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Posse solene no PEN Clube do Brasil: três notáveis intelectuais unem-se em defesa da liberdade e da cultura

Em uma cerimônia marcada pela eloquência e pela celebração do saber, o PEN Clube Internacional, dedicado à promoção da literatura e à defesa da liberdade de expressão, abriu suas portas para empossar três novas e ilustres personalidades. O evento, realizado na histórica sede da organização no Rio de Janeiro, consagrou a entrada de Moises Mota da Silva, presidente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, e dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Geraldo Og Nicéas Marques Fernandes (Of Fernandes) e José Afrânio Vilela. O discurso de saudação, proferido pelo pintor e escritor Oscar de Alencar Araripe, ressaltou a importância da união entre justiça, memória e liberdade, pilares que os novos membros personificam em suas trajetórias.

O PEN Clube, fundado originalmente em Londres no ano de 1921 pela escritora Catherine Amy Dawson Scott, e com seu capítulo brasileiro estabelecido em 2 de abril de 1936, tem como missão fundamental, conforme destacado por Araripe, ser um farol onde “a palavra escrita fosse não apenas arte, mas escudo contra a tirania e farol para a dignidade humana”. A noite de 28 de abril de 2025 reafirmou este compromisso, ao acolher figuras cujas vidas e obras refletem a profundidade e a relevância da palavra em suas mais diversas manifestações, seja na literatura, na história ou no direito.

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Moises Mota, Aurea Domenech Bussons – Vice Cônsul do Brasil em Singagura e Feliciana Juliana

Oscar de Alencar Araripe, em sua fala inspiradora, traçou perfis detalhados dos empossados, conectando suas realizações individuais aos ideais humanistas do PEN Clube. Sobre o Ministro Og Fernandes, Araripe destacou sua jornada “de repórter forense no Recife a vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça”, uma trajetória que, segundo o orador, “elevou o Direito, não apenas por meio de sentenças emblemáticas, mas também por suas contribuições intelectuais, como a obra Medidas Cautelares no Processo Penal.” Fernandes foi descrito como um defensor do “acesso à informação como liberdade fundamental”, e Araripe relembrou uma frase atribuída ao ministro que encapsula sua filosofia: “Cada processo é um romance inacabado; cabe a nós escrever o final com justiça.” Para o PEN Clube, Og Fernandes é “o juiz-escritor, recorda-nos que ‘a lei é letra morta sem empatia’.”

Em seguida, Araripe voltou-se para o Ministro Afrânio Vilela, cuja carreira, iniciada no Banco do Brasil e culminando no STJ, foi apresentada como uma “narrativa de superação, sabedoria e compromisso com a justiça”. O orador enfatizou os projetos inovadores de Vilela na gestão judiciária, incluindo a “integração da inteligência artificial nos tribunais”, e sua obra A Inteligência Artificial na Gestão Processual. Vilela foi celebrado por sua defesa da “fraternidade no Direito” e de uma “sociedade justa e humanizada”, personificando, nas palavras de Araripe, “a síntese entre tradição e inovação”. O orador citou o ministro: “A tecnologia não substitui juízes; aprimora sua capacidade de servir”, e complementou que, para Vilela, “Julgar é também educar. Cada sentença é uma aula de cidadania.” No mosaico do PEN Clube, Afrânio Vilela é “o filósofo da Justiça, demonstra que ‘tecnologia e humanismo podem dançar juntos’.”

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Feliciana Juliana, Moises Mota, Cidinha e Oscar Ararime e Ricardo Cravo Albin, Musicólogo e Presidente do PEN Clube

Moises Mota da Silva, presidente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, foi saudado por Araripe como “o guardião das letras e da memória coletiva”. Jornalista e historiador, Mota foi reconhecido por seu incansável trabalho na preservação e reinvenção da cultura brasileira, editando obras como Cada Instante é Uma Canção – um colpilado de artigos e discursos sobre a musicóloca Sandra Loureiro de Freitas Reis (1944-2008) e organizando exposições que resgatam figuras emblemáticas. Araripe destacou a visão de Mota de que “memória não é nostalgia; é alicerce para o futuro”, e o acolheu no PEN Clube como “um defensor incansável da diversidade cultural e da memória que nos une como nação”. Para o orador, Moises Mota “revela que ‘cada cidade, por menor que seja, é um romance coletivo’.”

A cerimônia, portanto, não foi apenas um ato formal, mas uma vibrante celebração da pluralidade intelectual e do poder transformador da palavra. Oscar de Alencar Araripe concluiu seu discurso enfatizando que o PEN Clube oferece aos novos membros “um palco. Um espaço de expressão para que suas vozes ecoem ainda mais alto em defesa da liberdade, da educação e da dignidade humana.” Ele ressaltou que, embora distintas em suas formas, as trajetórias dos três empossados se unem na essência de inspirar “novas gerações a enxergar na literatura e na justiça não apenas formas de expressão, mas verdadeiros instrumentos de transformação”.

Imagem-do-WhatsApp-de-2025-05-13-as-14.12.46_ab2a2bf0-801x1024 Posse solene no PEN Clube do Brasil: três notáveis intelectuais unem-se em defesa da liberdade e da cultura

A posse de Moises Mota, Og Fernandes e Afrânio Vilela no PEN Clube do Brasil marca um momento significativo para a instituição e para o cenário cultural e jurídico do país. Suas vozes, agora somadas às de tantos outros intelectuais que compõem a história do PEN, certamente contribuirão para que a organização continue a cumprir seu lema: “A literatura não conhece fronteiras”, e para que, juntos, possam “escrever um novo capítulo onde a Justiça seja poesia, a memória seja liberdade, e a palavra, sempre, uma arma de construção massiva”, como poeticamente finalizou Araripe.

FONTE: ACLCL

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