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Entenda por que a Justiça está barrando transferências de pontos na CNH

Motoristas que tentam transferir pontos fora do prazo devem apresentar provas fortes.

A transferência de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) é um tema que gera dúvidas entre os motoristas brasileiros. Recentemente, uma decisão da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais de Santa Catarina trouxe mais clareza sobre o assunto. A corte decidiu que a simples apresentação de uma declaração com firma reconhecida não é suficiente para transferir pontos de infrações de trânsito para outro condutor.

O caso em questão envolveu um motorista de Joinville que teve sua habilitação suspensa após acumular infrações. Ele alegou que as infrações foram cometidas por outras pessoas e apresentou declarações reconhecidas em cartório para comprovar sua versão. No entanto, a Justiça manteve a decisão de primeiro grau, rejeitando o pedido de transferência dos pontos.

Quais são as regras para a transferência de pontos da CNH?

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, quando uma infração é cometida, o proprietário do veículo tem 15 dias, após a notificação, para indicar quem estava dirigindo no momento da infração. Se essa indicação não for feita dentro do prazo, a responsabilidade pela infração recai sobre o proprietário do veículo.

Em situações onde o infrator não é identificado no momento da autuação, a legislação permite que o proprietário indique o condutor responsável. No entanto, essa indicação deve ser feita dentro do prazo estipulado. Fora desse prazo, a transferência de pontos só é aceita em casos extremos, onde há provas concretas e sérias da autoria da infração.

Por que declarações simples não são suficientes?

A decisão judicial enfatizou que declarações assinadas por cônjuges ou parentes próximos têm valor probatório limitado. Isso ocorre porque essas pessoas são consideradas suspeitas, devido ao interesse direto no resultado do processo. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que, para transferir pontos fora do prazo administrativo, é necessário apresentar provas robustas, evitando fraudes e ganhos econômicos indevidos.

Essa posição visa garantir a integridade do sistema de trânsito e evitar que motoristas tentem burlar as regras, transferindo pontos de forma indevida. A Justiça busca, assim, um equilíbrio entre a possibilidade de defesa dos motoristas e a necessidade de manter a ordem e a segurança no trânsito.

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CNH. Créditos: depositphotos.com / rafapress

Quais as consequências de não cumprir as regras?

O não cumprimento das regras para a transferência de pontos pode resultar em consequências significativas para os motoristas. No caso analisado, os autores do recurso tiveram que arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% do valor atualizado da causa. Essa decisão foi unânime entre os juízes, reforçando a importância de seguir as normas estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro.

Além disso, a decisão serve como um alerta para outros motoristas que possam considerar a transferência de pontos sem seguir os procedimentos adequados. A responsabilidade no trânsito é um compromisso de todos, e as regras existem para garantir a segurança e a justiça para todos os usuários das vias.

FONTE: O ANTAGONISTA

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