Um marco histórico para a valorização da identidade negra em Lamim
Nesta semana, um momento de grande significado histórico foi celebrado em Lamim: foi realizada a primeira reunião oficial com representantes da comunidade do Córrego dos Anjos, marcando o início do processo de reconhecimento do local como comunidade quilombola. Durante o encontro, a comunidade deu um passo fundamental: foi criada a Associação Comunitária e realizada a eleição da nova presidenta, que terá como missão liderar o processo junto aos órgãos oficiais, como a Fundação Cultural Palmares e o INCRA.
Esse movimento representa não apenas o reconhecimento territorial, mas principalmente a valorização da história de resistência, ancestralidade e cultura afro-brasileira que marca a trajetória do Córrego dos Anjos. Por gerações, a comunidade tem preservado práticas tradicionais, como a solidariedade entre famílias, a força do trabalho coletivo e a fé enraizada na espiritualidade negra.
“É um avanço na luta pelo respeito, pela visibilidade e pela justiça histórica com o nosso povo”, afirmou Oksanen Santos Silva, eleita a presidenta da associação. A gestão municipal reafirmou seu compromisso com a valorização cultural, o respeito às tradições e o apoio a políticas públicas que fortaleçam a diversidade e a inclusão. “Valorizar a cultura da nossa cidade também é um compromisso da nossa gestão. Com respeito, diálogo e responsabilidade, seguimos construindo uma nova história para Lamim”, destacou o Prefeito Waldiney de Souza Campos (UNIÃO).
Este é apenas o começo de uma jornada que pode culminar com o reconhecimento oficial da comunidade como remanescente de quilombo — garantindo direitos territoriais, acesso a políticas específicas e preservação da memória viva do povo negro em Lamim.
Segundo relatos de moradores mais antigos, o Córrego dos Anjos guarda uma história ancestral de resistência, trabalho coletivo e fé. Práticas como roçados comunitários, festas religiosas, saberes tradicionais, culinária típica e o fortalecimento da consciência racial fazem parte do dia a dia local e serão essenciais para embasar o processo de reconhecimento.