio. As duas situações são recorrentes.

Segurança e asfalto

Além dos anos financeiros, os riscos de acidentes em tragédias anunciadas é algo cada vez mais latente. A segurança do pedestre corre risco, como também de comércios.  A precariedade afeta a mobilidade urbana, em uma cidade tomada por um tráfego caótico e desorganizado. E o fluxo de carretas pesadas que passa pela região central é uma problemática que se arrasta há anos ainda sem um plano de enfretamento ou ao menos mitigação de que conforte ou alivie os lafaietenses, proporcionando segurança no trânsito.

As discussões já tomaram gabinetes e plenários, mas nada de avanço. A falta de fiscalização, diante da falta de pessoal, é também gritante que ajuda ainda mais a dimensionar o caos. Todos os fatores conspiram contra a solução. A cidade se torna pequena e sem instrumentos para superar o desafio.

Diversas rodovias de ampla circulação, como MG 482, MG129 e mesmo a BR 040, convergem veículos para o trânsito contribuindo para a celeuma no tráfego. O Plano Diretor do Município prevê a proibição de veículos pesados no centro da cidade, porém há a regulamentação para o impedimento, porém sem execução.

Variante

Para isso seria necessária a implementação de ações tendo como principal foco a criação de rotas alternativa para os veículos de grande porte evitando a passagem deles no centro da cidade. Entre 2018 e 2019, houve uma movimentação para a construção de uma variante leste, quando uma comissão elaborou um estudo com dados técnicos sobre a trafegabilidade, logística, e outros critérios para evolução da cidade e região, com menor impacto viário. Este estudo apontou a necessidade da construção da variante no setor Leste da cidade, justamente para evitar situações como a que vivemos hoje.  

O dossiê foi encaminhado para a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a então concessionária Via 040. Apesar dos esforços, não houve avanços.

Caminho alternativo

O ex-prefeito Mário Marcus elaborou um projeto alternativo para a retirada das carretas, partindo da MG 482., na Unipac, passando pelo Morro da Mina, Lima Dias, chegando na BR 040, na região da Barreira. O projeto depende de recursos, mas seria uma paliativo cuja estrada poderia minimizar a saturação das carretas.

 DNITT descarta anel ou contorno

Um dos assuntos adiantados e debatidos na audiência ocorrida no dia 3 de dezembro de 2024, na Câmara de Lafaiete, foi a construção da contorno/anel rodoviário, projeto previsto na concessão anterior, que retiraria o trânsito de veículos do centro de Lafaiete. O representante da ANTT, Marcelo Alcides, descartou a via alternativa diante dos custos, licenciamentos e impactos que poderiam causar na economia da cidade. A decisão do órgão federal foi comemorada por diversos defensores de que a construção de uma variante atingiria por completo a economia da cidade.

A solução não mais prioridade, é imprescindível e improrrogável. O problema das carretas transcende Lafaiete e traz impactos em diversas regiões do Estado, como Zona da Mata, por exemplo, cujos veículos são obrigados a acessar a cidade.

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