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Renault decreta o fim da produção de famosa picape

Depois de anos de expectativa, a montadora francesa decide descontinuar um dos seus projetos mais promissores no mercado sul-americano, encerrando uma parceria internacional que movimentou fábricas, investidores e consumidores atentos ao futuro das picapes na região.

Após anos de tentativas frustradas de firmar espaço no mercado de picapes, a Renault decidiu encerrar de forma definitiva a produção da Alaskan, modelo que nasceu de uma aliança estratégica com a Nissan e que foi prometido, mas jamais comercializado no Brasil.

A decisão foi motivada pelo fim da fabricação da Nissan Frontier na Argentina, base estrutural e mecânica da Alaskan, que também era montada em Córdoba, na mesma unidade industrial.

Com isso, chega ao fim um capítulo ambicioso da montadora francesa no segmento de utilitários médios na América Latina.

Projeto ambicioso não se concretizou

Lançada mundialmente em 2016, a Renault Alaskan foi resultado de um ousado projeto conjunto envolvendo Renault, Nissan e Mercedes-Benz.

A picape média compartilhava a mesma plataforma da Nissan Frontier, uma das mais tradicionais da categoria, e deveria representar uma ofensiva global da Renault no setor automotivo de utilitários.

A fabricação da Alaskan na Argentina começou anos depois de sua estreia global, como parte da estratégia de ampliar a presença da marca no continente sul-americano.

Apesar disso, o modelo nunca chegou oficialmente às concessionárias brasileiras, frustrando expectativas de consumidores e especialistas.

Durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018, a Renault chegou a exibir a picape como um prenúncio da sua chegada ao mercado nacional.

Entretanto, a promessa nunca saiu do papel.

Segundo analistas da indústria, a falta de confiança no potencial de vendas e os desafios logísticos contribuíram para o cancelamento do lançamento no Brasil.

Renault encerra a produção da Alaskan e redesenha sua estratégia para picapes. Um novo modelo já está nos planos da montadora francesa!

Parceria internacional com resultados mistos

O projeto da Alaskan foi, desde o início, um movimento ousado do grupo Renault-Nissan-Mitsubishi, que, à época, ainda contava com a colaboração da Mercedes-Benz.

A proposta envolvia o desenvolvimento de três picapes distintas, com base em uma mesma plataforma, mas com identidade de marca própria.

A variante da Mercedes, chamada Classe X, foi descontinuada precocemente.

Conforme apurado por veículos especializados, a fabricante alemã ficou insatisfeita com a qualidade dos primeiros protótipos, e o projeto acabou sendo abandonado antes mesmo de ganhar força.

Enquanto isso, a Renault seguiu com a produção da Alaskan em mercados restritos, como Colômbia, Chile, México e Argentina.

A picape, apesar de robusta e equipada com o motor 2.3 turbodiesel de 190 cavalos herdado da Frontier, não conseguiu atingir as metas comerciais estipuladas.

Na Argentina, a Alaskan enfrentava forte concorrência de modelos consolidados como Toyota Hilux, Ford Ranger e Volkswagen Amarok.

A falta de diferenciação significativa frente à Frontier, somada à imagem de marca menos consolidada nesse segmento, limitou a expansão da Alaskan mesmo em mercados vizinhos.

Produção em Córdoba continuará com foco renovado

Com o encerramento da Alaskan, a fábrica da Renault em Córdoba seguirá operando, mas com foco em novos modelos e projetos estratégicos para a marca.

A unidade continuará a produzir veículos como o Kangoo, Logan e Sandero, e já está sendo preparada para dar início a uma nova fase da montadora no setor de picapes.

A aposta da vez é o chamado projeto Niagara, que prevê o lançamento de um novo modelo intermediário — maior que a Duster Oroch, mas menor e mais acessível que uma picape média tradicional.

Essa nova picape, que deve chegar ao mercado nos próximos anos, busca suprir a lacuna deixada pela ausência da Alaskan e atender a um público que busca versatilidade com menor custo operacional.

Segundo fontes ligadas à montadora, o novo veículo deve ter apelo urbano e será projetado para oferecer bom desempenho tanto em áreas rurais quanto nas grandes cidades.

Renault encerra a produção da Alaskan e redesenha sua estratégia para picapes. Um novo modelo já está nos planos da montadora francesa!

Alaskan: de promessa a decepção

A trajetória da Alaskan pode ser vista como um reflexo dos desafios enfrentados por montadoras que tentam entrar em segmentos já consolidados.

Mesmo com o respaldo técnico da Nissan e um projeto robusto, a picape não conseguiu conquistar consumidores fora de nichos específicos.

Especialistas apontam que a falta de um plano de marketing agressivo, aliada a uma rede de distribuição pouco preparada para utilitários médios, prejudicou a trajetória do modelo.

O fato de não ter chegado ao Brasil, um dos maiores mercados de picapes da América Latina, também foi um fator determinante para sua baixa performance.

Na prática, a Alaskan tornou-se uma “promessa não cumprida” da Renault, e sua descontinuação marca não apenas o fim de uma linha de produção, mas também o encerramento de uma tentativa frustrada de ampliar a participação da marca francesa no competitivo universo das picapes médias.

Renault encerra a produção da Alaskan e redesenha sua estratégia para picapes. Um novo modelo já está nos planos da montadora francesa!

O que vem pela frente após o fracasso da Alaskan

Apesar do fracasso da Alaskan, a Renault demonstra que não pretende abandonar o segmento de utilitários.

O desenvolvimento do projeto Niagara mostra que a montadora aprendeu com os erros do passado e está mais atenta às necessidades do mercado latino-americano.

A expectativa é que o novo modelo seja mais acessível, com foco na economia de combustível, design moderno e tecnologia embarcada compatível com as exigências do consumidor atual.

Se a Renault for bem-sucedida, poderá conquistar um novo espaço no mercado, especialmente entre aqueles que buscam alternativas mais econômicas às picapes médias tradicionais.

Além disso, analistas acreditam que a fábrica de Córdoba ganhará papel estratégico na produção de veículos adaptados às demandas regionais, o que pode contribuir para o fortalecimento da presença da marca em países do Mercosul.

A Renault ainda aposta alto na inovação e na eletrificação de sua linha global, mas entende que, para mercados como o sul-americano, soluções práticas, robustas e com bom custo-benefício continuam sendo fundamentais.

Com o fim da produção da Alaskan, será que a Renault conseguirá, finalmente, emplacar uma picape de sucesso no Brasil? Deixe sua opinião nos comentários!

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GAS

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