Durante o evento, a Gerdau anunciou a doação das dependências da UFJS/Campus Alto Paraopeba à União
A Gerdau conclui mais uma etapa da Usina de Congonhas e Ouro Branco, para expandir em 40% o volume de aços planos e atingir a capacidade de R$ 1,1 milhão de toneladas por ano. Segundo a multinacional brasileira, o investimento de R$ 1,5 bilhão gerou 2.500 mil postos de trabalho. A nova estrutura instalada na Usina traz para a unidade o que há de mais moderno em laminação de bobinas a quente no mundo. A produção adicional atende ao mercado interno, sendo utilizada na fabricação de máquinas agrícolas, automóveis, locomotivas, construção civil, entre outros itens. Em evento que marcou este momento histórico para o País e a região, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na usina, localizada nos municípios de Congonhas e Ouro Branco, para participar de uma solenidade ao lado de autoridades, como ministros, o governador Romeu Zema, diretores e funcionários da empresa, convidados e a imprensa.
Recepcionados por André Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho de Administração da Gerdau, e Gustavo Werneck, presidente executivo da grupo, estiveram presentes ainda ao evento os prefeitos Marília Campos (Contagem), Anderson Cabido (Congonhas), Ângelo Oswaldo (Ouro Preto), Sávio Fontes (Ouro Branco); os deputados estaduais Leleco, Tito Torres, Flávio Gontijo, Doorgal Andrada e Ulysses Gomes; os deputados federais Padre João e Reginaldo Lopes; e representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco, Cedro Mineração, Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
O Governo Federal tem criado condições para a reindustrialização do País, após este viver um período de desmontagem de parques industriais importantes, com o êxodo de multinacionais estrangeiras e a falência de empresas brasileiras.

Em seu discurso, o presidente Lula disse apostar na reindustrialização como mecanismo capaz de gerar divisas e, sobretudo, emprego. “Eu quero agradecer à multinacional brasileira, na pessoa do André Gerdau [presidente do Conselho Administrativo da Gerdau] pelos novos investimentos na indústria brasileira. Quero ser convidado para toda inauguração desta e de toda iniciativa que gere emprego. Estou presidente e sou metalúrgico. O emprego gera salário, cidadania e dignidade. Não tem nada mais sagrado do que, todo mês, você poder levar alimento para casa”
Como exemplo de determinação e sucesso profissional, o presidente Lula citou João Gerdau, que deixou a Alemanha rumo ao Brasil em 1869, em busca de melhores condições de vida e que, a partir da criação de uma fábrica de prego, deu origem a mais importante siderúrgica brasileira.
“Hoje [terça-feira] é um dia muito especial, porque nada traz mais felicidade para a Gerdau do que um investimento. Quando a gente vê uma expansão dessas, que gera valor, emprego, impostos, produtos melhores para nossos clientes, a gente fica orgulhoso. O presidente Lula estava aqui em 2006, junto com o meu pai, quando da inauguração do auto-forno 2, que expandiu a produção de aço e que deu depois o investimento no laminador de chapas, para alimentar a indústria naval, que está se recuperando e se expandindo. E principalmente para a indústria de óleo e gás, tão importante para o nosso País”, lembrou André Gerdau, presidente do Conselho de Administração do grupo.

Lula citou também como exemplo de determinação a congonhense Amanda Bittencourt, de 25 anos, que estuda Engenharia Metalúrgica no IFMG/Campus Ouro Branco. Ela entrou na Gerdau há 7 anos, primeiramente como Jovem Aprendiz e, após o estágio, acabou sendo contratada pela empresa e, de lá para cá, tem crescido profissionalmente a cada dia. Amanda representou os trabalhadores da Usina da Gerdau no palco durante a solenidade.
Na avaliação do prefeito de Congonhas e presidente do Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (CODAP), Anderson Cabido, “este investimento da Gerdau vai significar um aumento na geração de impostos e na renda das pessoas. O que está acontecendo é a agregação de valor à produção, que é o que sempre cobramos. Não dá para ficarmos exportando o minério de ferro in natura, nem o aço com baixo nível de agregação de valor. Então esta iniciativa da Gerdau impacta favoravelmente a realidade de nossas cidades”.
Educação: vetor de desenvolvimento

Anderson demonstrou sua felicidade ao receber, como prefeito de Congonhas, o presidente Lula pela terceira vez. “Aquela sementinha que o senhor deixou na nossa região na primeira vez que a visitou [em 2006] tem se frutificado. Aqui na Gerdau, Lula fez o compromisso de que teríamos um Campus da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ). Logo em seguida, o então ministro da Educação [atualmente na Fazenda], Fernando Haddad, esteve aqui para inaugurá-lo. Da mesma forma, foram instalados unidades do IFMG em Congonhas, Ouro Branco e Conselheiro Lafaiete. Eu desafio outras cidades vizinhas do interior do País que tenham obtido esta conquista. E isso tem sido muito importante, porque o principal desafio que a gente tem é o de diminuir a nossa dependência da atividade minerária e de efeitos dela, como o impacto ambiental. Então, quando a Gerdau faz investimentos como estes, estamos agregando valor à nossa produção industrial. Quando vem a universidade e nos possibilita pensar em alternativas diferentes, em uma estrutura diferente, ganhamos”.
Em complemento à fala do prefeito de Congonhas, André Gerdau fez um anúncio importante para o meio acadêmico e toda a sociedade: “Também em 2006, quando esteve aqui o presidente Lula, havia sido anunciada a doação em comodato de um prédio administrativo da antiga Usina da Açominas para a instalação do Campus Alto Paraopeba da UFSJ, uma universidade muito importante. Quase 20 anos depois, são 120 professores, milhares de alunos e um grande desenvolvimento. A educação é talvez a coisa mais importante para a gente investir, então vamos doar em definitivo o prédio e a universidade poderá expandir”.
Outra ação importante dos primeiros governos Lula foi a criação do PAC Cidades Históricas, o que causou uma revolução sobre o patrimônio histórico de cidades, como Congonhas e Ouro Preto. “Esta outra semente tem transformado a nossa região e faz com que possamos olhar para o futuro dela e encará-lo de forma mais otimista e confiante”, comentou Anderson. A Cidade dos Profetas requalificou com estes recursos a Alameda das Palmeiras e o Centro Cultural da Romaria, como também restaurou os elementos artísticos das igrejas do Rosário, Matriz de Nossa Senhora da Conceição e da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos. Atualmente, acontece a fase final de conclusão do Parque Natural da Romaria. Outros investimentos dos governos Lula e Dilma foram responsáveis por diversas outras obras no Patrimônio Histórico do Município e pela criação do Museu de Congonhas, o primeiro museu de sítio do Brasil.